CAPÍTULO II

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2. O diabo veste terno.


O Senhor Crowns pediu para que eu me dirigisse para o vestiário feminino de vôlei e eu o obedeci caminhando em passos lentos de tartaruga, mas o que eu poderia fazer com meu corpo se debatendo de frio? Já no cômodo, a treinadora do esporte me esperava carregando um enorme semblante irritado. Havia algumas peças de roupas – o que me parecia ser o uniforme do time; com suas cores baseadas no verde esperança e no laranja do não imagino o derivado – em sua mão esquerda e na outra uma toalha aparentemente limpa.

Peguei a roupa de suas mãos, direcionando-lhe um sorriso grato, embora falso. Havia um enorme número dez pintado de preto na camisa, a qual havia o nome Suzy logo acima, o short era de tecido fino, algo parecido com seda. No entanto, o modelo e o tecido da roupa não eram de tamanha importância, o problema chave era; toda aquela roupa fora feita para uma pessoa de corpo totalmente diferente do meu. Verifiquei na etiqueta da vestimenta e havia um pequeno G bem visível na gola da camisa. Olhei para a treinadora outra vez, na esperança de que percebesse o seu erro e arranjasse outra roupa para mim, mas a Senhorita – estava sem aliança no dedo – encarou-me de volta como se dissesse; eu-não-dou-a-mínima.

Por ser minha única opção, tirei o macacão de meu corpo e o resto de toda minha vestimenta, menos a calcinha, o short era muitíssimo fino e eu não queria que minha parte íntima fosse exposta antes da hora. Sequei toda parte do meu corpo e por último a cabeça, ou toda a toalha ficaria encharcada apenas com a água do meu cabelo. Enquanto vestia o uniforme não deixei de notar a treinadora inquieta, mexendo em alguns papéis, talvez inquieta não fosse a palavra certa; eu diria irritada. O bip incessante da curiosidade se instalou em minha mente e por total impulso acabei questionando o porquê de suas expressões raivosas.

— Por que está... — pensei se irritada ou raivosa seria uma boa opção. Não seriam. — assim?

— Onde você esteve minutos atrás? — disparou uma pergunta retórica com rispidez, sem um pingo sequer de sensibilidade com uma garota quase afogada. — Um engraçadinho soou o alarme de incêndio da escola e como se não bastasse ligou o detector de fumaça.

A treinadora continuou o seu desabafo de certa importância para ela, eu estava apenas curiosa com suas expressões, mas no meio de sua fala, outros pensamentos invadiram minha mente impedindo que as coisas ditas por ela entrassem nos meus ouvidos, pois meu cérebro estava juntando cada acontecimento anterior para uma real explicação, como um bom quebra-cabeça.

— Espera — pedi mais a minha mente do que para a própria treinadora que tagarelava sem cessar, a mulher analisou cada parte do meu rosto buscando respostas. —, não estávamos em um incêndio de verdade? — a primeira questão escapou dos meus lábios, ela assentiu com a cabeça, diversas e diversas vezes. — Não estávamos em um incêndio de verdade. — eu repeti outra vez, tentando confirmar para mim mesma. — Não estáva... Meus jornais!

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