CAPÍTULO XXI

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II

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II. 21. A noite (não) estrelada.

Dentro do ônibus, não consegui tirar as cenas de Jared em Plans Snow da cabeça, eu acreditava que ele não estava louco, mas suas atitudes o deixaram diferente do garoto o qual conheço. Fiz uma rápida busca no google sobre suas atitudes inusitadas e a primeira sugestão de páginas para acessar, era de uma clínica psiquiatra em Stamford. No artigo, estava escrito tudo o que ocorrera com Jared, e mais coisas que graças a Deus não aconteceram, no fim tudo estava ligado a Síndrome do pânico. Entretanto não era possível ser o que fora citado no artigo, uma garota de trancinhas não seria gatilho suficiente para isso. 

Fechei a página quando o ônibus parou perto da casa dos Patterson's e busquei toda a coragem dentro de mim para dizer a dois pais que seu filho único acabara de sumir. 

Inflei as bochechas, enquanto pressionava o meu indicador no botão da campainha. Não demorou muito para alguém abrir a porta, como se estivesse esperando por algo. Hanna estava com seus fios castanho preso em um coque bagunçado, ela apertou o cardigã no próprio corpo e franziu seu cenho confusa.

— Onde está o meu filho? — perguntou, apertando ainda mais o seu traje. Não a respondi, sequer consegui deixar as palavras saírem dos meus lábios, eu não sabia como contá-la o que acontecera. — Onde está o meu filho? — ela berrou alto o suficiente que até mesmo vizinhos mais distantes poderiam a ouvir.

E-eu não sei. — murmurei baixinho, olhando para meus próprios pés.

— Como não sabe? — outro grito raivoso saiu de sua garganta.

— Eu só não sei, tá legal? — berrei sentindo todo o meu pulmão arder. Naquele momento eu não me reconhecia, eu não gritava com freqüência e hoje estava batendo o meu recorde. — M-me deixe entrar que eu explico tudo.

Hanna assentiu soltando o aperto que dara no seu cardigã. Eu a segui para dentro de seu lar, e sentia a cada passo que o lado de fora de sua casa se encontrava mais aquecido do que sua própria sala de estar.

No cômodo, havia um homem calvo segurando uma xícara de seja-lá-o-que enquanto assistia reforma à venda no Discovery. Seu olhar seguiu para Hanna, assim pude notar a semelhança entre ele e Jared.

— O que aconteceu? Por que estava gritando como uma louca lá fora? — perguntou deixando a xícara sobre a mesinha de centro.

Hanna não o respondeu, sequer olhou para o marido, pois tinha seu foco totalmente ligado no nada. Como se estivesse tentando acordar de um pesadelo sinistro o qual eu fazia parte, no entanto não era um sonho ruim, tudo aquilo era real e eu tinha uma parcela de culpa.

— O Ja... Jared sumiu. Ficou um pouco estranho, com falta de ar, tremedeiras, ele estava estranho. Não sei explicar. Eeu... — Hanna não me deixou terminar o que eu tinha para falar – o que se deduzia em nada de útil ou coerente –, e correu para o telefone fixo de sua casa, quase jogando o aparelho no chão.

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