CAPÍTULO XX

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20. Gostar de alguém.

Jared me encarava com suas íris marrons há mais de cinco minutos desde que chegamos na porta da minha casa. Ninguém se pronunciou até então, mas a verdade era que não tínhamos coragem para manter um assunto depois de todo meu drama no escorregador. Eu sentia a vergonha me corroer por dentro, eu era tão patética na maior parte do tempo e digna de pena, talvez fosse isso que Jared sentia, pois não conseguia deixar que as palavras saíssem de seus lábios.

— Sinto muito. — mordi a parte interior da minha bochecha antes de continuar. — Não queria atrapalhar sua noite.

— Não atrapalhou. — deu-me um sorriso singelo, Jared enfiou ambas as mãos no bolso de sua jeans, estava bastante frio do lado de fora e os flocos de neve caíam sobre nossas cabeças. — Estávamos indo tão bem até que — calou-se. —... você sabe.

Até que sua amiga escultural nos interrompeu.

— Eu vou entrar. — avisei, procurando as chaves no bolso do meu sobretudo. Após encontrá-las me virei para abrir a porta. Esperei que Jared se despedisse, para enfim eu colocar os pés dentro da minha casa e me aquecer de toda geleira das ruas, entretanto, ele continuou em silêncio. 

— Podemos sair amanhã? — sua pergunta me pegou de surpresa, sequer imaginava que sairíamos outra vez depois do episódio da festa. — No caso, hoje à tarde.

— Só nós dois? — agora era a vez de Jared se surpreender, pois ele entreabriu seus lábios em resposta. — Não gosto de multidões. — tentei me justificar, eu não queria parecer abusada.

— Só nós dois num encontro. — confirmou ele abrindo os lábios em um sorriso, o qual tocou seus olhos. — Preciso compensar o desastre de ontem. — pausou por um breve momento. — Hoje. Não sei, acho que você entendeu.

— Eu entendi. — soltei uma risada alegre demais para quem estava chorando há tempos atrás. — Eu preciso entrar. 

Ele assentiu comprimindo seus lábios finos, mas sorriu logo após e com um aceno seguiu para seu carro. Entrei para casa e sem mais nem menos encostei minhas costas na madeira da porta. Um sorriso dançava nos meus lábios e por um momento quis gritar de felicidade. Jared me convidou para um encontro, para corrigir os erros de hoje, mas ainda sim era um encontro. Eu não entendia o motivo de toda histeria, no entanto ela não cessava, se alguém me visse agora eu seria taxada como uma louca. E talvez eu esteja louca para ver Jared Patterson outra vez.

Demorei para dormir naquela noite, não por insônia ou porque me encontrava finalizando o meu artigo. Passei boa parte da noite em claro lendo sobre encontros, no entanto não encontrei nada de útil, a não ser o famigerado seja você mesmo. E não era uma má ideia, a transparência entre duas pessoas são necessárias. No entanto, não era bom me iludir e pensar fora da casinha, Jared e eu somos dois bons amigos, com um encontro marcado para compensar uma noite de fracasso.

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