CAPÍTULO V

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5. Lares e laços.

Eu tinha quinze anos quando me mudei para Nova Iorque. Tudo aconteceu depois do divórcio dos meus pais. Naquela época era verão e todas as pessoas desfilavam de prédios em prédios, ruas em ruas, de cafés em cafés, com óculos escuros e sorrisos felizes, mesmo com o corriqueiro trânsito da cidade.

Morávamos em um apartamento pequeno e aconchegante, eu sentia cheiro de lar em todos os móveis, sentia-me acolhida em todo canto da casa. Às vezes, às belas noites nova iorquinas se tornavam cinzentas, frias e todo aquele sentimento de lar e proteção iam embora na mesma velocidade em que os carros corriam pelas manhãs. Contraditório, não? No entanto, uma imagem paterna também me fazia falta. Sem minha guarda, papai ficou em Stamford e com a minha responsável fui para outra cidade, onde da mesma maneira possuía uma figura materna nada presente. Mamãe era ocupada como a maior parte da população, ela trabalhava em uma editora, revisando textos para revistas, sites e livros que se tornaram best-sellers mundiais. Tudo que eu sentia pelo seu trabalho era admiração e o meu maior sonho de todos era ter sucesso em minha carreira jornalística, assim como ela.

Com meses, ela arranjou um namorado na empresa Clemmords – ou até mesmo já namoravam antes mesmo de eu me mudar para Nova Iorque –, o homem era o futuro dono da editora a qual mamãe trabalhava e talvez cinco anos mais novo do que Nancy. Sortuda, algumas pessoas disseram, mas ninguém podia negar o quão linda mamãe era com seus cabelos dourados, acompanhado de suas íris esverdeadas, qualquer um se apaixonaria fácil por ela e papai nunca se esqueceu de seus encantos.

Eu gostava do novo namorado da mamãe, Sean era um cara legal, fora ele quem dara os óculos de grau escuro, mas eu somente conseguia vê-lo como o chefe milionário da mamãe, nada mais. Semanas após eu conhecê-lo, o Senhor Callahan pediu a mão da minha mãe em casamento – um ato que confirmava minha teoria do romance de meses atrás –, sem delongas, Nancy aceitou e se tornou uma Callahan. E não fora só uma conta milionária a qual recebeu, mamãe ganhou uma nova filha na cerimônia, entretanto, sequer precisou dar a luz para isso. Pois seu novo marido tinha uma filha de treze anos, detalhe; eu a conheci apenas no dia do casamento. Apesar da riqueza dos Callahan's, Sean e a herdeira moravam em pequeno apartamento, um pouco maior do que o nosso e que valia o dobro da nossa casa em Stamford, mas não houve espaço para um novo integrante, a não ser sua esposa.

Fim da história! E eu odiava o rumo a qual levou, tais eles; voltei para Connecticut – Stamford –, voltei para minha antiga vida e agora não faço mais parte da vida ocupada Nancy Callahan. 

— Alex! — papai me chamou no cômodo abaixo, balancei a cabeça em negação afastando qualquer tipo de lembrança ruim. — Chegou uma carta para você.

Quando papai se silenciou, pude sentir o meu peito se encher de entusiasmo, só poderia ser algo da mamãe. Desci a escada às pressas, ouvindo o Senhor Forbes repetir cuidado diversas vezes para mim, mas de pouco importava; era uma carta da mamãe!

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