CAPÍTULO XXIV

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24. O beija-flor.

Pela madrugada, sentei-me à frente do meu notebook e me pus a escrever. Depois de tantos dias sem tocar o meu artigo eu precisava desenvolvê-lo ainda mais, para no fim realizar a entrevista com o ex-amigo de Kurt e fechá-la com chave de ouro.

Estava nos últimos parágrafos quando meu celular tocou pela primeira vez naquele dia, era Jared. Eu não fazia ideia do que Jared queria comigo em uma madrugada fria de Connecticut, no entanto ainda era uma ligação do cara o qual fazia todos os meus neurônios entrarem em curto circuito.

Atendi a chamada e levei meu celular a orelha enquanto desligava o notebook.

— Estava dormindo? — perguntou Jared do outro lado da linha, pelo telefone era possível ouvir os chiados do vento, denunciando que Jared estava pelas ruas da cidade.

— Não, estava escrevendo. — dei uma pausa, antes de continuar. — Onde você está?

— Na porta da sua casa. Eu preciso te ver. — meu coração errou uma batida, Jared era louco de estar a essa hora a minha espera. — Você pode descer?

C-claro. Cinco minuto.

Jared comentou "eu espero" antes de desligar a ligação. Guardei o celular na mesinha de centro, bem ao lado de onde eu estava trabalhando. Peguei o meu casaco de tecido mais resistente no guarda-roupa e segui o mais rápido para o lado de fora da minha casa. Na porta, senti o ar gelado se debater com o meu rosto, no entanto quando o vi com as mãos no bolso do moletom todo o meu corpo se aqueceu.

Jared tirou o capuz quando me acheguei para perto. Ele deu um sorriso meia-boca e se ergueu ficando nas pontas dos pés por poucos segundos.

— Veio dormir aqui? — questionei, mordendo a parte interior da minha bochecha.

— Não. — balançou a cabeça em negação, ele batia seu pé esquerdo no chão de forma frenética. — Preciso ser sincero com você.... Estive pensando e você merece saber de tudo o que está acontecendo comigo.

Engoli a seco. A intenção de Jared naquele momento era se declarar para mim?

E-estou ouvindo. — cruzei os meus braços na altura do peito, e não era somente pelo frio.

— Eu tenho um distúrbio comportamental. — sua confissão fora como um balde de água fria em minhas costas, no entanto não tirava a gravidade do problema. Dei uma passo para frente, tentando me achegar ainda mais ao garoto, mas ele deu outro passo para trás. — Fui diagnosticado com cleptomania aos doze anos de idade. — eu não sabia como respondê-lo, então inflei minhas bochechas esperando que ele continuasse. — Eu roubo sem nenhum motivo aparente.

Meus olhos se arregalaram com suas confissões, eu não sabia como agir perante aquele momento e tinha um grande receio em nosso meio, tanto da minha parte como da de Jared. Pelo escuro eu não conseguia ver nitidamente suas expressões faciais, no entanto a única certeza que eu tinha naquele momento era que o garoto se mantinha neutro, pois em nenhum momento vacilou no seu tom de voz. 

RUDIMENTAROnde histórias criam vida. Descubra agora