CAPÍTULO XXVIII

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28. O tempo é relativo e talvez nada mude.


Passou-se uma semana após toda aquela confusão no corredor da escola. Como consequência, Kurt Ramona recebeu três punições; um processo ainda em andamento, a expulsão da escola e a perda de sua bolsa acadêmica. Com isso, seus pais decidiram o enviar para um internato de meninos na Inglaterra, onde passaria longos 2 anos. Talvez assim ele aprenda a conviver em uma sociedade e ser uma pessoa do bem. No fim, um sentimento de alívio corria pelas minhas veias, pois eu não precisaria ver Kurt caminhando pelas ruas de Stamford. 

Já Jared, ninguém sabia o seu rumo. Em nenhum dos cinco dias de aula ele apareceu, tampouco o vimos em supermercados, ruas e em toda Connecticut. Jared Patterson estava se escondendo depois de tudo o que acontecera e de certa forma eu o entedia. Pois todo o status moldado por ele durante anos se destruiu, tal como um castelo feito de cartas e, infelizmente, fora eu quem soprei tudo aquilo que ele construiu.

Era tudo graças a mim. Jared estava sofrendo as consequências de um erro meu. E doía, sobretudo doía quanto eu pensava que tudo aquilo era culpa minha. Eu podia ver o seu olhar estilhaçante sobre mim, aquilo era brutal, mas não tanto como o que aconteceu com ele.

Meu peito era pequeno demais para cobrir o meu coração, minha mente era barulhenta demais para estar viva. Eu não tinha ninguém para me ouvir. Na verdade, ninguém nunca parou para me escutar – somente o papai, mas ele estava fora de cogitação –, até Jared entrar na minha vida, no fim ele era quem segurava a minha mão e transbordava de ser acolhida.

Eu não comia há dias, sentia o meu corpo fraco, os meus olhos pesados pela falta de sono e a minha mente doer de tanto pensar. Papai não me forçou a nada, tampouco me obrigou a frequentar a escola todos os dias. Ainda não estávamos nos falando como antigamente, o ressentimento pulsava em meu peito, eu o odiava por ser tão xereta. Eu tentei culpá-lo. No entanto qualquer um saberia que não houve maldade no seu ato, papai queria somente me ajudar e nada mais. 

Limpei o meu rosto encharcado com as palmas das mãos e virei o meu corpo para a direita. Peguei o meu celular que vibrava, sentindo um pingo de esperança que pudesse ser Jared. No entanto não era e mesmo não sendo, obriguei-me a atender o telefonema.

— Você está bem, querida? — era a mamãe do outro lado da linha, sua voz estava serena.

— Não estou. — molhei um pouco dos meus lábios com a língua.

— Oh, eu sinto muito pelo que aconteceu. Mas... 

Não deixei que Nancy terminasse, não era novidade alguma que ela julgaria a minha escolha, então eu disse: — Não quero sermões agora. Eu estou cansada.

— Alex... — suspirou. — Eu sei como é ter um coração partido. Todo homem ou mulher já teve o coração partido alguma vez na vida.

— Eu não queria que isso acontecesse. — senti o meu rosto se molhar outra vez.

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