Desmoronar

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Aria
Hannah gritava para Connors que estava procurando algo nas gavetas.
- Aria por favor, diz que você tem um plano.
- Hannah eu...eu não sei tá legal? Me dá um tempo pra pensar!
- TEMPO?! Você quer um tempo pra pensar? Nós não temos tempo, podemos morrer agora mesmo!
- Hannah silêncio!
Estávamos ambas ofegando e tremendo, Connors rapidamente se esgueirou até a porta e nos deu uma última olhada maligna. Hannah soltou gritos agudos e começou a espernear. As correntes em volta de nosso corpos se desenrolaram e caímos pelo menos meio metro abaixo. Achei que meu coração fosse explodir, eu e Hannah gritamos feito loucas.
- Aria! Você tá bem?
- Tô, tô e você?
- B-bem, mas eu não quero morrer sem contar pra você.
- Hannah não é hora pra isso...Eu tenho um plano.
- Por favor me diz que você tem um super poder que pode tirar a gente dessa!
- Não, sem super poder. Seu celular está no bolso?
- Sim! Você consegue alcançar?
- Posso tentar.
Me remexi nas correntes, tentando esticar o braço até o bolso, senti a lateral do aparelho, meus dedos não conseguiam alcançar por completo, apenas arranhões.
- Tá quase?
- Quase...
Continuei a chutar o ar para chegar mais perto, mas novamente as correntes se desenrolaram, mas em uma distância curta. Consegui pegar o celular, mas ele caiu no triturador. Eu e Hannah observamos o aparelho desaparecer em um barulho agudo.
- Depois eu compro outro!
Hannah choramingou. Respirei fundo, tentando pensar em algum plano.
- Aria eu realmente preciso te contar.
- Então fala Hannah.
Antes que ela pudesse dizer uma sílaba se quer, as correntes cederam mais pra baixo, o barulho dos dentes de metal estavam muito mais altos.
Hannah berrou alguma coisa muito rápido e eu não pude ouvir.
- O que?! Hannah eu não entendi nada! Fala mais alto.
- Eubeijeiopeter!
- Ainda não entendi.
- EU BEIJEI O PETER,PETER PARKER!
-  Espera o quê?! Quando?
- Foi no dia do meu encontro, eu levei um bolo e o Peter me deu um beijo de consolo.
- Ei! Eu inventei o beijo de consolo!-Falei encostando a cabeça na dela.
- Não está brava?
- Não, eu já disse que não gosto dele.
- Tá legal, mas eu quis te contar mesmo assim. Vai ser uma história engraçada quando contarem pros seus filhos, meus afilhados!
- Hannah, não estraga meus últimos momentos de vida.
Ela riu, mas acho que foi de nervoso.
- Eu tive uma ideia!
- Graças a Deus! Fala!
- É complicado, mas pode dar certo...
Respirei fundo.
- É o seguinte, temos que chegar quase no final das correntes, então balança bastante, como fizemos da outra vez.
- Seu plano é morrer?!
- Hannah, você confia em mim?
- Sempre.-Ela disse em um suspiro.
Hannah começou a se balançar e espernear, eu fiz o mesmo, em poucos segundos estávamos balançando de um lado pro outro. As correntes desenrolam,nos deixando mais próximas da máquina.
- E agora?
- Precisamos descer mais!
- Aria se descermos mais vamos acabar lá dentro!
- Hannah desce mais.
- Se eu morrer...eu mato você!

Peter
Procurei aquele réptil gigante por toda Nova Iorque e nada dele, resolvi voltar pra Oscorp, os camburões da S.H.I.E.L.D já estavam estacionados na frente. Entrei por uma janela para fazer a verificação, Connors precisaria do "lança perfume" gigante que havia no topo, ninguém sabe o nome daquele treco e nem a função, mas era a maior probabilidade do Connors fazer tudo isso da forma mais rápida de espalhar a fórmula do DNA de lagarto pela cidade.
Depois de rondar alguns andares, tombei com Harry andando por um deles.
- O que ainda esta fazendo aqui? Pensei que já tivesse evacuado a torre!
- Evacuei! Tô procurando a senha pra desativar todos os equipamentos, assim ele não poderá usar o L.T.S
- L.T.S? -Perguntei.
- Lançador Territorial de Substâncias. O spray gigante no topo da torre.
- Ah! Boa ideia, continua procurando, vou dar mais uma olhada, verificar se não faltou ninguém.
- Certo!
Nos separamos, passei por todos os corredores, abri todas as portas de todos os andares, não havia mais ninguém no prédio. Os elevadores, as luzes e tudo eletrônico desligou, Harry deve ter encontrado a tal senha. Voltei até o andar em que ele estava para levá-lo de volta ao térreo, mas ele não estava mais lá.
-Harry?!-Chamei.- Harry?!
Nada. Então, lembrei de quando estava lutando com Connors mais cedo, ele disse que estava procurando Harry, e se ele o encontrou? Mas como ninguém viu um Lagarto gigante andando por Nova Iorque?
Escalei o prédio, chegando no topo.
- Karen, localizar Harry Osborn.
"Localizando, Harry Osborn."
- Karen?
"Nada encontrado, não está em nenhuma câmera de segurança, nada de visão por satélite".
Onde ele está? Um lugar sem câmeras? Não era na torre, muito menos em qualquer rua de NY.  O esgoto! O Lagarto o levou pro esgoto!
Olhei para baixo, havia uma tampa de bueiro na próxima esquina. Suspirei e saltei até lá embaixo. Joguei a tampa longe se pulei.
- Ah meu Deus, não sabia que era assim tão fedido.
Pulei de susto quando um ratinho passou perto do meu pé, a prefeitura devia dar uma olhada nisso aqui de vez em quando.
- Harry!-Berrei e minha voz ecoou por todos os túneis.
Ouvi murmúrios estranhos, eram gritos abafados.
- Harry? Seja quem for,continua fazendo barulho, não para!
Segui o som dos "gritos" e logo me deparei com um esconderijo de vilão digno de filmes do Steven Spielberg. Olhei em volta e vi Harry amarrado em uma cadeira com uma mordaça na boca.
- Você tá bem?-Perguntei tirando a mordaça e começando a desamarrar as cordas.
- Eu sei o plano dele. Qual é essa tara dos vilões em contarem seu planos?
Dei de ombros.
- Não sei, alto bajulação talvez? Mas enfim, qual o plano dele?
- Primeiro tem uma coisa que você precisa saber. Ele tem forma humana, ele pode se transformar em Lagarto quando bem entende.
- Então foi assim que ele fugiu. Eu vou te deixar lá fora e você me conta lá tudo bem?
- Ah e Peter, não tenho certeza...Mas acho que ele pegou a Aria.
Meu coração acelerou, o que eu iria fazer? Salvar a cidade, ou salvar a garota que eu gosto?

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