Harry
Toda a minha vida, todas as pessoas sempre foram rostos escuros em um mundo preto e branco, mas ela não. Aria era todas as cores que eu conhecia, ela era uma explosão que dava frio na barriga e fazia minhas mãos suarem cada vez que eu chegava perto dela. E cara, quando ela me beijou, o jeito como ela acariciava o meu cabelo e o gosto de morango dos lábios dela faziam a minha cabeça girar. Ela derrubou todos os muros da minha muralha quando me defendeu na frente do meu pai, me viu de um jeito que ninguém nunca viu, mas aí ela me esfaqueou pelas costas com o "beijo de consolo" dela.
- Mas e você disse o que?
- Eu não disse nada.
Estava falando com Luke por uma chamada no Skype, ele é meu melhor amigo, estuda comigo na Suíça e já morou um Londres.
- Então ela beijou você primeiro e depois diz que te beijou pra te alegrar e você ainda não esqueceu ela? Harry, o que os Estados Unidos fizeram com sua cabeça?!
- Não foi os Estados Unidos Luke, foi ela. Foi Aria.
- Essa é boa.-Ele riu.- Harry Osborn com um sorriso bobo e apaixonado!
- Se continuar falando merda eu vou desligar.-Falei.- Mas e como vai as coisas com a sua garota... Violet?
- Vão bem, muito bem. Aliás, eu tenho que desligar, eu e ela temos um encontro hoje. Tenta não se meter em confusão.
- Ah por favor, confusão é meu nome do meio!
- Não. Seu nome do meio é Lucian. E eu te ligo depois.-Dito isso a tela do computador escureceu.
Desliguei o aparelho e fui até a cozinha pegar algo pra comer.
- Harry, vejo que não fez nada de produtivo hoje.-Disse meu pai.- Não que isso me surpreenda.
Rolei os olhos e fechei a geladeira, e comecei a fazer um sanduíche.
- Sabe, eu estive pensando e...Vou viajar, vou até às Bahamas relaxar.
- E quem disse que eu quero ir a Bahamas?!
- Eu nunca disse que você iria, eu vou até lá para relaxar, e você com esse seu papo rebelde só me irrita.
- Papo rebelde?!-Cerrei os punhos, sabia que não podia explodir.- O que quer dizer com isso?
- Esse seu jeito de pensar, que a empresa deveria doar algum dinheiro para a caridade ou entrar em programas para ajuda como as Indústrias Stark, isso é bobagem Harry!
- Bobagem?! Como isso pode ser Bobagem?! Sabe pai as vezes fazer algo bom faz de você uma pessoa melhor.
- Baixe o tom para falar comigo.
- Não, não baixo. Dessa vez você vai ouvir.
Ele segurou meu pulso.
- Então diga. Vamos, diga o que está entalado na sua garganta a tanto tempo.
Ele me encarou e eu não tive coragem de dizer o quanto eu me esforçava pra fazer com que ele se importasse, queria dizer que me sentia um fardo e se realmente fosse que ele podia me deixar em paz pra viver a minha vida.
- Como eu imaginava. Não passa de um garotinho medroso, você sempre foi um garoto medroso e assustado que implora por atenção. Um dica pra você Harry, se nunca criar coragem, vai ser sempre do jeito que você é. Um tolo, ignorante e inútil e doente.
Eu estava desesperado pra chorar, mas não iria, não na frente dele, não iria dar esse gostinho. Puxei meu braço e subi as escadas correndo, fechando a porta do quarto com toda força possível. Caminhei em círculos tentando me convencer de que nada daquilo era verdade, que ele estava errado, que eu era corajoso, útil e esperto, mas no final ele sussurrava na minha cabeça e eu achei que iria enlouquecer. Peguei uma jaqueta e sai sem dar explicações.
Quando cheguei em casa, minha cabeça doía, e cada vez que eu respirava sentia meus ossos estalaram e era meio difícil pegar o ar. Fiz uns curativos meia boca e me deitei na cama.
- Alô?-Ela disse com a voz doce quando atendeu a ligação.
- Oi Aria. É o...-Parei pra tossir, meu pulmão doía.- É o Harry.
- Ah oi. Eu ia te ligar, mas não tive muito tempo.
- Tá ocupada?-Perguntei rezando pra que não.
- Agora não. Por quê?
Ela me pegou, eu não sabia, não sabia porque estava ligando e nem porque eu havia pedido o que pedi.
- Ir na sua casa? Pra que?
- Eu... não quero ficar sozinho. Briguei com meu pai.
Ela puxou o ar de forma exagerada e ouvi o barulho de uma bolsa sendo fechada.
- Tá claro, eu vou mais tarde. Por umas 20:30 fica bom?
-Fica. Obrigada.
Mas que merda eu acabei de fazer?!Estava sentado na cama quando ouvi alguém bater na porta.
- Harry...? Posso entrar?
Andei até ela e abri a porta, Aria não disse nada, apenas me abraçou, soltei um gemido de dor por conta dos machucados, mas acho que ela encarou como se eu estivesse chorando.
- Esse é o seu quarto?- Fiz que sim com a cabeça.- Posso acender as luzes?
- N-não. Meu pai monitora as luzes acesas e eu não quero que ele pense que eu estou em casa, ele não me viu entrar.-Era mentira, só não queria que ela enxergasse os machucados do meu rosto.
- Tá legal então.-Ela se sentou na cama- Quer conversar?
Na minha cabeça, vieram várias hipóteses de conversas, mas todas elas acabavam em ela me explicando novamente o "beijo de consolo".
- Quero. Quer bolar um plano sobre a operação?
- Acho melhor não.-Mas que droga Aria, era o único assunto que não levava ao beijo.- Eu tinha pensando em te pedir desculpas na verdade.
- Pelo que?
Não diga beijo de consolo, não diga beijo de consolo.
- Sobre o que eu disse na cafeteria, não era bem verdade.
- Bem verdade?-Levantei uma sobrancelha pra ela.- Não precisa me pedir desculpas, eu sei que não foi o que queria dizer.
Ela concordou com a cabeça e jogou as costas na cama, espandindo o cabelo.
- O que disse pro seu pai?
- Que ia na casa da Hannah, e ela como uma ótima amiga me incobertou.
- Hannah é sua melhor amiga?-Perguntei.
Ela fez que sim com a cabeça e me seguiu com os olhos quando eu me sentei na cama ao lado dela.
- Contou a ela sobre mim?-Perguntei malicioso.- Sabe, que eu sou lindo...
- Não começa com a auto bajulação. Eu contei sim.-Nós rimos.
Depois de um tempo conservando sobre como Hannah havia pressionando Aria pra contar sobre mim, Aria já estava com a cabeça nos meus travesseiros quase dormindo.
- Aria. Eu vou tomar um banho se você não se importar.
Ela soltou um longo bocejo e fez que não com a cabeça.
Tomei um banho rápido, apenas dos machucados que ardiam quando a água quente escorria por eles, vesti uma calça de moletom e uma camiseta. Quando voltei do banheiro, Aria dormia tranquilo na cama, me senti mal por ter que acorda-la.
- Aria...-Ela abriu os olhos lentamente.- Você vai dormir aqui?
Ela me encarou, ainda meio sonolenta.
- Ãnh? Ata, se você não se importar...
Sorri malicioso pra ela, que jogou um travesseiro na minha cara e se viro de lado.
- Você vai dormir assim?
Ela se sentou na cama e me olhou com os olhos arregalados.
- Harry, eu não vou dormir pe...
- Meu Deus! Não, eu perguntei se ia dormir assim porque é desconfortável.- A cara dela foi impagável, vamos melhorar isso.- Mas se você quiser eu não me importo.
- Idiota.
- Mas sério, eu te empresto alguma coisa.
- Tá claro. Pode ser uma camiseta.
Procurei no meu armário mesmo Comba dificuldade de estar escuro, e entreguei a ela uma camiseta preta e uma cueca da American Apparel que era nova, quando Aria a viu, ela me encarou com cara de quem iria me matar.
- Relaxa aí. É nova, nem usei ainda, é só pra você não ficar sem nada, se quiser eu jogo fora depois.
Ela rolou os olhos e colocou uma mão na cintura, e com o olhar parecia que esperava que eu dissesse algo.
- Vira.
- O que?
- Vira de costas.-Ela ordenou.- Não vou me trocar na sua frente, mesmo no escuro.
Rolei os olhos e fiz o que ela pediu, ficando de costas, encarando a escuridão a minha frente.
- Já deu?
- Ainda não. Só um minuto.
Ouvi ela abrir o zíper, provavelmente da calça jeans. Tentei me concentrar em qualquer coisa que não fosse ela a poucos metros de mim trocando de roupa, mas era difícil não imaginar quando está escuro e não tem nada pra ver.
- Pode virar.
Mesmo no escuro, a pequena fresta de luz que vinha da janela iluminava Aria. A camiseta fiou linha e larga, quase cobria a cueca, mas mesmo com ela, a maior parte de suas pernas ficavam expostas.
- Você sabe que podia ter se trocado no banheiro né?-Perguntei e ela abriu e fechou a boca, pela primeira vez, ela não tinha uma resposta pra minha pergunta.
Aria apenas rolou os olhos e me puxou pela mão até a cama.
Nós deitamos um de frente pro outro.
- Pode dormir Aria, não vou ficar bravo com você.-Ela sorriu.
Aria fechou os olhos e ficou assim por um tempo.
- Harry, você não sabe fazer isso né?
- Isso o que?
Sem aviso prévio, Aria chegou mais perto e encostou a cabeça no meu peito,jogando uma mão por cima do meu corpo. Ela puxou minhas mãos até sua cintura e deixou elas lá. Logo, Aria respirava calmamente, ela havia dormido.No meio da noite, Aria acordou, ela passou a mão no travesseiro ao seu lado e notou que eu não estava mais ali. Soltei um pequeno riso e ela se virou pra mim.
- Você não dormiu né?
- Não.-Falei colocado os pés no encosto da poltrona em que estava sentado.- Mas não quis te acordar.
- Eu sinto muito.-Ela disse se deitando e virando pra mim.
- Pelo que?
- Você me chamou pra te ajudar,e tudo o que eu fiz foi dormir.
Queria dizer que não foi só isso, a presença dela alí era como uma âncora, que me impedia de afundar, ou, me jogar da sacada.
- Tudo bem.
Caminhei até ela e me deitei novamente ao seu lado, mas eu estava na ponta da cama, quase caindo.
- Sua camiseta tem cheiro bom.-Ela disse levantando a gola até o nariz.
- Eu sei, eu sou incrível!
Aria deu um pequeno soco na boca do meu estômago, não era pra doer, mas meus curativos não eram dos melhores.
- Harry?-Ela perguntou com a testa franzida.- Por que não quer eu ascenda as luzes?
Olhei pra baixo, mais especialmente pra manchas de sangue na camiseta branca, eu realmente sou péssimo com curativos.
Aria se sentou na cama e eu sentei ao lado dela.
- Ele bateu em você? Seu pai...ele...?
- Não. Depois da briga, eu sai, e me meti em confusão.
Ela fez uma careta.
- Acende a luz.
- Não.
- Harry ascende a porcaria da luz.-Ela ordenou autoritária.
Levei a mão até o abajur no criado mudo e acendi. Aria levou as mãos até meu rosto, e observou o corte em baixo na bochecha, o olho roxo e outro pequeno corte no lábio inferior.
- É só isso?
- Não. Mas eu não quero que você veja.
Harry seu idiota, por que não disse a ela a verdade? Que gritaria pela ajuda dela. Que precisava dela.
Sem qualquer sinal de bochechas vermelhas, Aria ergueu minha camiseta, ela levou uma mão a boca quando viu os roxos e cortes no meu abdômen. Tive que bloquear qualquer pensamento errado quando ela encostou no meu peito.
- Você não sabe fazer curativos.
- Eu sei.- Admiti.Aria
Harry me encarava enquanto eu limpava os machucados no peito dele, eram muitas marcas roxas e alguns cortes, mas não eram tão ruins, logo ficariam bons.
- Nunca achei que você perderia uma briga.
- Você deveria ver o outro cara.-Ele disse esticando o corpo.
Eu ri e colei um pano com pomada em volta do tronco, e também fiz curativos melhores do que os dele.
- Acabei.-Falei.
- Obrigada. Mesmo.
- Não precisa agradecer.- Falei.- Ainda falta seu rosto.
Ele sorriu e me puxou pra perto.
- Foi mesmo um beijo de consolo?
- Não.-Adimiti.- Eu beijei você porque eu...meio que gosto de você.
Harry me puxou pro seu colo, colando minhas pernas uma cada lado do seu corpo e me beijou, foi como anestesia, eu não sentia minhas pernas e tenho certeza de que se ele não estivesse segurando minhas costas eu cairia, eu dei permissão e ele adentrou minha boca, envolvi minhas mãos em seu pescoço.
- Eu tenho que terminar o seu rosto.
- Eu sei, isso foi só a anestesia.
Eu ri e terminei os curativos. Harry deitou na cama e me puxou junto, deitei em seu peito e apesar dos machucados, ele não reclamou, com a mão que não estava na minha cintura, Harry desenhava círculos com o dedo no meu ombro. E assim eu dormi.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Longo né? Espero que tenham gostado!
Bom eu tenho 3 coisas pra perguntar?
1° Gostaram da nova capa?
2° Minha amiga deu a idéia de fazer uma playlist do Harry e da Aria se vocês quiserem eu deixo no próximo capítulo!
3° Vocês querem que eu foque mais na parte romântica (isso incluí o relacionamento de cada personagem), na parte mais heróica ( já que estamos falando da Marvel) ou um pouco das duas?XOXO
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•Red and Gold•
Action#EM REVISÃO E se você descobrisse que não é órfã? E se seu pai fosse um Gênio, Bilionário, Playboy Filantropo? E se seu pai fosse Tony Stark? Eu sou Aria Stark, e sou filha do Homem de Ferro... SEASON 1💫