Um mistério.

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Jasper dirigia com toda pressa que lhe cabia no momento, estava cada vez mais preocupado porque Ravena não parecia estar perto de se acalmar, mesmo com as ondas de calma que enviava para ela. Olhou para o banco de trás e freou o carro quando percebeu o que acontecia com sua companheira. Ele desconfiava que o problema não seria resolvido tão simples apenas com suas manipulações. E se desesperou quando percebeu que Ravena respirava com dificuldades.

Rapidamente pulou para o banco de trás e mesmo no espaço apertado, se inclinou para perto de Ravena pegando seu rosto delicadamente com as duas mãos. Ela estava suando e seus olhos se mantinham abertos com muito custo. 

- Ravena? - Ela pareceu lhe ouvir mas ainda não reagiu muito ao seu chamado. Deixando Jasper ainda mais apavorado. - Amor...por favor.

Ravena queria dizer que estava ouvindo, que estava ali, mas não conseguia. O ar parecia escapar cada vez mais do seu pulmão. levantou sua mão e repousou em cima da mão do loiro que estava em sua bochecha, apertou levemente, indicando que estava ouvindo.

Jasper se pudesse chorar já estaria se debulhando em lágrimas. Olhou nos olhos de sua companheira que abriram naquele momento, minimamente. Respirou fundo e decidiu agir, se era ar de que ela precisava, ele iria fazer o pulmão dela implorar por ar inconscientemente. 

- Eu vou fazer algo, Ok? - Recebeu um aperto pequeno em sua mão. Ótimo, era a confirmação que precisava. - Me desculpe por isso, nosso primeiro beijo não era para ser assim!

Ravena pareceu momentaneamente confusa, mas Jasper não lhe deu chances de pensar muito porque no segundo seguinte, colou seus lábios gélidos ao dela. 

Ravena recebeu um choque pequeno e fechou os olhos com a surpresa do beijo. Sentir os lábios de Jasper pressionando os seus era uma sensação diferente. Estranha, mas boa! 

Jasper tinha os olhos fechados enquanto seus lábios estavam pressionados em um simples selinho. Queria aprofundar o beijo, mas a ideia inicial era fazê-la prender a respiração para que seu cérebro estendesse que precisava puxar o ar para os pulmões, e não tirar-lhe o resto do ar. Por isso freou o impulso de aprofundar.

Ficaram com os lábios colados por intermináveis segundos mas quando Jasper percebeu que Ravena já estava com a respiração mais calma, lentamente, foi desgrudando seus lábios. Podendo enxergar ainda com os rostos bem perto, os olhos de Ravena se abrindo. Jasper estava sempre admirando sua doce companheira sempre que tinha oportunidade, e achava que conhecia cada detalhe daquele rosto simétrico. O loiro não poderia estar mais enganado.

Se possível, Jasper se encontrava ainda mais encantado enquanto olhava cada detalhe, agora de pertinho, do rosto de sua companheira. Seus olhos de um azul tão profundo, pareciam perfurar na alma de Jasper. Seus cílios branquinhos por causa do albinismo, seus cabelos brilhosos que qualquer ser humano normal teria inveja por conta da naturalidade que eles parecia emoldar seus rosto de forma excepcional. Ela era tão estonteante.

- Você se sente melhor? - Perguntou baixinho. Ravena assentiu positivo enquanto sentia seu coração disparar em sua caixa torácica. - Bom...vou te levar para minha casa tudo bem?

Ravena franziu o cenho confusa, olhou ao redor, percebendo só agora que estavam parados no meio de uma estrada com a floresta ao redor. Uma pessoa normal teria medo de estar em uma estrada deserta no meio do nada com um estranho que só conhece à dois dias. Mas Jasper fazia Ravena se sentir segura, e confortável em sua presença. Algo que nenhum outro conseguiu. 

- Por que sua casa? - Perguntou já mais calma. Voltando a ser a Ravena serena que todos conhecem.

- Eu quero que descanse um pouco, o que acha? - Perguntou um pouco nervoso, afinal, tinha apenas pegado o carro e dirigido feito um louco. Droga! Se xingou em pensamentos, o que Ravena iria achar dele agora? No entanto, como sempre, sua garota sempre o surpreendia.

Almas condenadasOnde histórias criam vida. Descubra agora