Alma condenada.

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P.O.V. Autora.

Se encolheu no cantinho que estava, quando mais uma onda de brigas entre dois dos recém criados que estavam ali começou. Já havia presenciado uma daquelas brigas antes, mas não tão violenta quanto essa que estava acontecendo agora. Nem tinha um real motivo para tal, mas eles estavam ali, trancados, com fome, sem nem saber qual seria o destino deles. Então qualquer coisa era motivo de brigas.

Ela já havia visto outros discutindo, mas nunca a violência que acontecia à sua frente. Se encolheu ainda mais ao que viu, um dos vampiros arrancar a cabeça do outro, assim, sem mais nem menos, com uma facilidade que ainda a aterrorizava.

- Hey, hey... Parem com isso! - O garoto que havia visto antes, e agora sabia ser um vampiro como ela, entrou feito um furacão no galpão em que estavam.

- Ou o quê? - O cara rosnou. - Queremos sair daqui, estamos famintos.

- Ou eu mesmo vou arrancar sua cabeça! - Rosnou de volta. Olhou ao redor, parando por milésimos de segundos, o olhar na garota encolhida no canto. - Vocês não podem ficar se matando, ou não sairão daqui... Ainda preciso de todos vivos, só assim para conquistarem a liberdade.

Eles não ousavam questionar nada, até porque, não conheciam a condição em que estavam agora, e aquele garoto que tinham transformado todos eles, parecia o único que sabia como guiá-los.

Tão ingênuos.

- E quando vai ser isso?

O vampiro lançou um olhar cortante para quem fez a pergunta.

- Logo.

E saiu sem mais explicações, levando consigo, o corpo do outro vampiro no chão, para queimá-lo.

Ela apenas olhava tudo e todos sem se misturar, estava assustada, com medo e com fome. Só queria acordar desse pesadelo, quase pensou que queria sua casa de volta, mas aí, lembrou que não tinha uma moradia com que pudesse voltar, nem ninguém da qual pudesse lhe ajudar. Mas quem ajudaria? Nunca lhe estenderam a mão nem quando era normal, ainda mais agora que havia se transformado numa espécie de monstro. Estava condenada, estava com a alma condenada!


- Problemas?

- Nada importante, só estão irritados.

- Quantos já temos?

- Perto dos cem.

- Hum... Uma centena... - Sorriu de lado satisfeita. - Muito bem, Riley, Está se saindo muito bem.

O vampiro sorriu satisfeito.

- Você está feliz agora? Tem o que queria...

- Ainda não. - Falou seca. - Mas logo, logo, Vou estar.

- O que mais quer que eu faça?

- Complete os cem, eles são um Clã forte, mais não são muitos. - Fitou o vampiro. - Você pegou o que eu mandei?

- Sim. - Levantou o pano vermelho. - Aqui está.

- Ótimo, já sabe o que fazer. Vamos deixar esses vampiros sedentos.

Assistiu o garoto dar meia volta e ir fazer o que mandou. Sorriu satisfeita, assim que gostava, bem obediente, o tolo. Voltou a olhar o horizonte, estava tudo correndo como o planejado, tudo certo.

- Estou chegando, Cullen's.

...

Estavam se aproximando com o carro, ao longe, Ravena enxergou os Cullen's todos na porta. Mas da feita que o carro se aproximava, um cheiro horrível de cachorro molhado invadia seu olfato. Deus, o que era aquilo?

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