As Selecionadas

Uma lição para Malvin

    Estava chegando do meu passeio matinal com Jungkook após o treino, pois o mesmo estava fazendo de tudo para que eu dissesse " sim ", mal sabia ele que eu já o pertencia, mesmo antes de tudo isso. Nos encontramos quando éramos pequenos, e durante muito tempo, o pequeno Príncipe herdeiro era a pessoa com que eu desejava sonhar à noite. Eu o encontrei em uma floresta escura e o vi assustado, minha família lhe ofereceu abrigo até descobrirmos que ele de fato era o Príncipe Jeon. Com o tempo, meu fascínio pelo o menino se dissipou, mas meu fascínio pela monarquia jamais.

   Fiquei um tempo me perguntando se o Jungkook se lembrava de mim, que eu era a menina de cabelos castanhos longos, agora curtos, da floresta, e a resposta veio clara e óbvia: Não. Ele não lembrava.

    Deixei esse assunto passar, porque ter que aceitar que aquela situação foi mais memorável para mim do que para ele é constrangedora. Ele ao menos associou meu nome e apelido como a menina de anos atrás que o oferecera abrigo. Isso estava guardado perfeitamente nas profundezas do meu coração, até que, minha irmã mais velha me mandou uma carta que dizia como estava sendo a nova casa, casa cujo a seleção me permitiu comprar, e ela dizia que na mudança eles encontraram o anel de coroa com o brasão da Família Real junto com uma carta. Escrita dizendo: Use-o e eu a encontrarei.

   Isso mudou tudo.

  Talvez Jungkook não tenha associado, pois ele deve pensar que a Junnie que ele conheceu estaria usando. Essa carta e esse anel me deixaram realmente pensativa. Ele foi o único menino que gostei, até me senti mal por não saber escrever e ter o linguajar do Jungkook com 11 anos.

  Durante nosso encontro, eu tentei falar com ele sobre, mas não tive coragem. Eu tenho que aceitar que ele foi o meu amor de infância enquanto seu amor de infância era Camille.

— Você vai continuar fazendo o Jungkook de trouxa, Junnie? — Less me pergunta me trazendo de volta à realidade.

— Não necessariamente estou o fazendo de trouxa, eu apenas gosto de vê-lo tão empenhado para que isso der certo. — Justifico.

— Eu acho certo. Na verdade, acho que ela deveria fazer pior. —Bee diz com um olhar sombrio.

— Quanto mais os dias se passam, mais eu percebo que Bee precisa do Jimin. — Sue diz rindo.

— Não sou dependente de homem igual à você. — Bee responde, mas logo se arrepende do que disse — Desculpa.

— Tudo bem. Eu já imaginava que você ia dizer isso... Mas o que eu quis dizer é que, você só está em paz quando o Jimin estar por perto.

— Ok, meninas. Vou deixando essa conversa saudável para depois, tenho que ir conversar com a Sarah Chan e Malika. — A menina percebe que todas fazem um sinal de confusão, e ela se prontifica em responder — Eu também não sei o que elas querem.

  Assim que Less saiu, as meninas se olharam e assentiram. Porque hoje,  o plano delas iria se concretizar.

  Hoje as meninas iriam fazer uma visita ao condenado à cadeira elétrica: Malvin.

Elas se separaram e se vestiram com vestido que não chamasse atenção. Sue iria distrair os soldados com a ajuda de Luhan, Bee iria fazer com que os soldados do cativeiro de Malvin saísse para que Junh e elas entrassem depois.

— Junh, eu ainda não me sinto muito bem em deixar você sozinha com aquele cara... Ele provavelmente estuprou a Less. — Sue diz, demostrando sua insegurança e preocupação.

— Está tudo bem, Sue. Eu sei me cuidar. — Garanto.

— É claro que sabe. — Ela murmura. Ouvimos passos de pessoas indo em direção das masmorras, nos escondemos automaticamente.

— Merda... — Bee diz com raiva.

   Era Namjoon, o mesmo estava com uma tala no nariz e em volta roxo enquanto dizia fanho algumas coisas aos seus soldados. Bee coloca a mão na boca tentando controlar o riso.

Claro. Foi Jungkook.

Ele tinha me avisado que iria se resolver com ele, mas não sabia que seria fisicamente.

Quando eles finalmente saem, Bee tem mais um trabalho além de despistar os soldados, teria que despistar Namjoon. Cada uma se separa e caminham cada uma para o seu destino.

   Vou confiante quando não vejo ninguém em meu caminho para as masmorras. Quando abro a porta,  invés de um soldado arrependido e vivendo em desconforto, vejo um soldado em uma cama confortável e uma mesa com comidas diversificadas. Não estava com mesmo aspecto que dá última vez que eu estive lá, só de pensar causava-me arrepios. O soldado pula de susto e franze as sobrancelhas. Eu caminho em sua direção dando-lhe um soco fazendo com que Malvin caísse desprevenido no chão.

— Lembra de mim, Malvin? — Pergunto o puxando pelo o cabelo.

— Você é a puta particular do príncipe, num é? — Ele diz sorrindo com sangue nos dentes. Aquilo faz meu sangue ferver de raiva. Pego em seu pescoço o levantando para que ele fique cara a cara comigo.

— Posso saber porquê você está sendo tratado como uma merda de um ser humano nessa masmorra? — Ele me empurra e consegue me dar um soco na lateral do meu rosto, cambalheio pelo impacto. Ele me joga no chão, mas quando ele se aproxima consigo empurrá-lo com os pés em seu peitoral. Fico por cima dele o socando repetidamente. Ouço a porta ser aberta, mas não olho para ver quem é.

— Mas quê porra, Junnie... — Bee vocifera me tirando de cima dele. Ela olhou para o meu rosto que estava sangrando provavelmente, mas só nego com a cabeça. Sue entra com Less, me deixando extremamente confusa.

Quando combinamos de contar para Less sobre isso tudo?

  Malvin gargalha quando vê minha amiga, ela caminha com raiva e o chuta.

— Seu merda. — Ela diz, ele gargalha ainda mais.

— Quer repetir aquela noite? — Less nubla sua expressão, engulo em seco. Minhas dúvidas estão praticamente sendo respondida.

— Gente, o que vocês querem fazer ou falar tem que ser logo! Os soldados provavelmente vão voltar. — Diz Sue, já que a mesma estava vigiando a porta.

  Less levanta a camisa dele, fazendo com que ele abra um sorriso de orelha à orelha.

— Bee e Junh, me ajudem aqui. — Meio incertas do que ela queria, ajudamos à segurar ele pelos seus braços. Ele geme de dor.

— Calado, Malvin. — Less sorri — Foi a mesma coisa que você me disse, não é mesmo? " Calada, Less. Vamos só brincar ", e advinha? Vamos fazer isso agora também! — Ela diz com uma falsa animação. Olho para Bee e a mesma me olha preocupada. Ela continua:

— Você me marcou naquela noite, na verdade, marcou minha vida toda. Então, para ficar justo, queria te marcar. Assim como você marcou meu corpo naquela noite. — Ela levanta levemente seu vestido, pegando uma faca na sua cinta liga — Armas fazem barulho.

  Ela dá uma justificativa olhando para mim. Como se eu estivesse me perguntando o porquê da sua arma não estar ali. A mesma pega a faca e gentilmente e lentamente escreve um " L " em sua barriga. Malvin grita de dor e Bee arranca um pedaço de seu vestido para tampar a boca do homem. Quando Less acaba, sorri.

— Vamos, gente! Luhan está na porta com o Rei.

  Sue alerta, fazendo com que eu levante e puxe Less, mas a mesma não se movia. Ela volta seu olhar pra Malvin.

— Espero que vá pro inferno. — E cospe nele.