Capítulo 4

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Noah


A vendo correr pelo corredor com Alícia ao meu lado enquanto íamos para a mesma aula, biologia, Amber saiu em desespero como se um acidente tivesse acontecido. Andávamos à procura da nossa sala, contudo não houve tempo de ver o seu rosto, se estava chorando e até mesmo o oposto, como tranquila ou só fugindo de alguém.

— Que desleixada.

Alícia não perdia uma oportunidade de chacota contra qualquer pessoa que ela não gostasse.

— Ela não parecia bem. — Tentei contornar a situação.

Esses tipos de atitudes da Amber só aumentava a minha curiosidade sobre ela e me ocorriam perguntas como: porquê ela estava correndo? De quem ela estava correndo? Para onde ela estava indo? Olhei até seu último passo.

— Vai defender a coitadinha agora? Pensei que sua namorada fosse eu.

— Eu jamais defenderia uma garota que não fosse você.

— Não é o que parece.

— Ela é toda estranha e como você disse, desleixada.

— Assim que gosto de ver meu amorzinho.

Pousou um beijo na minha bochecha e então entramos na aula, no qual era tão chata quanto a maioria. Apesar das minhas notas não serem ruins, não eram lá essas coisas, devido ao fato de nunca ter reprovado, porém depender da recuperação que sempre foi a minha salvação. Eu ligava mais para o futebol do que para as coisas que aconteciam dentro da escola em geral, mas com o Théo fora da jogada, ficava mais difícil treinar o time. Ele era o meu apoio e um dos melhores jogadores, até mesmo um dos melhores lançadores.

— Noah, lanchonete em cinco minutos.

— Vou estar lá.

Depois do treino, havíamos marcado novamente de ir a lanchonete para discutir sobre o campeonato e sobre a entrada das líderes de torcida. Como somente a Alícia representava o grupo, apenas ela compareceu, e claro, fomos juntos.

Amber veio nos atender, mas antes eu tinha certeza que ela havia tentado convencer a sua colega de trabalho a vir no seu lugar, pelo fato de não parecer estar feliz em seguir até nossa mesa, e com razão. Novamente os meus colegas de campo a zombaram e acabei por entrar na onda para não me encararem com um olhar feio igual ao dia anterior. O sorriso que ela colocou no seu rosto me chamou a atenção, ignorando qualquer insulto e voltando a trabalhar normalmente.

Na entrega dos pedidos, ela sorriu largo ao ver que não seria ela a entregar os pedidos, embora por algum motivo eu desejar que ela chegasse perto novamente, pois mesmo a insultando e até gostando disso, eu queria que ela se aproximasse. A observei por um longo prazo e então prestei atenção na nossa reunião.

— Eu acho que além de apresentarmos antes do jogo, nós podíamos fazer uma pequena entrada em cada intervalo.

— Com qual propósito, Alícia?

— Simples, Matt. — Arqueou uma sobrancelha se mostrando decidida quanto sua escolha. — Atrair a atenção do público para aqueles que vão embora no meio da partida.

— Mas isso acontece com ou sem líderes de torcida. — Ressaltou.

— Não exatamente. Eu e as meninas já testamos essa ideia, se é que você se lembra de alguma vez.

— Amor, eu acho a sua ideia ótima.

— É claro que você acha, é obrigado a isso. — Matt se intrometeu.

— Obrigada Amor, mas isso aqui já está virando uma bagunça. Vou para a casa da Sofia. — Deu um selinho de despedida nos meus lábios.

— Matt, não é porque sou namorado dela que concordo com a ideia. Eu achei boa.

Entre Desafios [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora