Noah
Era dia e eu estava em um jardim. Nele, havia tantas flores que era totalmente normal achar estranho, por não me lembrar de já ter visto um jardim tão florido e presente em cores na cidade. Apenas algumas árvores com flores amarelas enfeitava a passarela de carros e não passava disso. Mas lá estava eu, andando dentre elas e seguindo uma luz forte que me puxava. Caminhava pela estrada que separava o mar de flores, mas tinha algo a suspeitar. Por quê estava naquele local, se mal gostava de flores? Naquele momento de dúvida que olhei à minha frente, assim que a luz diminuiu, pude ver os cabelos curtos acastanhado e o vento o balançando. A dona daqueles fios estava sentada em um banco e o pálido da sua pele era mais presente pelo reflexo de luminosidade estar praticamente em cima de si. Mas ela não se encontrava sozinha, e sim com um rapaz. Alto, cor parda, cabelos negros e balançando junto aos dela com o vento acompanhando a mesma brisa. Se olhavam e riam juntos.Parecia cena de filme, onde eu corria para tentar alcançar a garota, mas só na minha mente por não poder chegar até eles. Como se algo a despertasse, reagiu se virando para trás. Seus olhos fitava meu rosto, soltando um estridente sorriso esbranquiçado e se levantando, me chamava. Seu enorme vestido branco, grande e solto balançava em ondas. Com uma curva sincera em meus lábios por finalmente notar que eu estava alí, dispensou o garoto que estava ao seu lado, estendia a mão para por fim dizer:
— Estive esperando por você, Noah.
Segurei sua mão sem pensar duas vezes tão forte e feliz por escutar aquelas palavras vindo da sua boca que não resisti pressionar meu corpo ao seu, deixando nossas respirações próximas e ofegantes. Suas bochechas ficaram coradas e suas mãos apoiadas em meu peitoral me apertaram. A sensação de arrepio e leveza que aquelas mãos me traziam, fazia eu me sentir em casa e confortável. Seus lábios entreaberto e os olhos se fechando, implorava pelo meu beijo.
A cena agora, era somente nós dois dentre um mar de girassóis. O vento arrancava algumas pétalas e porventura grudava nos seus cabelos. O garoto que a acompanhava já não existia mais, e o cheiro doce das flores exalava nossas narinas. Senti o brilho no meu olhar ao perceber que iria experimentar o sabor daqueles lábios carnudos.
Eu estava prestes a beijar Amber Watson.
Me aproximei, tão feliz por finalmente aquele momento acontecer.
E então, eu acordei.
Suspirei fundo ao perceber que a única coisa real, era a luz vibrante da janela batendo no meu rosto pelas cortinas estarem abertas.
Apesar da mensagem de provocação que enviei a Amber na noite anterior, ainda cumpria seu desafio.
Estava cada vez mais difícil ignorar ou dar desculpas a Alícia, tendo em visto que apenas nossa conversa por telefone não foi suficiente para ela não aparecer na minha casa. Minha mãe a atendeu e a convenci dizer que não estava apto para receber visitas. Como seu gênio sempre fora forte, deveria imaginar que não seria suficiente. Insistindo para subir, tranquei o meu quarto e tendo como plano estar por dentro do encontro que Amber teria com Théo, planejei uma fuga antes que conseguisse achar a chave reserva que dei a ela alguns meses depois de começarmos a namorar. Claramente não me devolveu quando terminamos, talvez com a intenção de voltar, igual fez. Coloquei um moletom marrom e desci a minha casa pela janela. Como tinha alguns pisos a mais para fora como decoração da construção, os aproveitei para meu apoio. Quando não tinha mais esses pisos, meu caminho estava mais fácil pela enorme árvore que tinha perto da janela do meu quarto. Os galhos eram grossos e não seria a primeira vez que estaria fugindo por eles. Pulei no gramado assim que consegui descer, olhando para ver se Alícia já não tinha saído. Sem pegar meu carro para não dar nenhuma pista que estaria lá, pensava que ao menos em uma coisa fui esperto. Théo já tinha me dito em qual restaurante iriam, já que fazia parte do seu plano. Não era um lugar que a levaria para um encontro caso fosse de verdade, mas não poderia opinar já que deixou claro que só queria saber sobre o seu irmão. O restaurante era bastante sofisticado, principalmente quando se tratava de um prato de comida, que o preço mal cabia nos dois bolsos do paletó e para a minha sorte, não era tão longe da minha casa.
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Entre Desafios [CONCLUÍDO]
Любовные романы+15 Saga Desafios: Livro um. Durante a sua vida, Amber não imaginava o quão doloroso seria perder a mãe e ter que cuidar do seu irmão adoecido, mesmo tendo seu pai ainda por perto. Os olhares curiosos sobre a sua vida a tiram da zona de conforto e d...