Capítulo 13

247 77 120
                                    

Com o time em campo e observando meus colegas se prepararem, meus pensamentos se voltavam para o momento em que estive com Alícia. Sua companhia fora sustentada por uma mesa, no segundo andar, prendendo grunhidos que certamente fariam sons inesquecíveis caso a sós em local privado. Tê-la comigo novamente deixava minha mente impura quase o tempo todo, e no restante dele, outra pessoa tomava conta sem permissão do meu raciocínio. Amber. De forma alguma me sentia emocionalmente dividido, mas convencer a mim mesmo dessa verdade não era uma tarefa fácil, pois quando perto sentia meus batimentos errarem por alguns segundos, calafrios e poros dilatados se faziam presentes e o formigamento nos lábios já virara costume. Eram sentimentos completamente diferentes, por uma liberar meu espírito selvagem e outra a sensação de sensibilidade.

— Certo, vamos começar marcando um jogo para o final da semana que vem. Todos de acordo? — O treinador perguntava. Voltei minha mente ao campo e então coloquei meu foco nas nossas estratégias.

— Estou de acordo, se o time também estiver. — Não quis causar discórdia ou mais uma confusão com o Matt. Sabia que em qualquer oportunidade, ele soltaria seu veneno contra qualquer ideia que colocasse na roda.

— De acordo. — O encrenqueiro concordou.

— Nós também estamos. — O restante do time concordou.

— Théo, acha que não consegue jogar? — O treinador insistia.

— Desculpe, recomendações médicas. — Mostrou a pequena muleta de um pé só apoiada pelo seu braço.

— Certo, vamos trocar algumas posições então.

Organizando adequadamente cada componente em um devido espaço afim de preenchê-lo, observava com cautela para não me confundir, deixando minha posição para o jogo principal, com o intuito em não correr riscos de gravações indesejadas.

O comando estaria nas mãos de Matt, deixando minha atuação no lançamento e outro componente fora do seu costume de linha de fundo no arremesso. As adaptações eram extremamente necessárias e não dedicar a isso seria o mesmo que entregar a partida de graça ao adversário. Contudo, se necessário, alguns voltariam a sua zona de conforto se com clareza desse para perceber que seria algo prejudicial ao time.

Horas foram suficientes para estarmos basicamente prontos para o próximo jogo, e o refresco de fim de treino era meu aliado chuveiro.

Deixando a água cair em meu corpo como quem não quer nada, questionava se Amber ainda estaria na escola afim de provocar um encontro proposital.

A aproximação de Amber e Freddy estava clara na minha percepção, por ver os mesmos conversando fora do horário de aula e compromissos importantes, o que antes vendo a amizade de ambos parecia algo mais colegial a pessoal. Obviamente não poderia deixar que meus planos fossem atrapalhados por uma futura intimidade que se criaria, e com isso, os interrompi.

— Preciso falar com você. — Olhei para ela, sua cara fechada e enojada estava explícita. — A sós. — Freddy entendeu meu olhar e se retirou.

— Pode falar. — Guardava alguns papéis em uma pasta que estava em cima da mesa a sua frente.

— Falou com o Théo? — Perguntei, curioso e atento a resposta.

— Ainda não. Estive muito ocupada com o meu irmão e assuntos particulares.

— Pretende resolver ainda hoje?

— Vou cumprir o seu desafio, não precisa ficar afobado.

— Não estou.

Sem mentiras quanto a minha afirmação, a única causa para parecer no estado insinuado seria por ela realmente cumprir o desafio. Não que minha confiança em meu amigo fosse baixa, mas não passava ideias específicas na minha cabeça para exigir um encontro em meio ao meu lance. Estava certo de que usaria parte da noite para a debochar e a que sobrasse para descobrir o desfecho do relacionamento com seu irmão. As críticas por nossa roda de amizade se manifestavam de forma desagradável, mas jamais iria gostar de vê-la sendo insultada em público ou algum lugar onde apenas pessoas de alta classe, bem sucedidas e respeitáveis se fariam presente.

Entre Desafios [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora