Capítulo 33

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Amber

Já havia passado dois meses e eu ainda não tive forças para contar ao Noah sobre Paris. Debatia comigo mesma, com as paredes e até mesmo conversava com meu pai sobre o assunto. Esse foi um dos motivos pelo qual me afastei um pouco, principalmente pela proximidade da formatura, no qual minha vontade de ir era absolutamente nenhuma. Já não tinha mais aulas pois a formatura se aproximava e minha vontade de ir em quaisquer festividade era encarado por meus olhos com total desprezo. No último dia de aula recebemos nossas notas e basicamente todos nós passamos, menos o Théo que internou por motivos maiores e se obrigou a parar de estudar. Certamente quando saísse repetiria o ano, ou somente as matérias pelo qual perdeu. Eu já não sentia nenhum remorso ou raiva quando me lembrava dele, meu coração estava limpo a seu respeito.

— Filha, eu vou ao hospital, quer ir? — Bateu na porta ao dizer.

Eu ainda não tinha levantado e muito menos encontrado forças para tal atividade.

— Vou mais tarde, obrigada.

— Então estou indo, beijo.

— Beijo, pai.

Me cobri totalmente com a coberta e minutos sentindo o abafado, me forcei a levantar e tomar um belo de um banho. Talvez eu fosse apaixonada de mais pela água por gostar tanto de um banho e meus pensamentos me auto julgassem por me saciar e acalmar a minha pele sentindo as gotículas escorrerem por ela.

Saí de toalha, abrindo meu armário afim de encontrar uma roupa confortável, mas toda vez que olhava uma peça continuava a pensar no meu irmão, na festa de formatura e nos dias próximos que viriam.

Principalmente, qual seria o meu destino.

Desci as escadas para tomar café, com uma camisola solta e descalça, sem ânimo ou demonstração de interesse em sair de casa. Coloquei café na minha xícara, me apoiei na bancada da cozinha e então a campainha tocou. Andei até a mesma e a abri.

— Amber, posso entrar?

Fiquei surpresa com a sua visita, já não era esperada por pensar que a nossa conversa não bastava, julgando pelas suas atitudes irresponsáveis e quebra de confiança pelo qual eu já duvidava depositar.

— Claro, Sofia.

Abri a porta para que ela se adentrasse e a convidei para sentar-se no sofá, fazendo menção com meu tom de voz minha pouca vontade de ter uma conversa.

— Eu sei que você ainda pode estar chateada comigo, e também sei que o meu ato te prejudicou tanto a ponto de até me afastar de você, mas eu vim pedir desculpas.

— Você já pediu.

— Eu sei, mas, olha.. — Se sentou mais próxima de onde eu estava e confesso ter tido um pouco de sentimentalismo por sentir saudades da nossa amizade, mesmo que ela tivesse quebrado esse elo. — Eu sei que não posso voltar atrás e consertar meu erro, muito menos reatar a nossa amizade ao que era, mas eu preciso do seu perdão.

— Você está certa, não tem como voltar ao que era. — Fui curta e talvez seca ao ponto de enxergar seu arrependimento em bater na minha porta.

— Eu tive uma conversa séria com a Alícia. — A olhei como não tinha feito desde que ela entrou, pois sentiria pena da sua reação caso visse minha falta de humor. — Faz um tempo desde que eu não converso com ela, porque não aprovei a ameaça que ela fez.

— Depois de feito, não há arrependimento que faça o perdão ser presente, Sofia.

— A questão é que não tenho mais contato com ela, pois percebi que não vale a pena ter uma pessoa como ela por perto. — Lembrei de quando haviam me dito que ela perceberia.

Entre Desafios [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora