Capítulo 31

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Amber

Andava pelos corredores do ginásio até sair do local, com o coração apertado porém feliz por ele ter conquistado o que sempre quis. Atrás do volante tudo parecia certo, a minha ida a Paris, o Noah conquistando seu futuro de ser um jogador e o fato de que não tinha espaço alí para mim. Aquele era o sonho e a vida dele, eu não podia interferir com os meus problemas e encher ele de preocupação.

Dirigi até a cafeteria onde o Diego havia me levado quando nos reencontramos depois de tempos.

— Um café por favor. — O atendente assentiu e foi pegar.

Assim que ele entregou, assoprei para não queimar os meus lábios mas pareceu inútil, já que queimei da mesma forma e levei um susto, derramando parte dele na minha roupa.

— Ei, cuidado. — Um voz masculina conhecida estendia um guardanapo para eu me secar. — Você está bem?

— Diego? — O olhei surpresa. — O que faz aqui?

— É assim que me agradece? — Disse com seu sorriso encantador, o mesmo que ele sempre teve.

— Desculpa. — Ri fraco. — Obrigada. — Terminei de me limpar.

— Respondendo a sua pergunta.. eu venho aqui as vezes, embora não me encontre mais com os meninos, esse se tornou meu lugar favorito da cidade. — Sorri, entendendo sua frequência. — Mas e você, o que faz aqui?

— Eu.. — O garçom me entregou outro café e o Diego insistiu em colocar na conta dele, mesmo eu contradizendo. — Vim esfriar um pouco a cabeça. Tem muito em jogo e bem..

— O que?! — Me interrompeu antes que eu pudesse terminar de me explicar. — Não me diz que você e o Noah ainda estão naquele joguinho idiota?

— ..Eu precisava pensar se aceitarei ir para Paris caso o meu irmão parta. — Terminei de dizer assim que ele encerrou a pergunta.

— Me desculpa.. Amber.. eu não sabia. — Suspirou, virou para frente e agradeceu ao garçom pelo capuccino.

— Tudo bem. — Bebi meu café e encarei a xícara vazia. Nem tinha notado que engoli tudo de uma vez. — O problema é que se eu for para Paris, eu estaria deixando tudo para trás, inclusive o Noah.

— Mas porque você tem que ir?

— Porque eu não conseguiria ficar aqui, e passar tudo pela segunda vez. — Suspirei fundo.

— Já conversou com ele?

Observei a forma de coração do seu capuccino e as ondas que o mesmo fazia, até dissolver açúcar em sua xícara e então ele se desfazer por completo.

— Não. — Suspirei fundo, cruzando os braços e os apoiando na bancada.

— Porque?

— O Noah venceu no campeonato de futebol americano e provavelmente vai conseguir uma vaga para se tornar um dos jogadores famosos da cidade.

— Tá falando sério? — Assenti, sorrindo de lado, meio sem graça. — Caramba, Amber, isso é ótimo!

— Sim, é mesmo.

Sua empolgação desapareceu assim que meu tom de voz foi se abaixando até ficar mudo.

— Por isso não quer contar a ele, não é?

Assenti.

— Ele tem os problemas dele, inclusive com a mãe, mesmo ela tendo ido no jogo dele. Eu jamais colocaria ele nos meus.

— O que acha que aconteceria? Ele não seria capaz de te apoiar e estar do seu lado?

— Não é isso, ele me apoia e até foi no hospital por mim. — Fiquei contente ao me lembrar. — Agora ele vai ter uma carreira para seguir, e o foco dele é esse. Ainda temos a Alícia no nosso caminho, aquela não larga do meu pé nem morta. Além do mais, que tipo de pessoa eu seria se simplesmente jogasse tudo o que sinto em cima dele?

Entre Desafios [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora