Noah
Depois de tanto me perturbar dando razão ao Diego por ter me afastado do Théo, mesmo ele tendo discutido pela Amber, eu tinha que estar ao seu lado por mais que ele me rejeitasse. Fiquei pensando se o Théo não tivesse manifestado apenas a sua versão, pelo seu irmão ser tão compreensível e recorrer a mim como o errado da história. Porém, ele era meu amigo e por mais que ainda estivéssemos chateados um com o outro, eu tinha que estar lá nem que fosse a última vez que eu o visse.
Assim que saí da escola e terminei meu almoço, dirigi direto para a clínica de reabilitação onde se localizava em um lugar isolado da cidade.
Entrei, e fui até a administração do local.
— Boa tarde jovem, em que posso te ajudar? — Dizia uma mulher já mais de idade, porém bem atenciosa e educada.
— Eu quero visitar uma pessoa.
— Nome do paciente e parentesco por favor.
— Théo Foster, sou um amigo.
— Assine a lista de visitas e pegue um crachá. — Me entregou uma caneta e um caderno de tamanho médio com a ficha do Théo. Os únicos nomes na lista era da sua mãe e do Diego, senti um aperto no coração ao saber das pessoas que realmente se importavam com ele. — Isso deverá ser devolvido assim que sair, não se esqueça, por favor. — Estendeu uma caixa pequena cheia de crachás. Peguei um, o coloquei no pescoço e agradeci.
Andei até o pátio a procura do Théo. Facilmente dava para identificar quem eram os pacientes e quem eram os cuidadores das pessoas presentes no local, já que uns vestiam apenas camisa, calça ou bermuda branca e outros vestiam jalecos com crachás de identificação no pescoço.
O jardim era lindo e transmitia uma calmaria significativa para quaisquer pessoa que caminhasse no local.
A frente, sentado em um banco olhando para o campo verde repleto de árvores a frente, onde limitava a ida dos pacientes, pude reconhecer quem era. Me aproximei, sem dizer uma palavra e para me igualar apenas sentei ao seu lado. No mesmo instante ele olhou para o lado, curioso com quem havia se posicionado ao seu lado como se fosse a primeira vez desde que entrou na reabilitação.
— Théo. — O chamei, tocando no seu ombro.
Ficou alguns segundos paralisado e em silêncio, até que não se aguentou e me abraçou com força, como se fosse uma visita esperada ou aquele lugar estivesse sufocando a sua sanidade.
— Você está bem? — Perguntei preocupado enquanto ele se afastava.
— É bem difícil estar bem quando se está preso em um ambiente cheio de gente vestido de branco como se fosse um senatório.
— Eu não devia ter perguntado. — Ri fraco e ele fez o mesmo.
— Porque você veio? — Foi direto ao ponto.
Enquanto ele esperava uma resposta, uma moça com jaleco veio até nós e entregou um suco de maracujá para ele e um de morango para mim.
— Seu irmão me deu um empurrão.
— Eu disse para ele não falar com você. — Tomou um gole do seu suco e encarou o chão. — É horrível saber que a sua visita não passou de um convite forçado do Diego.
— Não, Théo. — Neguei rápido. — Faz dois dias desde que ele me fez esse pedido. Para ser sincero, eu me perguntei se era certo vir. — Bebi o suco e entreguei o copo a mesma moça que passou por nós quando o trouxe. Théo fez o mesmo. — O jeito que conversamos pela última vez foi como se fôssemos duas almas concorrentes, sendo uma delas protetora e a outra vingativa.
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Entre Desafios [CONCLUÍDO]
Romance+15 Saga Desafios: Livro um. Durante a sua vida, Amber não imaginava o quão doloroso seria perder a mãe e ter que cuidar do seu irmão adoecido, mesmo tendo seu pai ainda por perto. Os olhares curiosos sobre a sua vida a tiram da zona de conforto e d...