Capítulo 14

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Amber

Um pequeno tira gosto reunia nossa família em casa, e apesar de meu irmão permanecer no hospital, contávamos com a esperança de que logo estaria entre a roda.

- Quando meu pequenino sobrinho irá sair do hospital? - Perguntava enquanto se servia.

- Ele está melhorando, mas ainda não sabemos. - Afirmou, meu pai.

Fomos notificados pela enfermeira cuidadora do nosso guerreiro, que as crises estavam bem controladas e havia apresentado melhoras no seu quadro. Embora alguns procedimentos fossem necessário para contribuir com sua evolução, o sorriso em seu rosto contagiou todos nós por ver o quanto se sentia estável.  Com o propósito de manter aquela linda curva que aquecia nosso coração e alegrava a alma, contava histórias engraçadas sobre o meu dia na lanchonete, e até mesmo pequenos contos inventados na intenção de aproveitar seu melhor momento.

- Temos que esperar o diagnóstico do médico, só assim saberemos quando ele sairá. - Sorri, confiante.

Ao fazer um pequeno prato para mim, logo estaria em um encontro com Théo, e para o meu azar aquele furacão de sentimentos e ideias sem saída para ser curto tomava conta dos meus pensamentos.

Sobre isso, não estava nem um pouco confiante.

A dúvida recente criada na minha cabeça, era se Noah se dispôs a cumprir o desafio feito. Sem ter controle sobre seus afazeres do dia, me tornava incapaz de acreditar que o mesmo sequer hesitaria em ser sigiloso. Seria conveniente se o fizesse, até mesmo por precipitar que tentara me beijar apenas por algum truque que tivesse em mente.

Estúpido.

Idiota.

- Quem ele pensa que é? - As palavras soaram da minha boca em sussurro.

O eco do cômodo e o silêncio de ambos deram a chance de me encarar com minha baixa voz, os deixando sem entender meu suspiro. Contudo, apenas uma risada de quebra fora o suficiente para distrair e esquecer em instantes, mesmo com a preocupação nítida na afeição de meu pai.

- Vou tomar um banho, tenho compromisso.

- Onde vai querida?

Mentir nunca fez parte da minha personalidade, muito menos era do meu feitio fazê-lo. Porém, seria obrigada a omitir os fatos para não mencionar o nome da minha breve companhia desagradável.

- Sair com um amigo.

Sem deixar oportunidade de fazer mais perguntas, apenas ouvi uma risada de minha tia comentando o clichê de que todas as famílias certamente fazem: "Namoradinho novo?". Uma frase típica decorada por elas, como se não houvesse outra coisa a se dizer.

Meus planos não era perder tempo me arrumando para um jantar que nem sequer gostaria de ir, e por isso vesti o mais simples possível e meu cabelo claramente também não estava afim de permanecer quieto. Olhando para o céu através da janela, dizia a mim mesma que se uma estrela cadente passasse, o único desejo que faria era que a noite passasse mais rápido. Infelizmente a sorte não estava ao meu lado.

Começava a achar que tudo naquela noite estava a conspirar contra o meu favor, afinal, logo após me despedir e dirigir pelas ruas que normalmente viviam cheias, justo hoje estavam bem calmas. Entretanto, para conseguir alguns minutos de vantagem, inventei meu próprio caminho sem sair do destino.

Estacionar não fora uma tarefa difícil, porém meu intuito era atrasar o máximo que conseguia e fingir esforço para vir. Portanto, passei um gloss olhando através do retrovisor. Um susto fez meu corpo congelar ao ver através do mesmo, uma sombra no qual parecia algo arrepiante ao esfregar meus lábios para espalhar o produto. Certifiquei de continuar dentro do veículo até ter certeza que seria apenas uma paranóia, e ao confirmar por pensar que tudo estava contra minhas vontades, andei até o restaurante.

Entre Desafios [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora