XXVIII: nem tudo é o que parece...

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°¥ P.o.v Ycaro ¥°

Eu desço as escadas lentamente, com a intenção de saiko não me ouvir, consigo ouvir sua conversa com o meia um até certo ponto, porém acabo fazendo um barulho na escada e saiko percebe minha presença.

- Y-ycaro! Tá aí desde quando? - Ele fala virando para trás.

- Na verdade não muito... Mas tempo o bastante! O que tem a minha mãe? - Eu falo com um tom de choro, eu já esperava o pior.

- Ycaro... Na verdade eu e meia um combinamos de contar juntos, m-mas, pa-parece que sobrou para mim... - Eu simplismente o observo em silêncio enquanto vejo lágrimas escaparem de seus olhos, porém ele logo as limpa e pede para que eu me sente em seu lado.

- S-saiko, você tá me deixando com medo! - Eu falo sentando em seu lado.

- Me desculpa... Y-ycaro sua mãe... S-sua mãe morreu... Eu sinto muito! - Meu coração se quebrou, meu mundo desabou, o único que me mantia em equilíbrio era o saiko, e agora nem sei se posso chamá-lo de meu ponto de equilíbrio, eu não sei do que posso chamá-lo, acho que a única palavra pela qual eu posso defini-lo é ex, ex namorado, ex melhor amigo, ex ponto de equilíbrio... Minhas lágrimas já escorriam novamente, eu já cansei de chorar mas eu não consigo evitar... Eu coloquei minha cabeça na curvatura do ombro de saiko e desabei, meus batimentos estavam acelerados, meus sentimentos se misturavam, com raiva, tristeza, ansiedade e culpa, culpa por não cuidar de minha mãe, culpa por fazer o saiko sofrer, culpa por simplismente existir...

- Ycaro vem... - O saiko fala me puxando.

- S-saiko não... - Eu tento empedi-lo e agarra-lo novamente, precisava de um ombro para chorar.

- Você vai ficar melhor! - Ele fala me puxando para o andar de cima, quando chegamos na varanda ele pega seu celular e conecta na caixa de som e coloca uma de minhas músicas românticas favoritas “put your read on my sholder”


Nós nos encaramos por um tempo, eu ainda estava chorando, porém estava mais calmo, lentamente o saiko se aproximou entrelaçando suas mãos nas minhas e começando uma dança lenta e confortável, logo como na diz na música, coloco minha cabeça em seu ombro, fazendo minha nessecidade de um ombro para chorar ser comprida. Me sentia bem, e por um momento esqueci de tudo, esqueci do Joni, da minha mãe, do corte da barriga do saiko, e das minhas sessões de radioterapia... Eu só fiquei ali, curtindo o tempo com o coração de pedra do saiko, que nem era mais tão duro assim, agora minhas dúvidas foram tiradas, agora sei que posso chamá-lo de meu ponto de equilíbrio, a única coisa nesse mundo que me faz realmente feliz!

¢° P.o.v Saiko ¢°

Estava feliz por ycaro ter levado tão bem essa notícia, quer dizer... Achei que seria pior... Durante a dança haviam momentos aonde ele sorria, e eu acabava me pegando sorrindo também, sua felicidade é minha felicidade, eu realmente o amo.

- Ycaro... - Eu murmuro em sua orelha no meio da música.

- Hm? - Ele fala também murmurando.

- Eu acho que te amo! - Eu falo baixo, porém não o suficiente para ele não ouvir.

- Sabe... Eu não acho que eu te amo... - Ele fala e eu fico meio cabisbaixo, mas ainda assim feliz por ele estar feliz.

- Tudo bem, o que importa é sua felicidade - Eu falo sem parar de dançar.

O Tempo Nos fez Enchergar - SycaroOnde histórias criam vida. Descubra agora