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- Sam, o que é isso no seu braço?

- O que?

- Seu braço, andou brigando na rua de novo?

- Pois é, eu saio das brigas, as brigas que não saem de mim.

2005, Lawrence - Kansas.

Sam e Dean estavam nos fundos da casa, Dean arrumava o carro enquanto Sam olhava se tinha alguma ligação de seu pai na caixa de mensagens.

Sam namorava Nick à 5 meses e meio, e de umas semanas recentes, Dean começou a perceber manchas roxas espalhadas pelo corpo do irmão, principalmente nos braços e no pescoço. E já desconfiava que era Lúcifer quem fazia isso. Que na época, era só Nick.

Sam se apaixonou não muito fácil, mas depois de perceber que gostava de Nick, ele era dele.

Os dois no início quando se conheceram, foi implicância atrás de implicância, Nick gostava irritar o Winchester mais novo, com o tempo, a implicância dos dois virou mais flerte que qualquer outra coisa. E foi fácil Sam cair nos braços de Nick, ele era mais velho, era experiente, tinha estrada, hipnotizava ele com aqueles olhos azuis totalmente enganadores, era liberto, fazia o que queria, era tudo o que Sam queria.

Até se mostrar ser algo tão diferente.

Nas primeiras semanas tudo era perfeito, eles estavam apaixonados, os passeios eram incríveis, as conversas eram alegres e leves, o sexo era excepcional, nada para reclamar.

Além de Nick ser apaixonado por Sam e fazer tudo o que ele queria, ele encorajou Sam a começar a beber mais, a se drogar mais, e isso foi pesando para todos os lados.

Sam no início do namoro, apenas bebia, raramente ficava bêbado, era quase impossível de acontecer, enquanto as drogas, ele foi atrás delas sozinho.

Até se afundar nos seus dois vícios, seu namorado e suas drogas.

John não ficava muito perto dos filhos, ele era policial, passou 5 anos da sua vida servindo, foi mandado pra casa devido transtorno de estresse pós traumático. Enquanto Mary, ela vivia longe, depois de John ter mudado, de sua mente estar tão bagunçada, ela largou ele, indo embora, viver longe de tudo e todos, e infelizmente não conseguiu a guarda dos filhos. Sempre falava com eles quando podia, e visitava algumas vezes, raramente também devido ao trabalho de perita criminal.

Basicamente viviam sozinhos.

Sam, com seus 22 anos ainda era reativo e impulsivo, toda vez que via John era uma briga diferente.

Bem, e Dean, de vez em sempre estava bêbado pelos cantos. Quando não estava em "casos", investigando com o irmão, estava molhando sua alma no álcool.

Mas ele parou, quando conheceu um homem sério, inocente e adorável chamado Castiel. Parou por ele. Talvez tenha trocado de vício, agora em vez de uma garrafa Jack Daniels, um anjo de sobretudo.

A vida que eles viviam não era a que eles queriam, muito menos que precisavam, as coisas tomaram caminhos duvidosos, e agora estavam vivendo uma vida duvidosa.

- Eu vou sair.

- Pra onde?

- Vou ficar na casa do Nick. - Eram tempos de inverno, qual melhor lugar para passar do que com seu namorado não?

- Tá... Volta inteiro e sem nenhum roxo no corpo. - Dean já desconfiava e falava para o irmão tomar cuidado, que poderia contar se algo estivesse errado, como o namorado agredir ele, mas, Sam não via dessa forma. Logo não tinha nada de errado, era assim que ele pensava.

- Dean...

- Só tô dizendo. - A vontade de Dean era de entrar na casa de Nick e bater nele até não sobrar nem se quer um átomo para contar a história. Mas ele não podia, seu irmão o amava, e ele não admitia o que Nick fazia. E no fim, estava de mãos atadas, não tinha nenhuma alternativa.

...

- Oi.. - Sam, mesmo depois de tanto tempo junto a Nick, tinha vergonha. Era fofo como ele agia.

- Oi, entra. - Nick deu espaço para Sam passar. E em seguida fecha a porta. - Sam, por que você não mora aqui?

- O que? - Nick nunca tinha tocado nesse assunto, os dois na verdade fugiam disso, e do nada, ele solta essa.

- É, eu acho que ia ser muito melhor, pensa comigo, você vive rodando essa cidade buscando algum homicídio pra investigar por causa do pai de vocês, e ele nem tá aqui pra ver vocês, então, por que você não pode parar um pouco? Sabe, você trabalha demais, e o melhor, a gente ia ficar junto o tempo todo. - Sam estava tentado a aceitar a oferta. Mas ainda estava meio relutante quanto. - Vamos Sammy, você só precisa dizer sim.

- Aí, eu te odeio. - Ele é Nick se abraçaram e se beijaram, e aquilo era o "sim" de Sam.

No outro dia quando chegou em casa, Dean estava procurando algum caso, qualquer um no jornal e na Internet. Sam não dava rodeios quando queria dizer alguma coisa, ele apenas disse, e os irmãos tiveram uma das suas piores brigas. Dean achava que ele estava o abandonando, e ele estava com mais medo pelo irmão por estar convivendo com Nick.

No fim, eles brigaram feio, continuaram trabalhando em casos, só que separados.

E o relacionamento de Sam foi se desfazendo. Desmanchando diante seus olhos, o amor estava acabando.

- Pra onde você foi?

- Eu tava no trabalho.

- Você não atendeu nenhuma das minhas ligações. - Sam entrou em casa e deu de cara com Lúcifer com jornal na mão, irritado.

- Desculpa, eu tava ocupado. - Enquanto Sam trancava a porta, Nick tacou um vaso de vidro no chão.

- É assim que eu me sinto quando você me ignora. Arruma isso. - E era assim que Nick o tratava, jogava a culpa nas suas costas, e fazia seu namorado rastejar.

Mas Sam tinha a convicta certeza de que ele fazia isso porque Nick o amava, porque ele se preocupava, e que ele estava errado de não dar atenção a ele.

Como Sam se tornou tão submisso a alguém tão abusivo?

Bem, dia após dia, manchas roxas em seu corpo, alguns arranhões, Nick também andava com machucados, e eram os dois vivendo assim, Sam o amando, e Nick o matando.

Até que um dia Sam foi parar no hospital, uma overdose depois de ter brigado com Nick.

Uma briga que envolveu Mary, Dean, Gabriel e Chuck. Dean não sabia a mais quem recorrer, então chamou a mãe, Gabriel por coincidência estava em Lawrence, e não sabia que o irmão estava lá, ao saber que ele estava namorando, ele conheceu Dean, que também pediu sua ajuda, e Chuck, que tentou ver todos os lados e tomar uma atitude justa.

Dean brigou com Nick, os dois saíram bem machucados, Gabriel apartou, e Chuck tomou a decisão de levar Nick embora depois de Mary exigir uma medida de proteção para o filho.

A chegada deles no hospital ao mesmo tempo que sentiam alívio de Nick ter ido embora, Sam ainda estava machucado, apaixonado, e quase tinha morrido por causa disso.

Também foi a primeira vez que Gabriel via o rosto de Sam.

Podiam ver claramente seu corpo machucado, as marcas deixadas pelas seringas em seus braços, era triste, e demorou bastante para que ele se recuparesse de tudo.

Até que um dia eles saíram de Lawrence, e foram viver uma vida melhor.

Longe de drogas, sem exagero com as bebidas.

Uma nova vida.

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