Lentamente seu corpo despertava, tentou abrir os olhos, e os mesmos reagiram à luz. Não tinha certeza de onde estava, mas pelo o que conseguiu ver antes de fechar os olhos novamente por causa da claridade, parecia se tratar de um quarto de hospital. Havia um calor que não era seu na sua própria mão, olhou para conferir e deu-se de cara com um loiro dormindo sentado ao lado da cama, de bruços sobre a mesma, segurando uma das mãos do ruivo. O menino achou isso extremamente fofo, acordando o mesmo com um carinho no rosto.
– San... – falou o menino sonolento, relutando para abrir os olhos. Deu um pulo ao notar que o outro já havia acordado do desmaio.
San sentiu seu corpo ser abraçado. Agora Wooyoung estava quase sentado no colo do ruivo, o mesmo notou isso, mas preferiu continuar com o loiro em seus braços.
– Por que mentiu para mim? Eu fiquei muito preocupado. – Wooyoung olhou fixamente nos olhos do outro.
– Mentira? Que mentira? – disse fazendo uma cara de desentendido.
– O médico disse que você não comeu nada hoje, e também teve uma reação ao chocolate que te dei, você não me disse que era intolerante a lactose! – o loiro estava bravo e preocupado, não sabia se dava uns socos na cara do ruivo ou se protegia ele de todo o mal do mundo.
– Primeiro, eu não comi nada porque estava planejando perguntar se você queria tomar um café comigo. E segundo, eu comi o chocolate porque você me deu com carinho. – fez um bico, fingindo estar fazendo birra.
– Você é louco, Choi San!
"Sim, por você." Ele pensou, mas lhe faltava coragem de confessar isso para o garoto que estava em sua frente.
Há um mês San vem frequentando o mesmo vagão que Wooyoung, mas nunca teve coragem de sentar-se perto do mesmo. Nem mesmo o loiro havia notado sua presença desde então. Ele agradecia todos os dias por aquele anel ter rolado até ele.
– Como você conseguiu a cicatriz? – Perguntou ficando em um tom sério.
Wooyoung ficou confuso com a pergunta de primeiro instante, mas logo entendeu de que se tratava da cicatriz no seu braço direito.– Eu não lembro bem, eu era muito novo. Lembro-me de pequenas coisas, um homem alto, um menino mais ou menos da minha idade... e meu pai. – falou melancólico.
O garoto de cabelos rubros e negros segurou gentilmente a braço do outro, colocando o seu junto ao dele. Suas cicatrizes pareciam formar uma só, em um formato de "V", mas que também poderia ser facilmente um "A".
– Você... Você é o garoto que estava comigo naquele dia. – o loiro disse espantado.
– "Continuem a nossa história." – ambos falaram juntos. Era a frase que o Jung pronunciou antes de morrer.
Sentem suas memórias voltarem repentinamente, lembrando-se daquele dia e de quem eram. Um sentimento de nostalgia aquece o peito de ambos, e uma pitada de melancolia resplandece pelo quarto.
Ambos sabiam, estavam destinados a se encontrarem. O universo queria assim.– Espera, eu reconheço esse símbolo, meu pai costumava desenhar ele, minha mãe deve ter guardado alguns dos manuscritos dele.
– Ele também não me é estranho, o reconheço de algum lugar. Creio que temos um grande mistério em nossas mãos. Isso se trata de nós, é o que somos, e estou disposto a entrar nessa.
– Vá como calma, San... Isso pode ser muito mais perigoso do que pensamos...
... Eu não quero te perder. – San viu o rosto do outro ficar rubro, ele tentava desviar o olhar.– Prometo tomar cuidado, eu só quero descobrir a verdade. – respondeu, tentando levantar da cama. – Quanto tempo eu fiquei desacordado? – perguntou, vendo que lá fora já estava com o aspecto do meio-dia.
– Três ou quatro horas?!
– Minha nossa... Você não foi para o trabalho? – virou-se para ficar de frente para o outro.
– Eu liguei para minha mãe, avisei que iria me ausentar. Precisava ficar com você. Não se preocupe, não vai me causar problemas. – deu um sorriso.
– Ora, ora, então quer dizer que a vossa majestade está livre para almoçar comigo e passear pela cidade. – o homem parecia uma criança empolgada. Empolgado como estava para brincar com seu pai na chuva, só que dessa vez, era real.
– Ei! Eu não disse que estava livre. – Wooyoung cruza os braços.
– E o senhor não está? – o menino pause de repente.
– Só estarei se você me prometer nunca mais comer chocolates sem tomar a lactase. – ele fingia uma cara de choro.
Isso fez o ruivo soltar uma gargalhada, era a gargalhada mais gostosa que o loiro havia ouvido em toda a sua vida. Ele riu automaticamente em resposta.Ambos não entendiam o que houve naquele dia, e nem o porquê de terem sido tirados dos seus pais, mas estavam dispostos a descobrirem juntos. E não imaginavam que suas vidas iriam tomar um rumo totalmente diferente do que presenciavam.
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O garoto do trem - Woosan
Fanfiction{Em andamento} O que era apenas um crush de transporte público, acabou transformando totalmente as vidas de San e Wooyoung. Dado o descobrimento de que ambos estavam interligados com as mortes de seus próprios pais, os dois estavam dispostos a inve...