The truth

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Não faziam nem cinco minutos que San havia colocado os pés no berço industrial e já sentia seu corpo eufórico. Chegou muito mais cedo do que o horário combinado, buscando um lugar perfeito para a tocaia.

O Sol já estava começando a se pôr, deixando o tom alaranjado do céu penetrar pelos vidros quebrados das janelas dos grandes almoxarifados das fábricas vazias.

O ruivo esperou por bons minutos, escondido atrás de algumas máquinas velhas que provavelmente nem funcionavam mais. Finalmente ouviu movimentos vindo dos fundos do lugar, cessando qualquer barulho que ele poderia fazer.

Um homem alto de terno preto entrou pelo grande portão, com as mãos nos bolsos, totalmente despreocupado. Era Seonghwa. Ele andou mais alguns metros até parar no meio do caminho, San ficou se perguntou o porquê, mas logo seu questionamento foi respondido após Yeosang sair do ponto cego e ir em direção ao outro.

— Estou feliz que você tenha vindo. — disse Seonghwa.

— Você é o meu marido e eu faço parte disso também, nada mais justo do que eu estar ao seu lado. — Yeosang se aproximou, dando um pequeno selinho no moreno.

— Não é hora pra isso, Yeo. — o afastou, recebendo um olhar de reprovação.

Ambos se dirigiram até uma outra sala, adentrando ainda mais o almoxarifado. San os seguiu, silenciosamente.

Quanto mais se aproximava, mais os minutos se passavam, pairando a noite sobre aquele lugar. Agora uma iluminação azulada dava uma frieza para o mesmo, mesas e armários de escritório se encontravam pelo corredor, podendo encontrar até mesmo arquivos abandonados.
O garoto viu os dois homens adentrarem uma sala ampla, e ele fez o mesmo, se escondendo atrás das grandes estantes de arquivos abandonados. Cautelosamente se esgueirando entre as mesmas, teve sua primeira visão: os dois não estavam sozinhos, haviam muitos outros, todos em seus ternos muito bem engomados.

Um deles se levantou, andando em direção aos demais, ele se destacava entre os outros, andava com autoridade e elegância, o ruivo jamais havia visto alguém tão impotente quanto ele.

Um deles se levantou, andando em direção aos demais, ele se destacava entre os outros, andava com autoridade e elegância, o ruivo jamais havia visto alguém tão impotente quanto ele

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— Onde está o dinheiro? — Perguntou Seonghwa.

O homem de terno abriu uma maleta, revelando todas cédulas ali dentro, Yeosang tentou tocá-las, mas o homem a fechou imediatamente fazendo um som de negação com a boca.

— Há uma condição. — finalmente revelando sua voz, mostrando que até a mesma mostrava um tom de superioridade.

— Que condição? — os dois perguntaram ao mesmo tempo.

Os outros homens começaram a rir, debochando.

— Jaehyun, dê-me as honras. — Lee Taeyong saiu dentre os outros, caminhando sutilmente até o homem impotente, abotoando seu terno azul ajustado simetricamente em seu corpo. Jaehyun apenas deu um sorriso de canto, concordando.

— Eu quero que vocês matem Jung Wooyoung.

San sentiu seu almoço de horas atrás voltando pelo seu esôfago, seu corpo ficou trêmulo e fraco com o choque, começou a cambalear para trás e, bruscamente, asbarrou em caixas lotadas de papéis, derrubando-as.

Toda a atenção da sala foi voltada para o barulho, precisamente para o menino. O ruivo viu-se sendo encarado por todos aqueles olhos famintos. Ele só soube correr.

— Um espião. Winwin e Yuta, peguem-o! — gritou Taeyong.

Os dois garotos corriam de tal modo que pareciam cães farejando um coelho. San corria com todas as suas forças, mas os dois pareciam monstros, estavam o alcançando facilmente. Ele resvalou em sedimentos, caindo de mal jeito no chão, girou seu corpo rapidamente, desviando de um chute do outro ruivo em sua frente, Nakamoto Yuta.

Levantou-se do chão com um salto, tentando de tudo para atingir o chinês, mas ele parecia ser feito de borracha, ela totalmente flexível, desviando dos ataques do coreano com saltos e piruetas e conseguindo o acertar com socos e chutes que deixava-o mais zonzo a cada segundo que passava. Enquanto o coreano tinha falhas consecutivas em acertar o outro, o japonês pegou uma barra de ferro do chão, acertando as costas de San com tudo, fanzendo-o cair de joelhos.

Winwin o finalizou com uma joelhada que veio por baixo do queixo, o coreano sentiu seu corpo ansiando por descanso, ele sentia que poderia apagar a qualquer momento. Fechou os olhos vagarosamente, aceitando que morreria ali.

Meu filho, é preciso ter paciência quando se quer pegar um peixe, eles sempre virão na hora certa, porque não depende apenas da sua vontade. — disse o Choi mais velho, sentindo o barco balançar sobre as pequenas ondas.

— Se é tão difícil pegar um peixe, por que o senhor simplesmente os solta novamente? — peguntou San, observando o movimento da água.

Porque eles querem sobreviver tanto quanto a gente... Acorde, San.

San abriu os olhos, puxando o ar até seus pulmões, sua visão estava embasada, mas notou quando o punho do japonês vinha como um borrão em direção ao seu rosto. Ele o segurou, o segurou com a força que nunca teve antes, puxando-o pelo colarinho, afundando seu corpo no chão com fúria.

Winwin tentou intervir, mas o coreano alcançou a mesma barra de ferro que o acertou mais cedo, acertando-o bruscamente do lado da cabeça, o fazendo cair desacordado no chão coberto pela areia trazida pelo vento de anos.

— Seu merdinha, eu vou acabar com a sua raça! — um japonês furioso tentava atacar o outro de todas as formas, se debatendo no chão.

— Nos veremos no inferno. — San segurou o pescoço do outro ruivo com as duas mãos, apertando-o. Seu corpo estava tomado de fúria e estava no limite, a ponto de matar o jovem embaixo de si.

Um som alto de um tiro ecoou pelo armazém, San não conseguiu ver de onde veio o barulho, apenas entendeu qual era o destino do tiro quando sentiu seu ombro queimando de dor.

Um som alto de um tiro ecoou pelo armazém, San não conseguiu ver de onde veio o barulho, apenas entendeu qual era o destino do tiro quando sentiu seu ombro queimando de dor

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Sentiu a areia molhada sob suas costas, e tinha certeza de que era seu sangue misturado com a mesma. Seus ouvidos zumbiam, sua visão se dissipava e o mundo ao seu redor fazia seu enterro.
San viu o rosto de Wooyoung antes de apagar completamente.

Então ele chorou.

O garoto do trem - Woosan Onde histórias criam vida. Descubra agora