{Capítulo narrado por Wooyoung}
Eu nem consegui comer a bendita torta de maçã por causa da ligação que recebi, Yunho insistiu que eu levasse para comer mais tarde, e nem pensei em contestar meu melhor amigo. Cheguei na delegacia às pressas e logo procurei por Chanyeol, o mesmo colega que havia me ligado mais cedo.
— Ele disse que só quer falar com você. — disse Chany, abrindo a porta da sala do interrogatório para que eu entrasse.
Quando eu entrei, encontrei um jovem algemado à mesa no centro da sala vazia, ele parecia ser apenas alguns anos mais velho do que eu. Sentei-me de frente para ele, lendo sua ficha.
— Dong SiCheng... — falei ainda olhando para a ficha. — ou devo lhe chamar de Winwin? — olhei em seus olhos.
— Você veio ouvir o que temos para falar ou para perguntar quais são os nossos apelidos? — me respondeu secamente, mais suave do que um coice de cavalo.
— Vamos lá, se quer tanto falar, fale. — suspirei fundo para não começar uma guerra em frente aos policiais, eu tinha que manter a postura se quisesse ser reconhecido entre eles.
— Choi San é inocente, não foi ele quem matou Nakamoto Yuta, e muito menos quem roubou os arquivos.
— Ah é? E quem foi? Ele estava lá, e você pode ter sido muito bem um comparsa dele! — digo já prestes a perder a paciência.
— Foram as outras pessoas da organização em que trabalhamos. O que ele estava fazendo lá, nós já não sabemos, mas tudo foi usado para incriminá-lo. — sua expressão não mudava, seu semblante era sério, quase como se não tivesse uma alma.
— Organização? — me curvei sobre a mesa, interessado pelo que ele havia falado.
— Não podemos entrar em detalhes, não se quisermos ser mortos.
— Nós podemos te proteger, nós podemos pegar eles!
— Não, não podem, quem vive em Neocity nunca é capturado. Nascemos para acabar com todos que nos desafiam, é assim que funciona na cidade que nunca dorme. — serrou os dentes com raiva.
— Mas nós capturamos você! — debochei, e em resposta o menino riu, debochando ainda mais da minha cara.
— Vocês realmente estão orgulhosos por isso? — falou em meio à gargalhadas. — Você acha mesmo que nós iríamos deixar nossas digitais na arma do crime? Foi de propósito, seu idiota, quem cometeria um erro tão banal?! Nós tínhamos que chegar até vocês de alguma forma, vocês acreditariam em nós sem nenhuma prova?! — o menino voltou ao seu semblante sério, muito pior do que era antes, parecia que ele conseguia enxergar minha alma através dos meus olhos. — Wooyoung... Se fôssemos você, tomaríamos muito cuidado ao andar por aí...
— Por que, você e sua organizaçãozinha vão me matar? — perco totalmente minha paciência, puxando-o pelo colarinho da camisa.
— Nem nós e nem eles... Está mais perto do que você imagina, Jung Wooyoung. — dá um sorriso de canto, o sorriso mais amedrontador que já recebi na minha vida, como se ele tivesse se transformado em outra pessoa.
O solto, me afastando da mesa e do mesmo, quando vou abrir a porta, ouço sua voz novamente.
— Perdoe Choi San, ele só foi mais uma vítima, assim como você. — dessa vez sua voz era calma e suave, totalmente diferente da de segundos atrás. Ignoro-o, deixando a sala.
°°°
— Está tudo bem, Woo? — pergunta Chanyeol, após me encontrar tomando um ar no estacionamento.
— Sim, eu só precisava pensar um pouco. — digo omitindo a verdade. Ele concorda com a cabeça, ficando em silêncio junto comigo.
— Chany...
— Hm?
— Se você gostasse muito de alguém ao ponto de ter que pôr sua mão no fogo por essa pessoa, você arriscaria?
— É meio engraçado você me perguntar isso sendo que conheci o Baek em meio a uma troca de tiros. — ele ri. — Mas se você realmente ama alguém, é incontestável o fato de querer proteger essa pessoa a todo custo, é sentir necessidade em ver um ao outro bem.
— É... Acho que sim. Obrigado, Chany. — dou-lhe um abraço, aquilo me conforta.
— Chamando todas as viaturas, Dong SiCheng fugiu, repito, Dong SiCheng fugiu. — o rádio preso no uniforme do maior soou, levo um susto por minhas orelhas estarem perto do mesmo.
— Droga. — falo enquanto nós dois corremos para o interior da delegacia.
— Ele está no terraço! — ouço alguém gritar assim que coloco os pés dentro do escritório.
Sem hesitação, corro para o elevador em direção ao último andar do edifício da polícia, chego ao mesmo, subindo algumas escadas até o terraço, chegando lá, encontro policiais por toda parte, mirando suas armas para o jovem que se encontrava na beirada do edifício.
— Não faça isso, SiCheng, nós podemos reverter isso. — eu falo, tentando me aproximar vagarosamente dele.
— Nós somos muito importantes para isso. — ele sorri, mas não é aquele sorriso amedrontador, é um sorriso puro.
— Nós quem? — pergunto.
— Todas as pessoas que vivem em mim. — fala sério, seus cabelos estavam bagunçados por causa do vento ali em cima.
— Pessoas?
— Adeus, Jung Wooyoung, pense em tudo aquilo que lhe falamos. — abriu os braços, se jogando.
— Ei, espere, você não pode... — tento alcançá-lo, mas já era tarde demais para isso. Corri para a beirada, procurando por um corpo, mas não havia nada, nem indícios de que o jovem esteve ali. E uma frase me veio em mente:
"Quem vive em Neocity nunca é capturado."
O que eram essas pessoas? Minha ficha de que estava brincando com pessoas realmente perigosas só caiu neste momento, eu estava entre fogo cruzado, e nada e nem ninguém poderia intervir nisso.
°°°
Já era noite quando cheguei à uma casa de um bairro simples da cidade, conferi o endereço mais uma vez antes de bater na porta. Dei duas batidas e logo a mesma foi aberta.
— W-Wooyoung? — a outra pessoa parecia ter virado uma estátua ao ter me visto ali.
— San.
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O garoto do trem - Woosan
Fiksi Penggemar{Em andamento} O que era apenas um crush de transporte público, acabou transformando totalmente as vidas de San e Wooyoung. Dado o descobrimento de que ambos estavam interligados com as mortes de seus próprios pais, os dois estavam dispostos a inve...