— Senhor Wooyoung.
Uma mulher chama seu nome, mas menino está tão envolto em seus próprios pensamentos que só foi capaz de ouvi-la pela segunda vez.
— Desculpe, Hyuna, eu não tinha te visto aí. Está tudo bem? — perguntou, passando o dorso de suas mãos sobre os olhos, tentando voltar ao mundo real.
— O laudo do jovem que faleceu no berço industrial já está pronto. — disse, em frente à mesa em que Wooyoung se encontrava no escritório da polícia. — o senhor está se sentindo bem?
— Ah... Estou... Não é nada de mais. — seu corpo estava tenso, seus músculos doíam, abaixo dos seus olhos se encontravam bolsas de lágrimas não choradas e de noites não dormidas.
— Você tem que vê-lo, senhor. — Hyuna segurou os papéis com força, não aguentava ver seu amigo sofrer, ela sabia de toda a sua história com o ruivo e o quanto ele gostava do outro.
— É, eu sei... — suspirou, abrindo a boca para dizer algo, mas não saíram as palavras desejadas. — Hyu... Tire o dia de folga hoje, está bem?! Diga que eu mandei um abraço para o Dawn... E... obrigado por tudo, tudo mesmo. — levantou-se da mesa, recebendo um sorriso forçado e preocupado da moça à sua frente, saindo da delegacia com seu corpo pesado, apenas desejava estar indo para casa e não para o hospital do centro da cidade.
Na recepção do hospital, disse o motivo de estar lá, e uma das enfermeiras o acompanhou até o quarto, logo o deixando a sós, ele fechou a porta atrás de si, encostando as costas na mesma.
— Eu queria que você pudesse ouvir tudo o que tenho para falar, e sentir toda a raiva que tenho para descontar, mas a dor que você está sentindo já é o suficiente. — Wooyoung já sentia uma mistura de choro e raiva subirem por sua garganta, se sentia ainda mais culpado por ter deixado as coisas saírem do controle, queria gritar, mas tinha que manter a postura naquele instante.
Lentamente foi se aproximando da cama, encontrando um Choi San apagado e totalmente machucado. Se pôs ao seu lado, encarando-o, sentindo repulsa.
— Eu sou um completo idiota por ter acreditado em alguém como você. Era tão óbvio, e eu me iludi achando que algum dia alguém iria se interessar por mim. E olha só para o pobre Wooyoung, imaginando um futuro com um assassino. Você me causa repulsa, Choi San. — o menino falava exaltado com o outro, como se ele fosse abrir os olhos e responder seus questionamentos há qualquer momento.
E para a surpresa do loiro, isso aconteceu.— Não sabia que você costumava entrar em quartos de hospitais e gritar com um pobre paciente como eu, que hobby estranho, Woo. — San brincou, lentamente abriu os olhos, ainda sensível em relação a luz.
— V-Você está acordado... — disse um loiro congelado no lugar.
— É, é, eu estou acordado, e todo o meu corpo dói, se você não se importaria de me fazer um bom cafuné, eu agradeceria. — disse mal humorado, mas ao mesmo tempo em um certo tom de brincadeira.
E tudo o que o ruivo recebeu foi um soco no rosto, não era um soco ou seu corpo enfermo que representava sua maior dor, e sim o fato de ser o garoto que era perdidamente apaixonado o batendo. Ele não entendia o porquê de estar apanhando, e muito menos lembrava do que havia acontecido em dentro de três dias, foi o tempo que ficou apagado, e já foi culpado por algo por pelo menos umas vinte vezes nesse intervalo de tempo. Ele ficou com a cabeça baixa, sem saber como reagir a isso.
— Como você pode brincar depois de tudo o que fez? — o loiro sentia sua garganta ardendo, tentando prender o choro que queria tanto sair, não suportava mais olhar no rosto do outro, simplesmente não conseguia se conformar.
— Por que você está agindo desse jeito? — finalmente criou coragem de falar depois de um tempo remoendo o que acabara de acontecer.
— Por que estou agindo desse jeito? Você ainda tem coragem de perguntar? Você invade local privado, tenta roubar arquivos da empresa e ainda mata um funcionário público que só estava fazendo seu trabalho, você ainda tem a audácia de perguntar o porquê de eu estar agindo assim? — As lágrimas que Wooyoung tanto segurava finalmente foram libertas, chorando tudo aquilo que acumulou por dias dentro do seu ego.
O ruivo permaneceu na cama, imóvel, sua boca fazia um formato de O, e de repente sentiu sua cabeça rodar novamente.
— Não aconteceu desse jeito, não haviam funcionários naquele dia... — sussurrou baixinho para si mesmo.
— Eu imagino até que você tenha se aproximado de mim para me manipular... Eu te odeio, Choi San, e queria nunca ter te conhecido, preferiria ter deixado você morrer lá. — Falava ainda entre soluços.
— Espere... — o ruivo tentou segurar o braço do loiro, mas o mesmo o empurrou violentamente, fazendo suas costelas fraturadas latejarem, ele arfava tentando suprir o ar que faltava em seus pulmões.
Wooyoung saiu do quarto sem olhar para trás.
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O MINGI ESTÁ DE VOLTA, MEUS BACANOS!!!
E também queria agradecer pelas 200 "olhadelas" na fic, eu nunca imaginei que iria passar de pelo menos 10, não imaginava que alguém iria gostar do que eu escrevo, e sentir esse carinho que vocês têm comigo aquece meu coração e melhora meus dias difíceis.
Vocês são extremamente importantes para mim, e sou grato por vocês existirem.
Muito obrigado mesmo ❤️
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O garoto do trem - Woosan
Fanfiction{Em andamento} O que era apenas um crush de transporte público, acabou transformando totalmente as vidas de San e Wooyoung. Dado o descobrimento de que ambos estavam interligados com as mortes de seus próprios pais, os dois estavam dispostos a inve...