A traição

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O som do ar percorrendo os tubos de ventilação do sanatório abandonado conseguiam fazer mais barulho do que as vozes de Winwin. Agachado entre a sujeira, o menino conversava sozinho – ou melhor, com todas as entidades dentro de si –, entre sussurros ele travava uma conversa acirrada. Uma reunião particular.

— Você acha que eles concordarão com isso?

— Eles não têm que concordar com nada, nós somos superiores, nós estamos em maior número e, sem dúvida, muito mais armados.

— Mas, Hendery, eles têm os dois, os dois são a chave.

— Nada garante que reunirão o ATEEZ novamente, e se reunirem, os dois não aceitarão isso.

— Vocês podem até irem de encontro com assuntos de ambas organizações, mas temos que manter o ponto inicial do nosso plano.

— Eu simplesmente não acho certo trair Lee Taeyong, Xiaojun.

— Se não fosse por ele, talvez o Yuta ainda estivesse vivo.

— Eu sei, Renjun. Embora ele tenha sido cruel, ele nos aceitou como somos, foi o único que acreditou em nós e ajudou no tratamento do nosso transtorno de identidade dissociativa.

— E de que adiantou tudo isso se ele só nos usou?

— Silêncio. Alguém está vindo.

Alguém caminhava lentamente em suas direções, embora seus passos fossem leves, podiam ser ouvidos de uma longa distância.
O homem alto usando um véu com dezenas de pedras sobre o rosto, que lembrava os véus usados na prática da dança do ventre, parou atrás do menino, esperando o mesmo levantar-se.

— Achei que haveria um acordo de transição de dinheiro, mas parece que isso vai demorar mais do que devia. — disse arrancando de uma só vez o véu do próprio rosto, vendo que o mesmo estava de mãos vazias, sem indícios de uma maleta repleta de dólares.

 — disse arrancando de uma só vez o véu do próprio rosto, vendo que o mesmo estava de mãos vazias, sem indícios de uma maleta repleta de dólares

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— Qual o motivo da convocação? E ainda mais sendo apenas você como informante. Taeyong não pôde vir? — continuou.

— Ele não veio porque já não tem mais nada para tratar com você. — colocando-se de pé, uma das personalidades pronunciou, uma personalidade forte e pavil curto que dominava o corpo de Dong SiCheng mais do que o normal.

— O quê? Nós tínhamos um trato! — Seonghwa gritou, de tal modo, beirando a raiva e o desespero.

— É isso que você está ouvindo, o acordo foi encerrado. Você não receberá nenhum lucro da lavagem de dinheiro. — uma voz mais equilibrada se assentou sobre o chinês, provavelmente de uma personalidade centralizada.

O coreano agarrou o menino pelo colarinho, quase que o levantando do chão, seus olhos se esvaíam ódio, mas o chinês tampouco sentiu-se ameaçado.

— Eu sujei minhas mãos com o sangue de Song Mingi, eu fiz tudo o que ele pediu! — disse aos berros, tomado de fúria por ser largado dessa forma tão repentinamente pela parte de Neocity.

— Se eu fosse você, tiraria suas mãos asquerosas de cima de nós. A decisão não foi nossa, pelo contrário, somos apenas informantes. — uma personalidade arrogante tomou seu lugar agora, era totalmente impotente, falava com seus dentes cerrados.

— Ah, é? E você vai fazer o que se eu não soltar? — terminando a frase, Seonghwa recebeu uma cabeçada forte no rosto, o deixando zonzo. Tudo foi tão rápido que, quando deu-se conta, estava paralisado no chão, não conseguia mover sua musculatura do pescoço para baixo.

— O q-que você fez c-comigo? — perguntou entre gaguejos, tentando se mover, apenas fracassando.

— É uma técnica antiga de paralisia temporária. Eu atinjo seus principais nervos e eles acabam parando por um certo tempo, o suficiente para não te matar.

— Seu...

— Shhh... É melhor ficar quietinho se não quer complicar ainda mais as coisas para você. — sua risada sarcástica pôde ser ouvida por todo o lugar, mas não havia ninguém além deles e os ratos que habitavam o prédio abandonado.

— auf wiedersehen. — o chinês se despediu em alemão, deixando um Seonghwa sozinho, praguejando e amaldiçoando todos seus antepassados.

O garoto do trem - Woosan Onde histórias criam vida. Descubra agora