My First Friend

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{Capítulo narrado por Wooyoung}

7 de abril de 2008

Havia quase um mês que as aulas haviam começado. Todos os meus dias naquela escola eram os mesmos, sendo cada vez mais deprimentes.
Eu não costumava sair muito com meus amigos, porque, de fato, não havia nenhum.

O truque de aquecer o termômetro no abajur não estava mais funcionando, minha mãe era muito inteligente para cair nisso, ou pelo menos, gente grande sempre acham que são, quando na verdade, nem ao menos sabem a diferença entre realmente ter entrado em uma poça de lama ou ter sido jogado dentro dela, e por incrível que pareça, eles nunca acreditam que forças obscuras me lançaram contra a poça. Isso é realmente um absurdo!

Quase que me arrastando, me arrumei em meu quarto. Após relutar muito para levantar-me da cama, desci as escadas, logo sendo recebido por um bom dia da minha mãe, respondendo o mesmo em respeito.

Sentei-me na mesa, observando as xícaras de porcelana fina, com delicados desenhos que se estendiam em seus interiores. Meu pai havia dado-as como presente de aniversário para minha mãe, ela sempre falava que ele tinha um ótimo trabalho, mas eu não pensava o mesmo, o trabalho não é ótimo se ele priva meu pai de vir nos ver. Isso parece egoísta da minha parte, eu sei, mas é o que eu penso.

Tomei meu café com rapidez, e logo subi em minha bicicleta para ir para a escola, e não demorou muito para que eu chegasse na mesma já que ficava há dez minutos da minha casa.
Minha cabeça estava sendo rondada por cálculos de matemática que eu nunca imaginaria que, anos depois, iriam ser acrescentadas aquelas malditas letrinhas para complicar tudo, quando, repentinamente, o diretor JY Park entrou na sala de aula anunciando que teríamos um colega novo. Sinceramente, eu não dei a mínima, não era da minha conta, nem ao menos ouvi direito seu nome. Ele não iria querer ser meu amigo mesmo. Ninguém queria.

Já era hora do intervalo, peguei a comida do refeitório e sentei no pátio, não gostava de me misturar com os outros, pois, diversas vezes, eles já jogaram comida em mim de propósito, dizendo que um porco como eu deveria comer restos.

Ouvi uma agitação em uma multidão atrás de mim, não quis olhar para trás, pois se eu olhasse, sobraria para mim também. Olhei através do reflexo no alumínio recém ariado da tigela do refeitório. Era o novato apanhando dos alunos do primeiro ano do ensino médio.

Eu não queria intervir, eram os mesmos garotos que me batiam, eu não podia deixar que o mesmo ocorresse com ele. E eu aprendi a lidar com aqueles grandalhões, meu pai me disse para não ter medo de nada.

Me levantei com fúria, arremessando a bandeja do refeitório nas costas do grandalhão mais velho, ele era o líder, sempre o obedeciam. Os olhares se viraram para mim, largando o novato no chão, já machucado.

— Olha só quem quer apanhar hoje... Ouvi falar que seu pai largou a p*t* da sua mãe. — todos os outros seguiram em gargalhadas.

A raiva subiu pela minha garganta, não me deixando pensar nas consequências de dar um soco no estômago do menino mais velho, fazendo-o curvar-se com a dor.
Senti uma mão me puxar pela camisa, me fazendo perder o equilíbrio, não tardou para que eu recebesse socos pelo corpo inteiro.

Meu corpo foi arrastado até o do novato que ainda estava caído sobre a grama do parquinho.
Por um segundo, achei que teríamos paz, e que eles finalmente foram embora, entretanto, todos eles, inclusive o líder, retornaram ao parquinho com pedras tão grandes quanto as palmas de suas mãos.

Seus punhos deveriam estar levantados em prol da justiça, e não planejando dois homicídios...

Os sorrisos em seus rostos deveriam ser por motivos de alegria, e não em comemoração da perda de duas vidas...

O garoto do trem - Woosan Onde histórias criam vida. Descubra agora