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mirela narrando

não sei quantos dias estou aqui mas não tenho mais forças, os ratos são os únicos que tenho por aqui, eles sempre aparecem pra comer os restos de um bebê que mataram e jogaram aqui, quando não são os ratos são as baratas ou o resto dos bichos. todos os dias vem um guarda me estuprar, eu já não sinto mais nada de tão machucada que eu to, em uma das vezes gozaram dentro de mim, ninguém merece isso.

escuto a porta abrir mas não tenho forças pra levantar a cabeça e muito menos abrir os olhos

seu dia de sorte gatinha, vamos conhecer as outras detentas, vou sentir saudades do seu corpinho- ele diz apertando o meu peito

escuto barulho de chaves e em seguida caio no chão

ta fraquinha assim, tu só ficou aqui 3 semanas sob meus cuidados- guarda

abro os olhos com muita dor e vejo ele me dar uma garrafa de água que eu mal consigo segurar sozinha, abro a garrafa com muito esforço e bebo a água com rapidez, jogo um pouco no meu rosto e bebo o resto.

o guarda me puxa pelo o braço e vai me arrastando pra fora da onde estávamos, vejo a luz do sol e isso machuca minha vista, presto atenção no caminho e estamos passando por um corredor cheio de porta de ferro, escuto porrada nas portas e até mesmo gritos, aqui é a solitária. passamos por um portão e continuamos andando, ele me arrastava porque eu não conseguia andar direito, paramos em um tipo de banheiro cheio de mulheres tomando banho, todas pararam e olharam, umas com olhar de pena e outras nem ai.

o guarda jogou uma roupa em mim e saiu, entrei embaixo do chuveiro e senti a água gelada machucando meu corpo, esfreguei até sair a sujeira

ou mina- escuto uma mulher me chama - toma ai pra tu, te judiaram legal- ela fala

agradeço quase que sem voz e uso o sabonete que ela me deu, termino o banho e coloco a roupa com muito custo, acabo escorregando e bato com a costela no chão, escuto o barulho dela quebrando e gemo de dor. levanto me segurando na parede e coloco o chinelo no pé, uma carcereira aparece e chama todas pra voltar pra cela, sigo o caminho junto delas e tento acompanhar o passo mas a dor não deixa, paramos em frente a uma cela com mais de 20 mulheres dentro...

bora novata, tua cela é essa- a carcereira me puxa pelo o braço e me joga dentro da cela- presente pra tu pintada- diz e sai com o resto das detentas

seja bem vinda- apareceu uma mulher com o rosto cheio de sarda

obrigada- tento falar alto

vou te falar as regras por aqui: ninguém dorme na cama a não ser eu e a vera; não se mexe com as convertidas; o que é teu é meu; se ficar de bobeira tua comida entra pra rolo; tenta ficar viva. Por que você ta aqui?- pintada

ela abaixa na minha direção e da um tapinha na minha cara me fazendo acordar do meu transe

PORQUE TU TA AQUI PORRA?- pintada

Uma Policial da PesadaOnde histórias criam vida. Descubra agora