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depois de ontem fiquei cabreira com o que aquela galinha falou, mas preferi não contar nada a ninguém pq depois quem sai como maluca sou eu, vim aqui na rua comprar sorvete e esticar um pouco as pernas, to pensando em abrir uma loja da roupas aqui no morro, tava até conversando com o galego sobre isso e como sempre ele me apoiou, já tenho vários planos em mente pra seguir minha vida com os meus filhos.

meu caso ficou conhecido, uma policial ser presa sendo acusada de altas paradas não é todo dia que se ve, ou é. Só sei que decidi contar tudo o que aconteceu ao vivo e a cores, não vou ocultar nada, vou contar tudo e botar pra fuder contra todos que me colocaram dentro daquele presídio, minha ideia é fazer uma live e tacar toda a merda no ventilador, aquele marechal que me aguarde.

sai da sorveteria e fui fazendo o caminho de casa, a todo momento eu ficava conversando com as crianças, pelo menos eu não to falando sozinha, de certa forma eu to sim mas não vem ao caso agora, pra cortar caminho fui entrando pelos os becos mais baixos, pq subir ladeira com a barriga desse tamanho é foda também, por incrível que pareça não tinha nenhum vapor nas lajes e isso já me deixou receosa por ter pego esse caminho mas eu já estava longe demais pra voltar. Terminei meu sorvete e parei na lixeira pra jogar fora, coloquei o pote no lixo e tava limpando a mão na roupa, aquelas.

pra completar minha vida deixei minha carteira cair e não consigo abaixar pra pegar, por sorte tava passando um vapor por aqui...

psiu, menino- chamei e ele me olhou- pega minha carteira aqui pra mim por favor- pedi

pego sim- vapor

ele veio andando na minha direção e pegou minha carteira me dando, agradeci e me virei pra seguir meu caminho, eu até podia continuar andando se não estivesse com a porra de um cano de uma arma nas minhas costas

continua andando como se não tivesse acontecendo nada, se não eu vou te furar todinha- falou o vapor no meu ouvido

filho de uma puta

respirei fundo e fiz o que ele disse, no final do beco tinha um carro preto e ele me colocou nele e tapou minha vista , todo castigo pra corno é pouco, tomar no cu. Eu não podia me desesperar mas as crianças já estavam sentindo meu nervosismo, kaique quando eu fico nervosa sempre fica chutando, da pra ver a marca do pé dele na minha barriga, a kiara é mais quietinhas mas as vezes apronta aqui dentro.

o carro entrou em uma estrada de terra e parou em uma chácara gigante com uma segurança como se fosse de um castelo, o carro parou e eu fui puxada pra fora, eu só pedia a deus pra não deixar nada acontecer com meus filhos, passamos por todos os caras e entramos na chácara, me deixaram em um quarto com as mão amarradas, não vou nem falar que não pode ficar pior pq com certeza pode.

(.....)

eu já estava aqui sentada a horas e morrendo de dor nas costas, fechei os olhos e encostei a cabeça na parede, escutei a porta sendo aberta mas continuei do mesmo jeito, alguém entrou pq eu senti o cheiro do perfume, olfato de grávida...

to muito triste por ter que nos encontrar desse jeito, poxa amor- jacaré

abri os olhos na mesma hora

o que voce quer comigo?- falei encarando ele

com voce eu não quero nada- ele passou a mão na minha barriga e o kaique chutou- chuta pro papai filhão- jacaré falou rindo

ele não é seu filho, seu lixo- eu

nessas horas minhas lágrimas rolavam de tanto medo

ta chorando pq amor? eu só queria te ver de perto- falou alisando meu rosto

para com essa babaquice porra, ve se cresce, desde quando eu tive alguma coisa com voce pro meus filhos serem seu- gritei na cara dele

como é bom mexer com voce- jacaré falou alisando meu rosto

se voce soubesse o tamanho do meu ódio por voce, não estaria nem perto de mim- falei entre os dentes

eu não to nem ai pro seu ódio gatinha, voce só ta aqui pq tem alguém doida pra acertar uma conta contigo- jacaré

na mesma hora que ele falou a ângela entrou no quarto....


Uma Policial da PesadaOnde histórias criam vida. Descubra agora