07/11/2019

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Eu estou prestes a sair da escola, acabar o ensino médio e me formar na Etec, e estou achando fantástico a alegria que está sendo isso pra mim, ao certo vou sentir saudades da companhia de todos, mas é mais certo ainda que em menos de um semestre essa saudade vai se tornar mera nostalgia.
Talvez o que eu sinta mais falta é do carinho que eu recebo lá, constantemente, querendo ou não ele massageia meu ego que é tão grande que nem consigo enxergar. (A própria flor de Narciso). Me questiono se isso também é uma forma de objetificação das pessoas, eu com elas e elas comigo. Mesmo sabendo da Sociedade Líquida, não significa que estou imune a ela.
Me sinto substituível a qualquer momento, um abraço quentinho e um conselho outras pessoas também dão. E assim como eu sentirei uma nostalgia, acredito também que a lembrança dos outros para comigo não passarão disso também.
Três anos, três ilustres anos... Nem me lembro quando foi a última vez que fiquei sem pensar em algum trabalho, escolar, até mesmo nas férias, minha rotina está prestes a dropar por completo, até mesmo no Polo Guri, sinto que entrei muito tarde lá e ainda fiquei muito tempo longe, não pude desfrutar tanto quanto queria.
O que sei é que agora tudo o que eu mais quero é um abraço e um sorvete.
A muito tempo não choro, e continuo assim. Eu queria conseguir sentir isso que as pessoas tem, pra um artista a falta do sentir é a morte e eu tô a muito tempo morto.
Acho fascinante esse apego emocional em um espaço de tempo consideravelmente curto, e esse mesmo apego com outras pessoas e o brilho no olhar sobre falar delas.
Eu queria de todo o coração ter esse brilho que eu vejo no seu olhar ao falar do amor da sua vida, ao falar do melhor amigo, ao falar do seu pet companheiro. Sou muito didático, um sentimento muito racional, metódico e chato.
Eu sou chato, e sei bem que sou, chato e trouxa inclusive, é constante meu esforço em tentar fazer alguém que jamais vai me querer começar a gostar de mim. Entra na parte do ego de novo, talvez isso fira ele um pouquinho, aquele valor da conquista.
Por mais que eu saiba que haja pessoas que se mostram afins de mim, eu não sinto que é algo que eu queira e que me valha a pena, tenho preguiça de tentar construir algo e desenvolver algum sentimento pela pessoa, mesmo tendo noção o quão babaca é isso. Estou sendo extremamente seletivo e ainda tô com a pachorra de dizer e pensar "Queria que alguém gostasse de mim como eu gosto você."
E em grande parte isso é uma espectativa que dificilmente alguém vá suprir, e ninguém tem a obrigação de suprir... Mas, slah, eu quando me entrego parece que a pessoa se torna a pessoa errada ou só não está "pronta" pra isso. Eu não quero mais ter que regular meus sentimentos, quero escrever pra alguém, desenhar essa pessoa, compôr pra ela, tê-la como minha inspiração e saber que ela não vai embora por conta disso por ser muito "intenso". Ao mesmo tempo que  quero que isso seja só um bônus na relação e não o marco principal, quero alguém que vá me mostrar quando tô errado, que brilhe os olhos ao me ver e falar de mim, que eu a inspire o mesmo quanto ela me inspira. No dia que alguém chegar e disser que fez uma poesia pensando em mim, eu caso.
O problema não está na pessoa, e eu sei bem que o problema sou eu, é difícil lidar com essa chatice minha. Eu te enchendo o saco sempre com a mesma ladainha. Sendo bom ou não, querendo ou não, alguma hora enjoa e se torna um pohe eu te torrando com algum poema ruim meu que fala sobre as mesmas coisas sobre você.
Eu só queria alguém tão intenso quanto eu pra cuidar e ser cuidado, queria estar disposto a tentar isso com quem gosta de mim, mas aí que está o ponto chave, a pessoa que procuro nem sequer existe. E se por um acaso eu encontrar alguém que seja tão bom assim pra mim.... Por que ela iria querer ficar comigo?

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