02/11/2020

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Olá meu caro amigo de longa data! Não faz tanto tempo assim que não escrevo em ti, mas diferente das outras vezes vim contar sobre algo alegre.
Creio essa seja a primeira vez, almenos que eu me recorde, que eu venho escrever sobre meus sentimentos de forma positiva e não romântica.
Esse final de semana a Vic veio aqui para casa, primeira vez que ela passa um final de semana inteiro em casa (diga-se de passagem). E vou te ser bem sincero, não aconteceu absolutamente NADA do que eu havia planejado. No mais tocar Elvis, que nem planejado tinha, foi premeditado 15min antes. E iconicamente, foi MUITO melhor do que qualquer final de semana que eu poderia imaginar.
Uma dentre as diversas frases marcantes deixadas por ela nesse espaço de 3 pra 4 dias foi: "As melhores coisas que acontecem não são planejadas."
Inicialmente minha mente levou a frase muito para uma conotação mais sexual, quase como um trocadalho, mas não levou muito tempo pra entender que ia bem mais além do que uma piada infame.
Estou com um sentimento de nostalgia no peito, por mais que faça menos que alguns minutos que ela foi embora. Sinto como se fosse uma das últimas vezes que vou vê-la pessoalmente por um longo tempo, e que após esse tempo muita coisa vai estar diferente com excessão da nossa amizade. Nem saí e já tô com saudades dela.
Acredito que a Vic é a primeira pessoa em que realmente confio, ao ponto de ser, literalmente, a única pessoa que já me viu chorar. E que, inclusive, foi capaz de ver minhas inseguranças e me guiar nelas, certeza que ela vai dar uma excelente psicóloga se seguir no ramo.
Ela consegue me ajudar a ficar tranquilo nas situações que, para mim, sempre foram aterrorizantes ao mesmo que desconstrói paradigmas que pareciam irrefutáveis na minha cabeça. É incrível como em menos de uma semana ela me ajudou mais do que eu em meses, e engraçado como isso demonstra de forma bem direta que nem sempre eu tô certo. Na real ela consegue me mostrar que eu tô errado várias vezes só sendo ela. O que significa que sim, como ela mesma disse: "Têm coisas que, por mais que você queira e seja inteligente, você não vai resolver sozinho."
Assim que eu voltar da missão pretendo já procurar um bom psicólogo para fazer o acompanhamento, por mais que eu não seja "doente" própriamente diagnosticado, tratamento psicólogo é autoconhecimento e todo autoconhecimento é magia, enquanto mago irei aceitar sim trabalhar com esse tipo de "magia". E advinha quem me convenceu disso? Quem será? Raimundo Nonato, logicamente.
Outro aspecto que ela me fez ver é o fato de que eu não sei dar limites
meus relacionamentos amorosos. Não só de mim para comigo mesmo, mas também com minhas companheiras. O infame gerado "Se deixa fazer de trouxa", o que explica também o fato de eu ter atraído tamanha toxidade do fundo das pessoas ao meu redor no ano passado, a Vic inclusa.
Todavia, como diria a filósofa que mais citei nesse capítulo:
"Você precisa aprender a diferenciar o que é problema seu, e o que é não é problema seu."
Eu ser feito de trouxa é um problema meu, ou seja, eu tenho de não me deixar ser feito de trouxa e impor limites. Se a pessoa vai ficar chateada por isso, não é problema meu, a pessoa que lute com os problemas dela.
Outro ponto bastante carácteristico, e não vou negar que chorei quando citamos, é o fato de que eu não preciso agradar os outros para ter atenção. E isso é algo que eu faço constantemente, e que pretendo parar ou almenos melhorar. Dentro desse aspecto, refletindo a pouco, reparei que o planejamento na minha cabeça foi justamente uma série de tentativas de tentar agradar ela constantemente durante o final de semana. Seja com filmes, brincadeiras, músicas, jogos, espectativas, etc. E não foi nada como o planejado, porquê, nas palavras dela: "Você não têm que me provar nada". Isso é muito emblemático, pois vai de encontro com todos os problemas de relacionamentos tanto românticos quando afetivos. O fato de eu sempre tentar provar para alguém através das mais variáveis formas, me impede de ser eu, é justamente isso que levou ao término da Iza comigo. E a Vic vem me ajudando a desconstruir isso, afinal, ela já me viu chorar e sabe de mais defeitos meus do que eu sei de mim mesmo e ainda continua aqui e continua me amando. Se ela me ama, porque eu não me amo de verdade?
Para concluir, tenho plena consciência de que, caso algum dia ela leia esse texto, ela vai sentir uma leve inflada no ego. Na real tá mais pro lobo dos 3 porquinhos soprando um balão o quanto que vai inflar o ego dela. Mas tudo bem, errada ela não estaria, e como dito pela filósofa "Isso não é problema meu."

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