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Smells like roses to me... to young lovers at sea
A cama parecia estar fervendo, pois eu acordei com meu corpo todo suado. É verão, eu entendo, mas esse calor infernal é insuportável. Ainda mais que dormia em uma casa estranha, acordar no meio da noite era esperado. Vestia apenas uma calça de pijama e não usava lençóis, já que meu corpo parecia querer derreter. Então, virei para o lado e vi, no colchão sobre os estrabos de madeira, Hoseok dormindo torto, com as duas mãos sobre a cabeça e uma perna de cada lado. Sorri, ele conseguia ser engraçado até dormindo.
Mas eu não entendi, acordei com calor, mas já não fazia mais. O calor sumia do nada, como se aquela sensação surgisse apenas para me acordar.
— Aish – murmurei comigo mesmo, tentando encontrar outra posição para dormir no escuro.
Tum.
Que diabos foi esse som? Era como se algo tivesse caído no chão, algo não muito pesado, também não muito leve. Semelhante ao som quando pulamos de calcanhar no chão.
Tum. Tum.
E vinha de fora do meu quarto, do corredor. Não era baixo o barulho, era o suficiente para acordar alguém, mas Hoseok não se moveu. Entendi. Apenas eu escuto, talvez.
Acordar com sons estranhos que apenas eu conseguia ouvir era uma maldição na hora de dormir. Quando pequeno, corria para o quarto de meus pais e minha mãe me explicava que era normal, que ela também ouvia coisas e nem por isso tinha medo. A mulher mais corajosa do mundo me deu à luz, isso era um fato.
Bem, o barulho parou, finalmente. Fechei meus olhos e respirei fundo, mas o cheiro... cheiro de rosas surgiu, entrando nas minhas narinas, fazendo meus pelos subirem. Cara, eu só queria dormir.
Só queria ter paz.
As rosas eram sinal de algo bom ou ruim, ou seja, alguma coisa ia acontecer ou estava acontecendo. Só iria parar se eu descobrisse o que. E adivinha, eu não quero descobrir, eu quero DORMIR. Só queria descansar.
Me sentei no colchão fofo e me espreguicei, sabendo que teria de levantar para ir até o corredor e enfrentar aquele sentimento estranho, quando a porta de correr se moveu lentamente para o lado, me mostrando a escuridão do hanok.
— Quem está aí? – perguntei baixo, para não acordar meu colega de quarto, mas recebi apenas uma leve brisa quente de resposta. Resmunguei me levantando e cocei meus olhos ao caminhar devagar até a porta.
Não tenho medo de fantasmas, por que eu aprendi que eles não conseguem nos tocar, mas eu certamente tinha medo de passar mal de novo. Não queria me aproximar do atelier, mas a sensação ruim e o cheiro de rosas aparentemente vinham dali.
— Aigo, me deixe em paz – respondi o vento. Quem me visse naquela hora, descabelado, sem camisa, falando sozinho em um corredor escuro, iria pensar que eu sou louco. E talvez seja mesmo.
Não entendi como, mas quando dei por mim estava de pé na frente da porta do atelier. Fechada, embora ainda conseguisse sentir aquela ânsia horrível. O silencio era pesado, a casa inteira estava quieta e calada, quando eu ouvi um som estranho lá de dentro. Uma cadeira, talvez, um banco, sendo arrastado lentamente pelo cômodo. Eu tinha certeza de que não era alguém lá dentro, e sim era uma manifestação.
Depois que a cadeira parou, ouvi o som de corda sendo arrastada, depois passada por alguma coisa dura. E imaginei a cena. Se o jovem se matou naquele atelier, o que eu ouvia era o registro dos seus últimos passos. Aquilo era horrível, me senti triste, quis chorar e deixei uma lágrima escorrer meu rosto, até cair no meu pé descalço. A dor que eu sentia era física, como se alguém me apertasse o coração com as mãos. Pobre rapaz, que dor morrer assim, sozinho, tanta dor, tanto... tanto rancor e raiva.
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A CASA ROUXINOL | jikook
ParanormalCONCLUÍDA #JiminAmetista Park Jimin é um jovem calouro descobrindo suas habilidades como médium. Jeon Jeongguk tem seus sonhos perturbados depois de ter encontrado um antigo morador da casa morto no atelier. A casa Nightingale é um enorme hanok no f...