SOULMATES

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{esse capítulo é dedicado ao amor entre dois grandes amigos} ♥ vota

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T A E Y H U N G

Talvez eu estivesse certo por todo esse tempo, desde a primeira vez que o vi. Park Jimin parece um anjo, tanto na sua forma de falar quanto na de andar e agir. É incrível seu jeito de se importar com a vida de todo mundo ao seu redor, como se de algum jeito visse tudo conectado.

Agora eu terminava de arrumar minha cama, sábado de manhã, o sol estava forte lá fora, embora fosse o de sempre, hoje me sentia bem para dar uma volta. Seokjin ainda dormia, calmo, como se fosse um príncipe. Seu rosto nem sequer ficava inchado como o meu, parecia ter acabado de se deitar.

O fato de sermos amigos a tantos anos faz com que tocar o corpo um do outro ainda seja um pouco estranho e novo, então nos atemos a beijos e abraços longos antes de dormir, o que para mim é o suficiente para dormir em paz.

Arrumei minha camisa branca com as mangas dobradas dentro da calça azul de linho, bem leve, peguei uma bolsa transversal pequena marrom e sai do quarto. Passando pelo corredor, descontraído, percebi a porta do banheiro aberta e ouvi alguém cantarolar de uma forma fofa e linda. Parece com um querubim da capela sistina e soa como um anjo também, era Jimin com um pote escuro na mão encarando o espelho, cantando com os olhos vidrados. Cocei a garganta algumas vezes e encostei no batente.

— O que está fazendo? Se admirando? – brinquei e ele respirou fundo, parando de cantar. Parecia ansioso.

— Eu tenho um problema, Taehyung-ssi – falou baixo, com um bico enorme. – Quero pintar meu cabelo

Sorri. Jimin parecia uma criança, estava fazendo bico por que estava nervoso. Alguém rico como ele tinha dinheiro suficiente para fechar um salão inteiro só para si, não via motivo para tentar fazer aquilo sozinho. Talvez estivesse querendo provar algo.

— Então... não entendi o problema em questão – ajeitei o meu para trás e não funcionou bem, ficando no meu olho de novo. Jimin intensificou o bico de uma forma absurda e agora franzia a testa. Eu juro por Deus que não entendo como ele tem a minha idade, parece um bebê. – E que tinta é essa?

— É preta... – murmurou chegando o pote perto do rosto. – Tem cheiro de fruta, achei engraçado

— É, eles fazem assim pra disfarçar o cheiro da tinta... – cheguei perto para sentir o aroma, era de amora. – Boa sorte então...

Já ia sair do banheiro quando ele rosnou. – Me ajuda, por favor...

Ah, realmente não queria ficar e tinha outros planos, contudo ir até o campus fotografar pássaros poderia ser adiado. Respirei fundo e me virei, tirando a bolsa do ombro e colocando sobre a pia.

— Nunca pintei cabelo antes, Jimin-ah... – resmunguei e ele sorriu me entregando duas luvas de plástico descartáveis. – Não faço ideia... se eu estragar vai ser problema seu, me ouviu?

— Você é artista, você consegue, você pinta coisas – gesticulava balançando o pincel. Por que todo mundo sempre fala que eu sei fazer tudo que envolva tinta só porque sou artista? Park veste uma camisa grande e velha, não duvido que seja de um dos meninos. – Aqui, use isso para não se sujar

Deixou o pote na pia para pegar um roupão preto e bonito, chique. Colocou sobre meus ombros e fechou, passando a corda pela minha cintura e amarrando sem usar força. Depois, coloquei as luvas e peguei o pote. Aquela cor era bem escura mesmo.

— Tem certeza que quer preto? Não tem outra cor mais... clara? Preto é tão... vilanesco

— Eu posso ser vilanesco, não acha? – desfez o bico e sorriu com uma cara de filho da puta. Ri um pouco. – É minha cor natural

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