A CASA ROUXINOL | jikook

FINAL LINE

Bem, esse é o último capítulo da Rouxinol, por isso o fiz com muito carinho. Poderia deixar aqui tantas coisas para dizer, só sei ser grata. Vocês leram tudo com paciência e carinho, confesso que no começo me senti muito estranha com medo de falar sobre fantasmas e mediunidade. São dois assuntos que eu lido desde nova, não que eu seja médium, mas ao redor as coisas são sempre tão estranhas comigo. Espero que gostem do final, estaremos juntos em uma outra fic jikook no futuro. Ame os meninos sempre, acima de seus ships e de todas as teorias malucas. Eles me ensinaram que existe amor de verdade, me ensinaram a se doar pelos amigos e estar sempre lá pra quem precisa. Sejamos assim também.

Obrigada.

🐾

J I M I N

O que é a morte? O que é fazer a passagem? Algumas pessoas acreditam que a morte seja o despertar para algo superior, outros acreditam que seja o fim de tudo. Independente da resposta, a morte está em todo lugar e todos nós estamos propensos a encontrá-la. Ela nos deixa instigados e curiosos, tristes e aflitos. Ansiosos. Faz algumas horas desde que chegamos no hanok da nossa noite na orla. É estranho, ninguém parece muito feliz hoje.

Quando olhei a data entendi. Fazem quatro meses que Hyuk morreu, exatamente, e Namjoon ficou tão triste que teve uma convulsão leve na biblioteca. Sorte que Yoongi está sempre por perto vigiando ele. Deve ser insuportável ficar com um amigo sendo sua sombra o dia inteiro.

Falando em amigo, segurei Jeongguk pela mão e o levei até a sala, onde Taehyung estudava alguma coisa sozinho. Nos olhou com carinho e sorriu, sem dizer nada com a boca, mas com os olhos. Ele está nervoso.

Todos estamos. Hoje o dia está estranho. Não sinto cheiro de rosas, mas de enxofre. Não sinto arrepios na espinha, mas uma leve dor de cabeça.

Jeongguk, vestindo seu moletom cinza três vezes maior que ele, escondeu as mãos dentro das mangas e se encaixou entre minhas pernas, encostando as costas no meu peito. Alisei seus cabelos grandes nas minhas mãozinhas e ele suspirou um pouco triste.

─ Seu cabelo cresceu muito rápido - disse e ele assentiu com a cabeça. ─ Posso dar uma aparada pra você mais tarde...

Não me respondeu. Nem se moveu. Tá tudo tão parado hoje, tão chato e triste. Seokjin comentou algo sobre o caso de Baekhyun estar indo bem, que montaram o caso e só falta o mandato de prisão ser autorizado, em seguida será julgado. Contudo, ele ainda está solto por ai. Não acredito que seria louco de machucar alguém sendo que está nessa posição de investigado, embora, estamos falando de Byun: tudo é possível.

Uma hora eu terei de falar do meu sonho. Eu vi ele ser assassinado da forma mais cruel do mundo e não falei pra ninguém.

─ Jimin-ie - disse Jeongguk se levantando. ─ Vou fazer pipoca pra gente, já volto

Saiu rapidamente da minha vista deixando eu e meu amigo juntos. Encostado no sofá que Taehyung está deitado lendo, o olhei até ganhar sua atenção.

─ O que foi? - abaixou o livro cinza para me olhar com uma cara desconfiada. ─ Você quer me falar alguma coisa?

─ Quero conversar e você tá aí quieto, já basta Jeongguk que não fala nada desde chegamos - fiz um bico e ele fechou o livro marcando a página com uma flor seca preservada dentro de uma fita adesiva transparente. ─ Parece que tudo anda tão estranho...