ANTICONVULSIVO

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Aquela noite estava surpreendentemente fresca e confortável, depois de tantos dias de verão quente e sufocante. A praça estava cheia de universitários, barraquinhas de comida que exalavam tantos perfumes diferentes de comida e bebidas. Com as mãos no bolso, caminhava devagar conhecendo cada canto e olhando cada rosto para entender melhor como é o bairro. Não sei como tudo aconteceu quando notei, sobramos eu e Namjoon na barraquinha de churrasco, apenas. Já era a segunda vez no dia que me via sozinho com ele, mas não tinha surgido um assunto interessante o suficiente.

— Você gostou do churrasco? Não é algo chique como deve estar acostumado, mas é muito bom – e enfiou mais um pedaço de bife na boca, quando eu sorri.

— Ah, carne é carne, sempre

Namjoon comentava constantemente sobre a minha condição financeira ser superior à de todos no hanok. Não interpretava com afronte, ele apenas queria puxar assunto e não sabia por onde começar.

— Desculpa, não nunca sei o que falar com você, sou muito difícil pra começar conversas

Ao ouvir aquela declaração tímida e em um tom baixo, ri limpando a boca com um guardanapo. – Sem problemas, hyung... me conte sobre qualquer coisa, sobre você

— Hummm – coçou o queixo algumas vezes, olhando para o vendedor mexendo os espetinhos na chapa. – Quando vi seu contrato, feito pelo seu pai, pensei que você seria insuportável

— Imagino o motivo... – olhei para mim mesmo, meu cinto com uma fivela grande da Chanel, sapatos bonitos e roupa fina. Namjoon acompanhou meu olhar, sem graça, desviando rapidamente. – Não tenho outras roupas, para mim é essa minha realidade... mas posso tentar mudar, acho que vou precisar a partir de segunda feira

— Sim, já é sábado, você precisa pensar sobre isso, como calouro, se vestir assim pode ser um problema nesse campus – comentou, preocupado. – Eles pegam pesado com calouros

— Foi assim com você?

Respirou fundo, comendo um tomate grelhado. – Foi complicado...

— Não quer falar disso? Desculpa...

— Não tem problema, é porque essa época me lembra dele... – respirou fundo e olhou meu prato, agora vazio. – Quer dar uma volta? Vou te explicar melhor as coisas

E assim fomos, dois ser humanos opostos caminhando pela praça juntos. Vi Seokjin e Taehyung tentando tirar alguma coisa de uma árvore, acho que a pequena criança perto deles estava esperando Taehyung descer da árvore com alguma coisa dela. Logo, uma bola vermelha caiu, seguida por ele, que foi segurado por Jin-hyung.

Sinergia – deixei escapar entre os lábios quando vi a precisão de Jin ao segurar Taehyung perfeitamente. Namjoon não me ouviu, andando até o parapeito de madeira e ferro, dando vista para o riacho, que agora estava com a água parada e refletindo a luz da lua.

— Faz tempo que eu não venho aqui – murmurou, levemente tristonho e se debruçou sobre o lugar. Fiz o mesmo, ficando do seu lado. – É bom, é calmo...

— É bom mesmo, hyung – sorri para ele, mas recebi um suspiro – Você está bem?

— Não... e acho que é a primeira vez que eu confesso não estar bem, depois de tanto tempo, sabe? Finalmente, depois de muitos dias e horas pensando, me vejo triste

— Sei que vai soar estranho, mas fico contente por finalmente ter se encontrado, reconhecer é a primeira coisa a se fazer – e eu, cheio de compaixão, como sempre, queria abraçar Namjoon mais que tudo, mas me contive a apertar meus dedinhos.

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