SOJU

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{alguém ai tem medo de fantasma?}♥

🐾

J E O N G G U K

Acordei e senti uma luz forte no meu olho ainda fechado que eu não queria abrir. Queria ficar ali na caminha gostosa para sempre, puxa vida. O que custa? Estou de férias ainda, não preciso me levantar, ou preciso? Não preciso... espera, preciso, eu quero fazer xixi.

Abri meus olhos lentamente, sem abrir de verdade, sabe? Notei aquele calor do sol no meu rosto e intuí que Taehyung já não estava mais do meu lado. Era estranho dormir com alguém que não tenho conexão de sangue, mas depois de duas semanas vendo a cara dele, me acostumei aos poucos.

E aquele cara... aquele loirinho, novato da casa... qual é a dele? E por que que me importei tanto com a forma que me olha? Desconforto infeliz esse que sinto faz um tempo, já tive tantas conversas com meus pais sobre e nunca me encontrava nesses devaneios. Jimin tem um jeito estranho de me olhar. Passou o dia inteiro andando pela casa, conhecendo os cômodos e explorando a hortinha, como se tudo fosse um passeio de colégio. Talvez para alguém rico como ele, fosse algo diferente, ir à uma casa nada convencional com seis caras humildões.

Ao levar a mão ao rosto, senti umas bolinhas apertarem meu pulso. Ah, então aquilo não tinha sido um sonho, Park Jimin estava mesmo na cozinha e realmente me deu sua pulseira de pedrinhas de... amentas? Amenidades? Como é o nome?

Ametista? – uma voz surgiu, atrás de mim, mas perto. Ao me virar vi Taehyung agachado calçando as meias. Podia jurar que estava sozinho no quarto. Sorriu para mim com aqueles dentinhos perfeitos e ajeitou a boina na cabeça. – Sua pulseira, eu disse

— Ah – gemi ao olhar a luz atravessar sua estrutura cristalina e roxa. Não sei o motivo, mas sorri ao ver. – É, isso mesmo... o que você entende sobre ame-ametista?

— Bem, eu sei que são pedras de energia... – comentou – e que essa é a mesma pulseira que Jimin-ssi tem – nem me dei o trabalho de olhar para sua cara, pois sabia que sua expressão seria de desconfiança.

Ainda drogado de sono, sentei com dificuldade e cocei a cabeça. Havia um espelho encostado no chão, virado para mim e revelou que entre eu e uma sacola de lixo quase não havia diferença. Essas noites sem dormir direito e pesadelos constantes estavam me destruindo.

Aish... dormi igual uma desgraça – resmunguei.

— Vi que acordou durante a noite... você precisa ver isso, quando as aulas começarem vai pesar – Taehyung era sempre muito cuidadoso e falava como um pai, diferente de Namjoon e Seokjin, soa senhoril quando fala sério. Passei meu olho sobre ele e vi que usava calça jeans e uma blusa branca por dentro. Estava arrumado.

— Onde você vai? Assim, tão cedo... – murmurei e ele riu.

— JK, já é meio dia...

Mas como?! Arregalei os olhos.

— O que... – joguei a cabeça para trás e respirei fundo. – Por que não me acordou?

— Tentei, mas você não se movia... nunca te vi dormir tão bem – sorriu e se levantou pegando uma bolsa pendurada no cabide. – Vou indo, o almoço já está quase pronto, Seokjin pediu para te avisar, vou comer no campus, depois a gente se vê

— Até mais – respondi.

O fato de que Taehyung notar a pulseira e saber até o nome da pedra era estranho. A ametista polida parecia uma miçanga qualquer antes de tocar ao sol, então como tinha tanta certeza? E porque ele havia reparado no que Jimin usava? Sempre soube que era um bom observador, mas aquela sensação de que Taehyung tinha reparado na mesma pessoa que eu era estranha.

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