capítulo 18.

7.7K 400 17
                                    

Yara narrando .

Ruan me deixo no pé do morro depois de conversarmos se é que vcs me entende. Subo cumprimentando uns conhecidos e quando chego no portão de casa vejo a luz acesa , entro na moita mas relaxo assim que vejo jorgin sentado no sofá com o fuzil na mão me encarando .

- achei que agente tinha se acertado .

- aí te fala a real cansei , depois que voltei a ter minha liberdade não vô abrir mão dela assim do nada não , sou mulher livre , independente , ralo pra caralho , mas tô de pé , vivona e vivendo , se tu não atura então surta porque eu não vou voltar pra tu , solteira estou e vou ficar .

Ele ri e balança a cabeça em negativo , se levanta e vem até mim em passos lentos me rodando.

- tu acha mesmo que vai brinca comigo assim ? Eu sou sujeito homen porra. Mulher de bandido tu vai ser só uma vez .

- tu não manda em mim jorgin , eu não quero mais .

- quem disse que tô te dando escolha ?

- que ? Como assim ? Sai da minha casa agora .

Vejo ele se aproximar mais com aquele olhar nele que conheço bem , ele tá drogado .

- fica aí jorgin não se aproxima ou eu vou gritar . Para porra .

Ele me puxa pelo cabelo e me joga no sofá , sobe em cima de mim e começa a me beijar , me debato e grito mas ele é bem maior que eu , acerto um chute no meio das suas pernas e ele se abaixa.

- desgraçada .

Tento correr mais ele puxa meu cabelo de novo e me joga no chão , da tapas e tapas na minha cara , sinto gosto de sangue e continuo a gritar e tentar acertar ele com tapas e socos mas ele não se abala , tá fora de controle , paro de me debater quase desacordada com tantos tapas e socos que tomei , sinto tudo rodar e ficar preto , apago .

Acordo sentindo meu corpo todo doer e o lado esquerdo do meu rosto inchado , abro os olhos e vejo que estou no nosso quarto antigo na casa do jorgin , me sento com dificuldade e vejo que estou com uma camiseta dele e uma calcinha , começo a me apavorar , será que ele ... Meu deus não , eu não posso acreditar , olho pra porta do banheiro onde o mesmo sai com uma toalha enrolada na cintura , ele para na hora que me vê sentada e cruza os braços , respiro fundo e olho rapidamente ao redor procurando algo pra me defender do maldito .

- tá com dor ?

- oque você acha?

- me desculpa Yara ,mas porra tu me provoca demais

- olha só me deixa ir embora daqui

- você não vai há lugar nenhum.

- OQUE? VOCE FICOU LOUCO !

- PARA DE GRITAR PORRA E ESCUTA , EU NAO POSSO TE DEIXAR IR .

- porque ?

- eu te amo Yara , eu preciso de tu pra mim , foi tudo um erro , me perdoa .

- não chega perto de mim , nao vou perdoar nada. Me deixa ir , SOCORROOOO .

- não grita caralho. Não me faz perde a paciência de novo contigo .

Ele pega algo no guarda roupa , senta na mesa de canto e faz uma carreira de cocaína , cheira tudo , faz outra e cheira de novo .

- eu só fui lá conversar com você. Mas tu como sempre me faz perder o controle , tu não vê o poder que tem sobre mim Yara ?

- se eu tivesse , tu não estaria assim, jogando essa merda pra mente acha que vai levar oque com isso ? Na moral nem te conheço mais .

- me conhece sim , eu não sou essa pessoa aqui , só tu me conhece

Ele se aproxima de min e senta na ponta da cama. Puxa minha mão pra si e acaricia , sinto nojo e repulsa , quero sair correndo , mas estou apavorada pra pensar num jeito de sumir daqui .

- cadê meu celular ?

- aquela porra não existe mais .

- tu não tá achando que vai me manter aqui pra sempre ne jorgin ?

- até quando eu bem entender .

Ouço a porta de baixo se abrir e quando vou gritar ele me segura e tapa minha boca , luto com ele e mordo sua mão.

- SOCORROO.

ele tenta me acertar outro soco mas me abaixo e pego o meu antigo abajur ao lado da cama e bato na cabeça dele que desmaia na hora vejo a porta se abrir com Ferreira num rompante e ele se aproximar com o fuzil em mira , quando me fita percebo que devo tá feia pá caralho com a cara de louco que ele faz , ele corre até mim.

- oque tu fez porra ?

- eu ? Olha pra mim. Ele fez isso comigo , tu tem que me ajuda Ferreira. Ele quer me manter em cárcere , me ajuda a fugir

E

le me olha apreensivo e depois para jorgin.

- bora rápido vai

Nós descemos as escadas correndo não tenho tempo de pegar nada vai que o embuste acorda , saímos da casa e montamos em sua moto , ele desce o morro rápido e quando chegamos no asfalto ele para numa rua deserta , desço da moto e ele também , começo a chorar de desespero e ele me abraça , afundo meu rosto em sua camisa cheirosa e respiro fundo tentando me acalmar .

- tu tem lugar pra ir .

- tu sabe que não tenho ninguém , mas talvez uma amiga me ajude 

- da onde ela é .

- complexo da Penha.

- ela vai te dá abrigo lá ?

- eu espero que sim , me leva lá ?

- tu sabe que jorgin vai te caçar até no inferno

- eu já vivo num .

Ele me solta e montamos a moto em direção ao complexo da Penha  .

Y A R A - Onde histórias criam vida. Descubra agora