Você é o meu tipo ideal

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Os olhos de Harley foram parar direto no ceifador, que baixou a cabeça e pediu desculpa pelo menos umas três vezes, explicando que tinha deixado o caderno cair no chão e Dylan acabou vendo. Por falar nele, o mais novo continuava paralisado no lugar, tentando entender o que tinha acabado de ver.

- Que fantasma? – Sander perguntou confuso.

- Eu não sei... – ele gaguejou – Eu estava... Eu olhei para trás e... Tinha um caderno no chão, mas depois não tinha mais...

- Você caiu da cama hoje de manhã por acaso? – o mais velho riu.

- Né? – Harley tentou entrar na brincadeira, embora estivesse muito nervoso – Por que diabos teria um fantasma aqui?

Dylan olhou para o local onde tinha visto o caderno no chão e depois para o amigo, suspeito.

- Você não está com medo? – perguntou e então arregalou os olhos e escancarou a boca assim que uma ideia lhe veio à mente – Ah meu deus, você sabe que tem um fantasma aqui, você o conhece!

- O QUÊ? – Harley gritou e a àquela altura não conseguia mais segurar o tremor nas pernas.

- Você é sempre o primeiro a gritar e sair correndo quando ouve a palavra fantasma – o mais novo explicou – Mas agora você está agindo desse jeito, só consigo pensar que você sabe da existência desse fantasma.

- Você tá maluc... – o garoto começou, mas o mais novo o cortou.

- É por isso que de repente você ficou estranho? É por causa desse fantasma? – Dylan arregalou os olhos mais uma vez – Você está apaixonado por esse fantasma???

- CALA A BOCA – Harley gritou apavorado.

Ele não conseguia acreditar naquilo, na forma como os pensamentos do mais novo iam crescendo sem proporções e ele ia descobrindo coisas que qualquer pessoa normal jamais pensaria. Bem, ele sabia que Dylan não era normal, seus pais sempre disseram que ele era um gênio, que era tão inteligente que achava estudar algo tedioso e inútil e era apenas por essa razão que não se dedicava à escola. E aquilo que ele tinha acabado de dizer era uma bela prova do quão esperto ele era.

Nicolas estava com os olhos quase saltando para fora do rosto e nem estava respirando naquele momento, embora ninguém pudesse ouvir sua respiração. Como ele tinha sido tão imprudente na frente de outras pessoas? Logo ele que sempre era tão cuidadoso?

- Você está maluco – Harley disse, olhando sério para ele – Vai escrever um livro se você tem tanta imaginação.

- Eu tenho que concordar – Sander acrescentou – Quer dizer... Por mais que o Harley esteja estranho, desde quando ele andaria com fantasmas? Logo ele que é o maior cagão.

- Obrigado – o garoto resmungou.

Dylan olhou mais uma vez para o espaço vazio em sua frente e então suspirou, se dando por vencido por enquanto.

- Eu vou descobrir o seu segredo – falou, olhando sério para o amigo – Você não vai conseguir esconder isso de mim por muito tempo.

O mais novo passou pelos dois e saiu caminhando com confiança, enquanto Sander ria do jeito dele e Harley engolia em seco, pensando em quanto tempo ele levaria para ser descoberto. Dylan já estava com a pulga atrás da orelha e agora não seria tão difícil descobrir que ele realmente escondia alguma coisa.



Quando o ceifador e ele finalmente estavam sozinhos no resto do trajeto até em casa, Nicolas estava bem mais calado do que de manhã quando cantarolava animado. Harley disse a ele que não tinha problema ele ter cometido aquele erro, mas que era melhor que ficasse em casa amanhã para não gerar mais nenhuma suspeita no mais novo, o que ele concordou. Assim que entraram no quarto, o ceifador sentou para olhar todas as anotações que tinha feito na aula e sorriu muito satisfeito do dia que havia tido.

Meu Querido CeifadorOnde histórias criam vida. Descubra agora