Nicolas acordou na manhã seguinte ainda nos braços de Harley e ficou por algum tempo relembrando tudo o que tinha acontecido no dia anterior: seu primeiro beijo, a declaração amorosa do outro, o conforto de pegar no sono nos abraço dele, todas aquelas coisas que ele nunca imaginou que viveria um dia e que até mesmo não queria, mas que agora estavam o tornando uma pessoa muito diferente. Ele ficou por algum tempo ali apenas se permitindo sentir todas aquelas coisas boas, o peito caloroso pela sensação de paz que aquela experiência lhe trazia e a segurança de saber, pela primeira vez, que havia alguém no mundo que gostava dele e queria ficar com ele. Pela primeira vez, ele não estava sendo rejeitado, esquecido ou machucado e aquela parecia uma forma muito boa de se viver.
Quando o garoto acordou um pouco mais tarde, colocou uma das mãos em seu cabelo e acariciou o topo de sua cabeça por um tempinho, enquanto bocejava. Ele então olhou para o ceifador e murmurou um "bom dia" sonolento, acompanhado de um sorriso, que o ceifador retribuiu.
- Você dormiu bem? – perguntou.
- Muito confortável – Nicolas respondeu.
Harley deu uma risadinha um tanto contente e acariciou a bochecha dele com o dedão, logo procurando por seus lábios para um beijinho matutino. Eles sorriram um para o outro novamente e o garoto desejou poder passar o resto da vida ali com ele.
Mas, é claro, ele tinha que ir para a escola.
- Eu mudei de ideia – falou enquanto olhava para o uniforme que precisava vestir logo – Eu quero que você vá comigo para a escola hoje.
- Por quê? – o outro perguntou confuso – Não íamos tentar evitar que Dylan descobrisse mais alguma coisa?
- É só você não levar nada hoje, que daí não tem como ele descobrir.
Nicolas olhou para ele um pouco confuso, já que bem, ele adorava ir para a escola e aquilo era muito melhor do que ficar em casa sozinho.
- Por que você mudou de ideia?
O garoto respondeu um pouco sem jeito, enquanto colocava a camiseta do uniforme.
- Não sei, acho que estou me tornando aqueles idiotas que nunca querem se separar da pessoa que gostam – ele deu de ombros – Eu sou um bobo, pode dizer.
Ao ouvir aquilo, o ceifador sentiu seu peito caloroso novamente.
- Você é um bobo, Harley Deen – respondeu, mas não conseguiu segurar um enorme sorriso no rosto.
- Aos seus pés, meu caro ceifador – o garoto se ajoelhou e fez uma reverência, que fez com que ambos caíssem na risada.
Nicolas acompanhou o garoto hoje sem nenhum material escolar, e também em suas roupas normais de ceifador, já que não iria fingir que era um estudante. Ele também tomou cuidado para não fazer nada de errado, não tocar acidentalmente em nenhum objeto, principalmente ao redor de Dylan porque o garoto era muito esperto. Harley, em contrapartida, passou a aula toda sonhando acordado, suspirando igual ao bobo que ele tinha aceitado que se tornou enquanto pensava na noite de ontem, nos beijos e carícias trocados e em como já gostava tanto daquele ceifador. Ele sabia que precisava prestar atenção na aula e copiar o conteúdo, mas toda hora dava uma olhada para o outro, que fazia sinal para ele prestar atenção.
Na quinta aula da manhã, no entanto, ele já não aguentava mais ouvir falar de células e seus componentes, então olhou para o ceifador e fez sinal para que ele o acompanhasse, enquanto levantava a mão e pedia para ir no banheiro. Nicolas o acompanhou em silêncio e um tanto confuso, pensando o que diabos o garoto queria falar com ele àquela hora e no banheiro. Mas bem, ele logo descobriu que Harley não queria falar nada... Ele queria era fazer. E, por fazer, era basicamente puxar o ceifador para dentro de uma das cabines do banheiro e beijá-lo contra a parede, da forma mais silenciosa que ele conseguia.
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Meu Querido Ceifador
FantasiaHarley Deen é considerado um dos piores alunos da escola, pratica bullying com os colegas, tira notas baixas e não respeita os professores. Seus maus atos não parecem ter fim, até que uma de suas vítimas resolve se vingar, tirando sua vida. Ou pelo...