Two

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CHAPTER 2, CAPTAIN

FLASHBACK ON:

Era o primeiro dia de aula do último ano do ensino médio para Renjun.

Estava sentado em uma das arquibancadas, era a cerimônia de iniciação do ano letivo, onde todos assistiam animadamente o Diretor Kim declamar seu mesmo discurso de todos os anos . O que era pura fachada. Não daria uma semana e todos começariam a reclamar do colégio.

O Huang mantinha a cabeça baixa, rabiscava em seu caderno alguns desenhos aleatórios para poder passar o tempo. Mal havia começado o ano e já sonhava com sua doce e calorosa cama.

─ Oi, bobão! ─ Era Jaemin se sentando ao seu lado.

─ Tá atrasado. ─ Reclama sem olhar o amigo. ─ Perdeu metade do discurso do diretor.

─ Cheguei até cedo. ─ Bufa tirando a mochila das costas e a pondo ao lado dos pés. ─ Queria chegar a tempo das lideres de torcida se apresentarem.

─ Jaemin... ─ O amigo fecha o caderno e o olha risonho. ─ Não precisa fingir o hétero 'pra mim, eu sei que queria chegar a tempo dos jogadores se apresentarem.

─ Cala a boca. ─ Dá risada empurrando o amigo com o ombro.

Uma garota ao lado de Jaemin o manda calar a boca, o que causa mais risadas em Renjun ao ver a boca aberta do amigo claramente surpreso.

─ Ela sabe que é o mesmo discurso do ano passado? ─ Sussurra perguntando ao chinês.

─ Shhhhh... ─ Renjun responde pondo o dedo indicador em frente ao grande sorriso que tentava esconder.

O coreano abre a boca algumas vezes, olha para os lados vendo todos os estudantes parecerem atentos ao que o diretor dizia e desiste de falar algo.

─ Idiota! ─ Diz baixinho ao se aproximar de Renjun.

Depois de dito, o garoto pega o celular e pluga o fone nele. Era possível ouvir Lana Del Rey mesmo com o fone conectado.

Renjun volta aos desenhos, começa um novo esboço agora de uma árvore que era possível ver da janela do outro lado da quadra. Era uma árvore gigante e de longos galhos, era abrigo para vários alunos que gostavam de passar um tempo relaxando em um lugar fresco e com sombra. Era sem dúvidas o lugar preferido do Huang no colégio inteiro.

Terminado o esboço, o garoto ouve uma voz diferente vinda dos autofalantes espalhados por toda a quadra.

Ele olha para o palco de onde a voz vinha e da uma cutucada para que Jaemin também veja.

─ É um prazer ser o novo capitão do time de basquete. ─ O garoto continua o que seria um discurso. ─ Posso dizer com certeza absoluta que me sinto preparado para esse posto que admiro e pretendo exercer com total seriedade e amigavelmente ao mesmo tempo...

O garoto tinha os cabelos pretos, a altura média de todos os caras do terceiro ano e vestia a jaqueta representante do time do colégio. Um típico jogador de basquete.

─ Não sabia que o Jeno seria o capitão esse ano. ─ Jaemin comenta finalmente tirando os fones de ouvido. ─ Sabia que ele era bom, mas não a ponto de ser o capitão.

─ Conhece ele?

─ Sim, Lee Jeno, estudamos juntos no ensino fundamental. Ainda saímos juntos algumas vezes.

─ Entendi... ─ Volta a olhar para o palco.

─ Gostou dele? ─ Um sorriso malicioso surgia em seu rosto.

─ Não, nem um pouco.

Não era mentira. Não havia gostado de Jeno apesar sua beleza, havia gostado de suas mãos.

Por mais longe que estivesse do palco, poderia dizer com certeza que eram lindas.

─ Assim, eu gostaria de agradecer principalmente ao treinador por ter me escolhido. ─ Jeno terminava seu discurso. ─ Mas também aos meus melhores amigos, Mark Lee e Jisung Pwark, por terem me apoiado e corrido comigo todas as manhãs durante meu treinamento.

Jaemin ria feito bobo.

─ Do que tá rindo? ─ O Huang o olha.

─ Ele chamou o Jisung de Pwark.

─ Não me diga que conhece ele também! ─ Fala mesmo já sabendo que a resposta era óbvia.

─ Seu erro é ser chinês. ─ Solta de repente sem fazer o menor sentido.

─ Claro! O erro foi meu por nascer em outro país... ─ Volta-se para olhar Jaemin com ironia pura na voz. ─ Não seu por não me apresentar seus amigos.

[...]

Mais tarde na sala de aula, Renjun rabiscava fervorosamente em seu caderno de desenhos. Desenhava as mãos de Jeno. Fazia o maior esforço para se lembrar de alguns detalhes para adicionar ao esboço, mas estava muito longe do palco para poder ver as coisas com clareza.

─ Droga. ─ Bufa fechando o livro.

Havia desenhado mãos comuns. Não eram as do Lee, eram apenas mãos.

Por mais que não tivesse certeza de como elas pareciam, tinha convicção de que seu desenho não se parecia com elas.

Quase que no mesmo instante em que reclamava, alguns gritos e aplausos foram ouvidos.

Aplaudiam alguém...

E ali na sala 3 do terceiro ano, entrou o garoto dono das mãos que o faria delirar horrores no futuro.

apenas me toque com suas mãos - norenOnde histórias criam vida. Descubra agora