Five

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CHAPTER 5, BASKETBALL

Renjun estava sentado na última fileira da arquibancada. Assistia ao jogo de basquete onde o time de seu colégio competia contra o de outro. Não que o garoto tivesse o menor interesse em nada daquilo, mas é que Jeno jogava. E se Jeno jogava, suas mãos jogavam também.

Como um verdadeiro clichê dos filmes hollywoodianos românticos adolescentes, Jeno era o típico aluno jogador de basquete que as líderes de torcidas amam, que os estudantes idolatram e que não tira boas notas. Colocado lado a lado com qualquer personagem dessas comédias românticas, não haveria como distinguir quem é quem.

E ali tapando o rosto com as mãos, claramente frustrado, Renjun não queria acreditar no que seus olhos o mostravam.

As lindas mãos do Lee lidavam com aquela grande, pesada e espessa bola. Seu coração parecia se partir um pouco mais cada vez que aquele idiota pegava na bola. Mas sua vontade era de bater nele e colocar uma luva nelas.

─ Como pretende assistir com as mãos tapando os olhos? ─ Jaemin perguntou sentado logo ao seu lado.

─ Estou deixando uma pequena fresta entre meus dedos. ─ Respondeu um tanto ignorante sem tirar os olhos da quadra. ─ E não é como se eu quisesse assistir a esse jogo estúpido.

─ Você me trouxe até aqui! ─ A voz fina em indignação enquanto um largo sorriso estendia-se em seus lábios.

─ E você sabe o motivo. ─ Volta-se para olha-lo também com um sorriso no rosto. ─ Acredite, eu não quero estar aqui também.

─ É, eu sei...

Voltando a prestar atenção ao jogo, o time de Jeno perdia de 16 a 13. Não que ele ligasse, mas precisava saber se teria que parabenizar ou não o garoto mais tarde na sala de aula.

Era até legal assistir ao coreano jogar, parecia uma verdadeira criança brincando. Uma criança com um abdômen definido.

Tirando a fileira histérica de garotas no primeiro banco que gritavam a cada toque de bola feito por um garoto bonito, o jogo até que estava interessante. Acirrado.

─ Vou conversar com o Jisung, ok?. ─ Jaemin avisou já se levantando. ─ Divirta-se com sua obsessão.

O coreano gesticulou brevemente com as mãos bem perto e em frente ao rosto do Huang que logo deu um tapa nelas às tirando de sua visão.

O garoto fingiu estar com dor e foi embora sem falar mais nada.

Um apito soa tirando os olhos de Renjun das mãos de Jeno, era o intervalo do jogo.

Seguiu os passos do garoto que conversava com o treinador, viu ele acenar a alguns amigos que também estavam na arquibancada e depois aos alunos que assistiam ao jogo, o coreano sorria parecendo... falso?

Era o mesmo sorriso de sempre, mas pareciam vazios.

E então seus olhos se encontraram ao acaso.

O garoto recuou um pouco antes de chama-lo:

─ Renjun hyung! ─ Subiu as arquibancadas até a pessoa pelo qual chamou. ─ Você veio!

─ Parabéns pelo jogo, mesmo que não tenha ganhado ainda.

O Lee foi até o banco e se sentou ao lado de Renjun com uma garrafa de água em mãos e uma toalha para secar o rosto de suor em seu ombro.

"Oh pai como é lindo!"

─ O Jaemin estava aqui, não? ─ Pergunta ainda um tanto ofegante.

─ ʽTava, ele foi ver o Jisung. ─ Aponta automaticamente para onde os dois estavam.

─ Diz ai, hyung, vai com o Jaemin para o Edd's esse final de semana? Vamos comemorar nossa vitória lá.

─ Não, não mesmo. ─ Falou pausadamente enquanto colocava a mochila que estava no chão nas costas, se preparando para ir ao refeitório. ─ Eu odeio aquele lugar e não sou muito de festas. Além do mais, como tem tanta certeza de que vai ganhar?

─ Não foi você mesmo que me parabenizou e disse que não ganhamos "ainda"? ─ Seus lábios se esticaram em um largo sorriso que faziam seus olhos praticamente fecharem.

─ Só estava sendo gentil. ─ Um sorriso simples apareceu.

─ Sério, hyung, vamos! ─ O tom de voz igual a quando uma criança pede balas aos pais.

─ Não mesmo! O Jaemin costuma ficar super bêbado nessas festas e me abandonar, sem mencionar o Haechan e seus ficantes, sério, eu não s...

─ Hyung, se eu estou te chamando não é para você ficar com eles, e sim comigo. ─ Isso fez Renjun se calar de uma vez. ─ Vai?

O chinês olhou a sua volta rapidamente e viu alguns estudantes os observando, provavelmente questionando o motivo de Jeno estar conversando com ele. O que era na verdade uma dúvida também sua.

Eles não eram amigos ou desconhecidos, nem mesmo somente colegas de classe, mas classificar sua relação com Jeno era algo incerto e difícil. Para o chinês ele era o dono das mãos que o fazem delirar e que o ajudam a chegar ao ápice do prazer, nada mais além disso.

Sem dúvidas jamais haveria falado com o garoto caso não fosse por suas mãos. Mas duas coisas eram fatos: Renjun já estava cansado de só ter que imaginar as mãos do garoto e que não havia nada a perder em ser um pouco mais ousado.

Lembrava-se do que Jaemin o disse alguns dias atrás e em como infelizmente era verdade.

Estava na hora de tentar fazer seus desejos acontecerem, nem que fosse pouco a pouco.

─ Escuta, primeiro preocupe-se em ganhar o jogo. ─ O chinês falou se levantando para ir embora. ─ E quem sabe eu apareço por lá.

apenas me toque com suas mãos - norenOnde histórias criam vida. Descubra agora