~Capítulo 4~

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Seul, Corea do Sul

"Pov Jennie"

Eu estava em uma estrada, uma estrada escura e deserta, caminhei um pouco em direção ao sul, quando vi um carro, bem familiar, era o carro do meu pai. Sorri, eles estavam bem, conversando, espera... Brigando, era o que parecia, meu pai gritava e a minha mãe chorava, do lado norte, uma bicicleta se aproximava, era Lalisa , ela estava pedalando aquela bicicleta

Jennie- PAI!- Gritei para que ele desviasse, ele iria bater em Lalisa, a menina estava destraida- PAI!- Minha mãe segurou o braço do meu pai e jogou o carro para o lado. Ele bateu em uma grande rocha e começou a capotar, uma, duas, três, quatro, cinco, até que ele parou- NÃO!- Corri até eles, daria tempo, eu conseguiria, minha mãe estava com a mão para fora do carro, eu a puxaria, depois salvaria meu pai e eles ficariam ali comigo, mas no momento, um clarão tomou conta da minha visão e só aí eu percebi, o carro havia explodido- NÃO! Por favor não! MAMÃE! PAPAI! Não!

Lisa- Jennie...

Jennie- Por favor... Mãe....

Lisa- Jennie... 

Jennie- Pai...- Senti minha visão embaçar e um borrão tomar conta de tudo aquilo- Mãe...

Lisa- Jennie, acorda!- Senti duas mãos geladas entrar em contato com a pele da minha barriga. Saltei e abri os olhos, me encontrei no quarto escuro, tudo aquilo foi um sonho, foi assim que meus pais morreram? Lalisa realmente estava lá? 

Jennie- Mãe...- Murmurei sentindo meus olhos arderem- Pai...- Foi a última coisa que eu consegui dizer antes de começar a chorar, feito uma criança, aquela dor, aquele sentimento de abandono apareceu, de novo. Senti os braços de Lalisa me envolverem, me afundei em seu peito me permitindo colocar tudo pra fora, tudo que eu tinha guardado pra mim dês da morte deles.

Lisa- Calma...- Senti seus dedos em meus cabelos me proporcionando um carinho relaxante. A abracei mais forte, como se, a minha vida dependesse daquilo, dependesse dela

Já mais calma, mas ainda em seus braços, suspirei um pouco aliviada

Lisa- Quer conversar?

Jennie- Não...

Lisa- Tudo bem... Quer tentar dormir?- Olhei rapidamente para o relógio, 02:43 da manhã, acenei positivamente. Me arrumei na cama enquanto Lalisa me cobria- Está bom assim?

Jennie- Não...

Lisa- Como pode melhorar? Quer leite quente? Quer chá?...

Jennie- Quero que você durma aqui comigo... Só essa noite...- A menina me olhou, seu olhar suave, e intenso ao mesmo tempo, até me senti desconfortável pelo jeito que ela me encarava

Lisa- Tudo bem...- Caminhou até o outro lado, não me movi, só senti seu peso sobre a cama e a coberta sendo gentilmente puxada para cima- E agora? Está bom assim?- Com um pouco de receio me virei para ela, me perdendo naqueles olhos que agora estavam mais escuros que o normal 

Jennie- Huhum...

...

Lutei naquela manhã para abrir os meus olhos, eles estavam pesados. Quando finalmente consegui os abrir, notei que Lalisa não estava ali, suspirei um poucou frustrada e me arrestei até o banheiro.  Não demorei e fui até a cozinha, aonde eu encontrei a menina cabelos de fogo concentrada no fogão. Sua franja bem cortada, caía sobre seus olhos e ela balançava a cabeça na tentativa de tirá-la dali, até que os nossos olhares se encontraram, aquilo era estranho, não desconfortável, mas estranho. Lalisa sorriu, mostrando seus dentes enfileirados perfeitamente, retribui na mesma intensidade.

Lisa- Bom dia!

Jennie- Bom dia.

Lisa- Torradas!- Acenti- Quer que eu te leve na biblioteca hoje?

Jennie- Se não for te atrapalhar...

Lisa- Uh claro que não! Vou tomar um rápido banho e podemos ir, tudo bem?

Jennie- Huhum

E então ela seguiu pelo corredor até o banheiro. Meus pensamentos correram para a noite passada, dês do lago, até o meu horrível pesadelo. Como Lalisa havia cuidado de mim, nas duas ocasiões. Fechei os olhos e sorri. Ela me fazia tão bem, tudo nela me fazia bem, sua carisma, seu humor, principalmente seu humor, oh céus, o que Lalisa está fazendo comigo?

Lisa- Prontinho, vamos?- Ela apareceu ali, totalmente linda, fiquei a encarando durante um longo, longo, tempo- Jennie?

Jennie- Er... V-vamos, vamos!

Depois de trancar a casa, Lalisa caminhou até os fundos e voltou com uma bicicleta

Lisa- Como eu falei, as coisas aqui são distantes, então...- Ela subiu- Sobe aí!

Como uma criança, fui pulando até a parte traseira da bicicleta, sentei de costas para a menina e descansei minha cabeça na sua nuca. Lalisa começou a pedalar e eu senti a brisa fresca, o aroma de algumas orquídeas e o forte cheiro de uvas geobong, que por sinal é a minha favorita

Lisa- Por ali- Ela apontou- Tem uma plantação de uvas geobong! Na volta, podemos passar lá se você quiser!

Jennie- Eu quero...

Ela (Jenlisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora