SEIS

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  Na realidade ou na ficção existem dois tipos de pessoa: os vilões e os mocinhos

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  Na realidade ou na ficção existem dois tipos de pessoa: os vilões e os mocinhos.

Algumas pessoas já me rotularam sem me conhecer, outras tiraram essa conclusão ao trocar algumas palavras comigo. Quando se trata de Shivani, eu posso estar dos dois lados.

Posso ser o céu e o inferno.

O mocinho e o vilão.

Talvez eu seja o "cafajeste filho da mãe", como algumas mulheres costumavam me chamar, talvez sim eu seja obcecado. Mas quem se importa?

O dia estava clareando, a cidade acordando e seguindo devagar. Vi quando ela chegou, suada com seu rabo de cavalo balançando, em meio a sua caminhada até a porta.

Eu a observei, como se fosse uma águia prestes a dar o bote. Senti meu coração acelerar quando, pela sua janela, a vi se despir, mas em segundos, ela parou.

Seus olhos rolaram por todo o local e parou na janela a qual eu me encontrava por trás da cortina. Ela sabia que eu estava ali.

Ou talvez não.

A contragosto segui meu dia sem a doce visão de Shivani. Do seu cabelo, do seu corpo.

Desde que Shivani se tornou amiga de Sabina, eu havia a tido mais próxima, porém, após o aniversário do babaca Urrea as coisas haviam se tornado diferente.

Eu não suportava vê-la e não a ter para mim.

Perto de mim.

Sonhar com ela todas as noites, sua pele junto a minha.

Talvez eu seja mesmo a merda de um louco obsessivo, mas isso não me impossibilita de ver as coisas como eu quero e sinto. Durante todo o período entre aquela noite traumática e o hoje, precisei me situar apenas como o Bailey irmão da melhor amiga e estranho.

Porém, finalmente, as coisas poderiam seguir da minha maneira.

Eu faria absolutamente tudo que fosse necessário para à ter em meus braços.

Depois de alguns momentos complicados, uma confusão no Karaokê, seu pânico de trovão o qual eu não sabia o motivo, uma pequena discussão com Sabina.

Lá estava ela, tão perfeita, em um sono profundo — Depois de horas procrastinando seu sono —seus olhos fechados e sua face inexpressiva.

Era triste ter que vê-la tão preocupada, mas era por um bom motivo.

Me abaixei em sua frente, mexendo levemente em seus cabelos.

Sorri inevitavelmente.

Ela estava vestindo minha camiseta, o que fazia me sentir ainda mais louco e necessitado de tê-la por perto.

Me afastei quando ela fez menção de acordar.

Neguei com a cabeça e caminhei até meu quarto. Rolei meus olhos pela pratilheira de madeira naquele quarto escuro. Diversas fotos de Sabina junto a Shivani estampavam aquele lugar.

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