Cinquenta e Quatro (continuação)

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Penúltimo capítulo

Shivani:

As vezes, na maior parte do tempo, você não tem controle sobre nada, as vezes questiona, e as vezes se entrega a isto.

Eu não conseguia tirar meu olhar da face inexpressiva de Bailey, ele sempre foi o melhor nesse tipo de coisa.

Mesmo a centímetros da morte, decepcionada com o mesmo, eu sentia segurança.

No entanto, eu não tinha mais forças.

A minha vida inteira, foi resumida em azar, confusões e boa parte dela foi encoberta pelo meu romance com Bailey.

Eu estava cansada, de tentar viver.

Minha vida sempre errada, indo contra o que acredito, me machucando de propósito.

Spencer, estava torturando a mim e a Bailey, por isso escolheu não atirar.

Me entreguei aquela força que dei a mim mesma, para resgatar, em pouca voz, a minha fala:

- Atira.- Algo sumiu do rosto de Bailey, como se eu tivesse dito a pior coisa que já existiu.- Chega, nada vai tortura-lo mais, que me ver morta.- tentei passar confiança apesar da voz trêmula.

Eu não podia ver seu rosto, mas eu poderia jurar que um sorriso vencedor encobriu o rosto do mesmo.

- Atira.- falei firme.

Nada importava mais.

Aquela decisão, era para o meu alívio, e talvez só uma vez, finalmente descansar em paz.

- Shivani...- começou Bailey em tom de ameaça. - O que merda, você está fazendo?

- Bailey, Chega.- fechei os olhos.- Estou no meu limite, Atira Spencer.

Ouvi uma risada debochada.

- Se Bailey realmente se importa, vai doer mais se você atirar.

- Seu desejo é uma ordem, gracinha.

Naquele momento foi como se tudo ficasse em camera lenta.

Todas as emoções a flor da pele.

Senti meu corpo ir com força contra o  chão, ao mesmo tempo o som arrepiante de um disparo.

Por um segundo tudo ficou embaçado, porém, em seguida o rosto perfeto de Bailey apareceu em minha frente.

Uma dor que inicialmente era pequena, no canto da minha barriga, se tornou maior.

Eu havia sido atiginda, no entanto, Bailey havia impedido que o tiro atingisse minha cabeça.

Do outro lado, Spencer, levantava após ser derrubado.

Com a adrenalina correndo pelas minhas veias, ignorei a dor , sendo puxada em direção a saída.

Bailey estava focado em me tirar dali, enquanto eu tentava fazer meus pensamentos se organizarem.

Eu estava ferida, ao lado da pessoa que partiu meu coração, fugindo de alguém que eu achava que conhecia.

Fui puxada contra o canto, e minha boca, tampada pelas mãos de Bailey.

- Shiu.

Minharespiração descompassada, tentava se acalmar e aos poucos, a dor suportável, quase me gemer.

Bailey havia percebido, ele me segurava na tentativa de evitar o constante sangramento, que não parecia estar perto de parar.

Não era um simples machucado.

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