DOIS

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 — Desculpe, Shiv, não posso te ajudar

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— Desculpe, Shiv, não posso te ajudar.

Já se passavam das nove horas da noite, o Karaokê parecia mais agitado que nas últimas semanas.

Diarra limpava o balcão, enquanto eu retirava os restos de bebidas dos copos largados sobre as mesas. Durante todo o período da tarde, depois do treino, me concentrei integralmente a encontrar um apartamento. Foi em vão.  Não que em plena Los Angeles não houvessem apartamentos bons e pequenos, mas o aluguel que eu pagaria naqueles apartamentos eram suficientes para comprar uma mansão em um ano.

— Tudo bem Diarra, eu vou me virar. — indaguei colocando os copos na pia da área interna do bar.

— Você deveria contar pra Sabina. — Sua voz saiu um pouco mais alta pelo barulho.

Me direcionei novamente para seu lado em busca de conversarmos melhor, suas mãos estavam na cintura e sua feição séria.

— Eu não sei... — me encostei lentamente na parede atrás de mim. - O Pepe acabou de voltar, ele ainda está se recuperando do braço machucado no último jogo. Ela se preocupa demais com os outros.

— Isto não é necessariamente algo ruim. — Se dirigiu ao lado oposto do balcão.

— Talvez você tenha razão. — Falei mais para mim que para a mesma. — Chega de falar de mim, como vai a Lola?

— Bem, ela está crescendo rápido. — A senegalesa prendeu toda minha atenção ao apertar o vestido mostrando a Saliência em sua barriga. Não pude evitar sorrir.

— O Lamar não teve um ataque ainda? Que loucura! — Fiz uma dramática cara de surpresa, me virando em seguida ao ver um cliente se aproximar.

— Nem me fale. — suspirou rendida.

O Karaokê da cidade, Koyama's, era o lugar mais movimentado desde de sua inauguração. Embora o Karaokê seja um ambiente mais ou menos familiar, ultimamente, são poucas as famílias que visitam o local. O que acabou transformando "Koyama's Karaokê" em um bar qualquer do centro da cidade.

Diarra estava comigo desde a inauguração, esposa de Lamar, é a melhor para dar conselhos e a única que confio tanto quanto Sabina. Ela era fantástica, e grávida de quatro meses parecia mais empenhada em ser ainda melhor.

Saio de meus devaneios quando meu celular toca, na tela um número desconhecido me chama atenção.

— Diarra, eu preciso atender o celular e aqui está muito barulho. — Gritei em meio a uma melodia qualquer. — Você segura as pontas por aqui?

— Seja rápida, por favor, está lotado. — Respondeu preparando uma bebida.

Corri em direção ao banheiro já atendendo o celular.

Alô?

 Senhorita Paliwal?

— É ela.

Our Best Part - A Nossa Melhor Parte (Repost)Onde histórias criam vida. Descubra agora