Cinquenta e Um

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Se mantenha calma.

Ele vai fazer a coisa certa.

Ele vai falar a verdade.

Eram pouco mais de dez horas, eu já repetia essas falas desde cedo.

Hoje eu resolvi voltar as minhas raízes, Kyle demonstrava a coreografia enquanto eu me alongava,  era realmente muito boa.

Mantive a ideia positiva em minha cabeça, a ideia de que tudo terminaria bem, que Bailey falaria a verdade e eu poderia voltar a confiar, mesmo que pouco, no mesmo.

Imaginar que tudo pode terminar bem me deu o que eu precisava para levantar hoje.

Talvez eu seja uma boba por esperar por isso, infelizmente, é a única coisa boa a qual posso me apegar.

- Shivani, Miley e Izzy.- Kyle me puxou de volta a realidade.- Pro centro.

Focada a retirar o filipino de meus pensamentos, foquei na coreografia.

Como eu sentia falta disso.

Cada passo me fazendo sentir a mesma de antes.

Senti a música dentro de mim, como se não houvesse mais ninguém.

Ao finalizar a coreografia foquei no meu reflexo no espelho, tentando recuperar o ar.

- Uau.- Kyle parecia surpreso.- você está de volta.

Sorri, aquela sensação me fazia me sentir viva.

- Estão liberados.

Encarei o relógio, soltei meu cabelo, e peguei minha bolsa.

Nós nos encontraremos no restaurante que Heyoon trabalha.

Ao ouvir o sino do local anunciando minha chegada, alguns olhares se voltaram pra mim, olhares que logo se dirigiram a outro objetivo.

Ignorei as mesas, sentando de frente para a garçonete apoiada no balcão.

- Posso ajudar?- a garota de cabelo azul e piercing no nariz questionou.

- Na verdade só quero uma água.- Me arrumei no assento e encarei o relógio.

Cheguei mais rápido que o planejado.

Logo, foi colocada a água em minha frente, sorri em agradecimento.

- A Heyoon ainda trabalha aqui?

Sem falar nada a garota negou.

Ela foi mesmo embora.

Depois desse comentário, me concentrei no celular, porém, a cada minuto voltando meu olhar para o relógio, os minutos passando, e quando deu o horário combinado, minhas mãos começaram a soar, minha ansiedade a mil cada vez mais difícil de controlar.

Cada vez que o sino tocava eu sentia um frio na barriga, logo, em minha cabeça eu formava teorias do que Bailey tinha pra me contar, ou como eu iria reagir.

Porém, esses pensamentos se tornaram paranóicos com o atraso de meia hora do moreno.

- Não quer nada?- outra vez a garota perguntou , em um semblante de pena.

- Eu vou esperar.- falei apertando os lábios, e digitando uma mensagem para o mesmo.- Ele vai vir.- tentei convencer a mim mesma disso.

E as meia horas de atraso se tornaram cinqüenta minutos, e uma hora, e uma e quinze.

Outra vez o sino quase me fez cair da cadeira a essa alturaeu já estava furiosa.

Qualquer pensamento positivo já não era mais tão fácil de engolir.

Our Best Part - A Nossa Melhor Parte (Repost)Onde histórias criam vida. Descubra agora