Trinta e Um

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As vezes abrir os olhos é uma luta, isso soa um tanto estranho vindo de alguém com insônia, mas a dias em que levantar parece não fazer sentido algum.

Com certeza eu não estaria abrindo os olhos se eu não tivesse esquecido a janela aberta, Los Angeles está particularmente frio.

Sentei na cama ainda de olhos fechado, passei as mãos pelos cabelos e respirei fundo.

Meus olhos não pareciam muito preparados para encontrar aquela cena:

Bailey estava sentado no chão, a cabeça inclinada parecia acomodada sobre o colchão da minha cama.

Estava frio, ele estava encolhido e parecia estar arrepiado.

Agora, observando Bailey, meio que indevidamente meus olhos percorreram toda a espessura de seu braço forte, e sua mão onde se encontrava a aliança de Bailey.

Deveria eu admitir as vezes eu mesma ficava confusa com Bailey, eu sinto que quando ele está comigo é como se tratasse de outra pessoa, uma pessoa que eu preciso admitir, que gosto.

Suas brincadeiras e sua sensibilidade de muitas formas se fez exposta quando ele estava comigo.

Pensar nisso me faz sentir algo surreal.

Na noite anterior madrugamos, ele tocando sua música e eu a ouvindo vezes consecutivas, mas ele não foi embora após eu ter pego no sono.

Apesar de querer cobri-lo e deixá-lo ali, ele tinha uma música em especial para apresentar a direção do musical.

Ele iria ser incrível, a única certeza que permanece comigo.

- Bailey?- toquei seu ombro, ele resmungou algo quase inaudível e não moveu um músculo. - Bailey? Acorda. - Chamei novamente, sendo ignorada outra vez, me aproximei novamente chegando perto de seu ouvido.- Bailey, o musical.- me afastei lentamente vendo-o abrir os olhos e me encarar.

Como alguém consegue ficar tão bonito inclusive ao acordar?

Isso soa tão filme americano.

- Está tarde, se quiser apresentar a música hoje vai ter que correr.- falei alertando o mesmo que deu um pulo se colocando de pé.

-Eu tô atrasado?- Seu olhar caiu sobre o relógio de parede, segui seu olhar.

Bailey estava muito atrasado.

Os ensaios do musical estam entre a terceira e quarta semana, no período da manhã é ensaiado as músicas e tarde as coreografias em lugares distintos.

- Merda!- xingou colocando sua jaqueta que por acaso estava na mesa de cabeceira ao lado da minha cama.- Eu tenho que ir.- Ao que me pareceu involuntariamente, sem pensar muito Bailey se aproximou rapidamente de mim depositando um beijo em minha bochecha.

Em seguida, pegou seu violão saiu, me deixando sozinha e completamente atônita.

Coloquei as mãos acima do joelho, que estava esticado sobre a cama, e tentei tirar qualquer pensamento relacionado a Bailey da minha cabeça.

Bailey havia se despedido com beijo na bochecha, isso se torna cada vez mais esquisito.

Mesmo após meia hora, meus pensamentos inconscientemente me levavam a Bailey, não pelo beijo na bochecha apenas, mas pelos acontecimentos seguidos das últimas semanas.

Não era pra ser tão fácil, tirando os acontecimentos nas Filipinas, tudo fluia de uma forma tão natural que me faz ter dúvidas se não estávamos confundindo as coisas.

Our Best Part - A Nossa Melhor Parte (Repost)Onde histórias criam vida. Descubra agora