Trinta e Três

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- Ele não fez isso outras vezes?- Josh perguntou enquanto preparava um shot.

O espaço havia sido reservado para um bando de adolescentes com os hormônios a flor da pele.

- Sim, esse é o problema, ele parece um imã complexo, de sentimentos confusos e atitudes erradas.- me encostei casualmente na parede entre a porta e o balcão.

Bailey não voltava pra casa a dois dias, eu deveria me preocupar, mas era meio estúpido me preocupar quando ele ignorava minhas mensagens, ou melhor, visualizava e não respondia.

Talvez ele estivesse com uma das loiras oxigenadas do outro lado da cidade.

Pensar nisso me fez fazer uma careta, e sentir uma leve repugnância pela cena.

- Toma. - Josh me esticou um pequeno e cumprido papel negro. - Meus colegas da faculdade vão jogar na sexta, e você vem com a gente.- Josh indagou simples.

- A gente?- rapidamente ele acenou para o corpo erguio perto do balcão. - Sofya?- Chamei, sem resposta.- Ela está bem?

Josh riu levantando um copo de alguma bebida, e em seguida, uma garrafa vazia.

Entendi imediatamente do que se tratava.

- Vou leva-la pra casa.- disse indo desligar os aparelhos do karaokê.

Sinal de que a noite, enfim, havia acabado.

Em meia hora estavamos todos prontos, puxei as mangas do meu suéter, estava singularmente frio em Los Angeles.

Aquele pequeno tecido não era a definição de "proteção contra o frio", no momento.

Após fechar de chave o local, me acomodei no banco de trás, um pouco mais aquecida.

- Como vai com a Any?- perguntei.- foi só uma coisa de momento ou vão sair mais vezes?

- Estamos nos conhecendo.

Reconheci pelo tom de voz, e maneira relutante de falar que não estava afim de tocar em tal assunto.

Não insisti.

O caminho, mais curto que o normal, estava molhado pela leve garôa que insistia em cair.

Ao estacionar, me despedi de Josh que tinha a missão de levar Sofya pra casa e convencer os pais dela que não havia sido ele quem havia a embebedado.

Encarei a janela do meu apartamento por fora, de muitas formas, era estranho retornar pra casa sabendo que estaria vazia.

Submissa a esses pensamentos joguei meus tênis em um canto do quarto, e meu suéter do outro, apesar de estar em no interior do apartamento eu não conseguia afastar o frio.

Caminhei sentindo os músculos dos meus pés doloridos, o quarto de Bailey ficava do outro lado da sala, mas parecia um imensidam.

Porém, de muitas maneiras, ele tinha os moletons mais quentes.

Abri seu armário encontrando uma imensidam de roupas, era estranho estar em seu quarto sem ele, eu só havia pisado lá duas vezes e todas acompanhada por ele.

Encontrei uma camiseta que me chamou a atenção, se tratava de uma camiseta de um festival que todos haviamos ido, Bailey não trocava duas palavras comigo e nós não nos aproximamos durante toda a noite.

Bailey, comecei a imaginar se ele realmente ainda estaria vivo após seu sumiço repentino.

Em meio a tantas roupas uma me chamou a atenção, dobrada e bem guardada com algumas poucas pedrinhas brilhantes observei o nome  de Eminem.

Our Best Part - A Nossa Melhor Parte (Repost)Onde histórias criam vida. Descubra agora