Malícias & delícias... E trolhas!

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Shawn

Não consegui tirar o olho de Camila a noite toda. Sentia-me mal por todo mundo curtir tanto com a cara dela, mas verdade é que ela ficava uma fofinha quando estava sem graça. Suas bochechas ficavam vermelhas, ela baixava os olhos para o colo e puxava o lobo da orelha esquerda.

Caraca, acabei de usar a expressão uma fofinha como se estivesse falando da porra de uma cadelinha. Esperem um instante, não foi isso que eu quis dizer. É claro que se ela fosse uma cadelinha estaria trepando com algum cachorro, pois era supergostosa. Portanto, seria realmente uma cadela no sentido pejorativo. Porque... fala sério! Que cachorro não gostaria de dar um confere naquele rabo? Puxa, eu precisava parar de assistir ao Animal Planet. Camila não era uma cadelinha – trepando ou não. Ponto final.

Passei por momentos difíceis para conseguir terminar meu jantar. A lasanha estava deliciosa, mas eu só conseguia pensar em Camila dando prazer a si mesma com um vibrador.

Ou com a mão.

Ou com um vibrador e a mão.

Ou com um vibrador, a mão dela e o meu dedo.

Ou com... 

Ei, se liga aqui, sr. Pau Duro.

Eu realmente tinha problemas quando se tratava da mulher que eu acabara de conhecer. Uma parte de mim tinha vontade de decepar a cabeça do tal do Max, apenas por ele ter conseguido tocá-la, beijá-la e penetrá-la. Só que quando ela terminou a história, eu só queria encontrá-lo para poder apontar para a cara dele e gargalhar. Que tipo de mané tentava transar com uma mulher no sofá da sala sabendo que seu pai morava lá e podia entrar e sair de casa quando bem quisesse? Muito esperto, cara! Foi nesse momento que eu parei de sentir ciúmes do sujeito. Agora, tudo que eu queria era mostrar a ela como um homem de verdade agia.  Senti uma necessidade irracional de mostrar-lhe tudo que ela estava perdendo.

Beleza, porque eu sou o rei de tudo que tem a ver com sexo, certo? Meu pau consegue fazer com que mulheres experientes chorem baixinho pelas ruas, sentindo a falta dele.

Tudo acabou se transformando num festival de idiotices à medida que os homens foram bebendo cada vez mais e as mulheres começaram a trocar ideias sobre o nome da loja de Liz e Camila. Não sei por que todos rejeitaram Cunnilingus Caramelizados. Esse era brilhante! Senti vontade de chupar um pirulito psicodélico colorido, esfregando a espiral melada entre as pernas de Camila, para depois seguir a trilha adocicada com a língua.

Então eu me lembrei de uma vez quando estava no ensino fundamental e guardei um pirulito desses chupado pela metade e ele acabou caindo em uma das gavetas. Encontrei três meias, um lápis e um soldadinho grudados nele um mês depois.

Provavelmente não era uma boa ideia colocar algo melado assim perto de uma vagina, muito menos na vagina da Camila. Nenhum mal poderia acometer aquele espaço sagrado.

Provavelmente eu estava imaginando coisas, mas juro que toda vez que eu fitava Camila, ela desviava o olhar. Sorri por dentro, achando que talvez ela também estivesse olhando para mim. Sabia que Drew tinha razão. Precisava parar de fantasiar sobre uma garota que nunca mais iria reencontrar. Afinal, já fazia cinco anos, pelo amor de Deus. Eu estava agindo feito uma donzela esperando o príncipe encantado surgir num cavalo branco. Era bem capaz dela estar tão feia, agora, quanto o Sloth, dos Goonies, e talvez cheirasse pior do que o saco suarento de Drew. Eu tinha tentado esquecê-la embarcando num relacionamento com Tasha alguns meses depois daquela festa. Tinham se passado quase cinco anos e eu continuava preso à velha mania de criar fantasias sobre uma pessoa que eu nunca mais iria reencontrar. Eu deveria ter sabido desde o início que o namoro entre mim e Tasha não resultaria em nada de bom.

MALICEOnde histórias criam vida. Descubra agora