Lírios amarelos

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Era sexta feira, finalmente. Depois do que aconteceu no último encontro do clube há dois dias, Tanjirou não conseguiu um momento a sós com Giyuu novamente. Mas hoje tinha encontro no clube e a aula do Tomioka; só em vê-lo já o deixava feliz, e, claro, também mal podia esperar para beijá-lo novamente, além de que precisava confirmar o que eles tinham exatamente. As incertezas estavam tomando a cabeça dele, mas a felicidade ainda era maior.

Durante a aula do professor de história, Rengoku Kyojurou, Kanao observava atentamente o ruivo. Aos poucos, criando coragem de chamá-lo para uma conversa e confessar seus sentimentos, mas o nervosismo e a ansiedade estavam gigantes, até sentia que estava tremendo um pouco. Mesmo assim, ela queria se declarar hoje, pois foi o que sua moeda da sorte decidiu.

Aoi estava muito preocupada com a reação de Kanao ao receber oficialmente o não, mas ela estaria lá para consolá-la. O coração doía, doía muito ao vê-la amando outra pessoa, mas ela não podia fazer nada afim, era o que Aoi tinha escolhido, ela não tinha o direito de se meter... Infelizmente. A morena apertou as mãos, como uma forma de conter os sentimentos e suas preocupações com Kanao.

— Tanjirou-kun — Kanao chamou, assim que o horário acabou e o próximo professor iria entrar.

— Sim?

— O-o que você vai fazer hoje? — Até gaguejou com o nervosismo, coisa que não era comum dela, pois era sempre tão calma.

— Só tenho o clube mesmo, por quê? Estava pensando em algo? — Aquele sorriso dele fazia o coração de Kanao acelerar mais, ao mesmo tempo em que era tranquilizador. Mas diante daquela situação incomum, apenas causava o desejo de que aquele sorriso tivesse ela como motivo. Como era boba.

— V-você pode me encontrar antes do clube? Naquele banquinho perto do jardim?

Tanjirou arqueou a sobrancelha não entendendo muito bem, ficou muito confuso. Como assim? O que ela queria com ele? Aliás, por que ela estava gaguejando?

— Por quê?

Acabou recebendo uma cotovelada de Zenitsu, que sentava atrás. Zenitsu não era bobo, tinha entendido perfeitamente o que aquela garota queria, porque já era quase de conhecimento público como ela gostava dele. O loiro só não conseguia entender como Tanjirou conseguia ser tão lerdo.

— Kanao é linda demais, puta que pariu, não faz essas perguntas, idiota, só aceita — Zenitsu puxou Tanjirou pela roupa e cochichou próximo ao ouvido.

Um pouco constrangido pelo loiro ter feito isso na frente de Kanao, Tanjirou deu um sorriso sem graça.

— Tudo bem, eu vou estar lá.

Kanao respondeu com um sorriso, aparentando calmaria e naturalidade, mas a realidade era para não transparecer a felicidade e ansiedade que estava sentindo dentro de si. Ela se mantinha pensando positivo, era a única coisa que podia fazer. Seu crush desde a infância finalmente iria retribuir seus sentimentos? Seria como um sonho, algo que sempre desejou.

Aoi, que sentava atrás de Kanao, apenas observada com preocupação, dor e pesar no coração. Já Zenitsu, resmungava se perguntando porquê essas coisas não aconteciam com ele. Imagina só: ter uma garota linda se declarando pra você? Não pediria mais nada na vida. E Inosuke nem estava prestando atenção no que acontecia, para ele não estava acontecendo nada fora do normal.

No fundo da sala, Genya fitava o professor escrevendo no quadro, deixando-o repleto de anotações que Genya não tinha a menor intenção de copiar para o caderno. Mas algo o atraiu sua atenção de relance: um balançar rápido de um cabelo com mechas azuis, seus olhos focaram em Inosuke. Ele estava sentado mais a frente, olhando para nada em específico, apenas batia repetidamente a caneta no caderno, que também permanecia em branco igual ao caderno de Genya.

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