Sábado à noite

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Viu-se fazendo algo que nunca imaginou que faria, o coração palpitou com o nervosismo. No entanto, se sentia seguro o suficiente para fazer o que o moreno mandou, entrou no carro rapidamente fechando a porta com cuidado.

Sentiu o aroma de carro novo e a fragrância amadeirada de Tomioka impregnou suas narinas em uma combinação perfeita. Sentiu-se tímido no ambiente, mesmo que o outro passasse segurança, ainda mais que seus olhos não estavam frios, eles possuíam uma graça, quase como se estivessem sorrindo ladino.

— Boa tarde, Tomioka-sensei — Abriu um largo sorriso, mostrando todos os dentes — Eu tô muito feliz em te ver.

— Eu também estou. — Respondeu com a voz suave.

Satisfeito com a resposta, o rapaz colocou o cinto de segurança. Ficou impressionado como Giyuu estava lindo, diferente da roupa usual que ele utilizava no colégio, variando em tons de azuis, ele estava bem mais casual e despojado. O que mais chamou atenção foi a jaqueta de um tom vermelho escuro por cima da blusa branca. A imagem de ele ser seu professor estava tão distante ali, quase inexistente.

Notou os olhares curiosos do garoto sobre si, analisando o que vestia, ele achou graça. Tanjirou subiu o olhar até se cruzar com o dele, sentiu suas bochechas se pigmentarem de rubro, e Giyuu riu com os olhos se divertindo com a situação.

— Você está muito bonito — Elogiou timidamente. Aos poucos voltando ao seu normal. — Posso saber agora para onde vamos?

Ele gostava de ser elogiado pelo ruivo e compartilhava da mesma opnião, ele estava lindo usando aqueles brincos. Já o tinha visto usá-lo algumas vezes no colégio de teimosia, pois eram proibidos acessórios. Mas gostava da persistência do garoto.

— Vai saber quando chegarmos — Deu partida no carro.

— Eu estou muito curioso, mas sei esperar. Isso é maldade, sabia?

— Eu sei — Respondeu apenas isso. O ruivo notou o bom humor no tom de voz, apesar de ser discreto.

O silêncio reinou, os dois estavam confortáveis com a presença um do outro. Mas o de mechas ruivas sentiu que se o tinha ali do seu lado, deveria aproveitar ao máximo.

— Tomioka-sensei... — Começou alegre, pronto para iniciar um assunto aleatório.

— Posso te pedir algo? — Interrompeu.

— Sim.

— Não me chame de sensei. — O pedido soou mais como uma ordem.

— H-hã... Então como deveria te chamar? — Perguntou confuso.

— Como preferir, só peço que não use sensei, nem seja tão formal comigo. — Desviou rapidamente a atenção do volante para checar a expressão do ruivo. — Eu não sou seu professor aqui.

Parecia que seu rosto estava pegando fogo, sentiu todos os seus fios de cabelos se arrepiando. Não ousaria olhar naqueles olhos misteriosos e escuros, senão só Deus sabe como reagiria.

— T-t-tudo bem, mas só se você parar de me chamar de Kamado. Tanjirou está ótimo.

Tomioka meneou levemente a cabeça em concordância, sem desviar a atenção da direção.

— Tanjirou — Repetiu.

Seu nome sair da boca dele, com aquela voz... Era tão bom. Sem honorífico, apenas Tanjirou. Melhor que isso não existia, estava perfeito.

— Então... — Inseguro, se sentia entranho o chamando pelo primeiro nome — Giyuu-kun?

— Ótimo.

Paixão ImprevistaOnde histórias criam vida. Descubra agora